Videochamadas aproximam pacientes com Covid de seus familiares

 

Pacientes com Covid-19 entram em contato com familiares por tablets doados para o HRC – Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF

 

A tecnologia está ajudando a reduzir a saudade entre pacientes internados com Covid-19 e familiares que aguardam ansiosos pela alta hospitalar deles. O Hospital Regional de Ceilândia (HRC) conta com cinco tablets doados pelo Hospital Sírio-Libanês por meio do projeto Conectando Vidas. As conversas virtuais são pré-agendadas, ocorrem diariamente, e ajudam a passar o tempo, alimentam a fé bem como renovam a esperança.

 

O projeto faz parte do Programa de Cuidados Paliativos no SUS, do Ministério da Saúde. Em agosto, o HRC foi incluso na iniciativa Conectando Vidas, que objetiva humanizar o atendimento e reduzir o isolamento durante a internação. Em outubro, foi consolidada a parceria com a doação dos tablets. Já as videochamadas começaram no dia 5 de novembro.

 

A ideia é simples e prática. Uma equipe de assistentes sociais visita pacientes com Covid-19, que são convidados a participar do projeto. O paciente pode fornecer o telefone de contato de até três parentes e amigos e estes são informados de quando ocorrerá o contato. As videochamadas duram até dez minutos. Diariamente, a lista de pacientes é atualizada e todos que estão agendados conversam com seus familiares.

 

Experiência aprovada

 

Internado com Coronavírus, Júlio César Ferreira, 38 anos, aprovou o projeto. O paciente contou que, no ano passado, se submeteu a uma cirurgia de apendicite. Pouco depois, teve problemas no pâncreas. Ao procurar tratamento médico, descobriu que estava com a Covid-19. A família não soube e ele não conseguiu avisar por estar sem celular. Já internado e isolado, Júlio César pode, então, conversar com os parentes por meio do projeto do HRC. “Consegui ter mais proximidade com a minha família e informar sobre a minha saúde. Foi extremamente útil”, garante.

Julio conversou com sua família por um tablet enquanto a alta hospitalar não chega – Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF

Para a superintendente da Região de Saúde Oeste, Lucilene Florêncio, o projeto é essencial aos pacientes com o novo coronavírus porque renova as forças de uma pessoas debilitada e que se vê obrigada a ficar internada sem a companhia de um familiar.

 

Diante dos resultados, ela já pensa em dar continuidade ao projeto depois da pandemia. “Nosso objetivo é treinar nossas equipes para que elas continuem utilizando os tablets para fazer chamadas que atendam a outros pacientes, como idosos, por exemplo”, planeja.

 

Canais de comunicação

 

O Conectando Vidas faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi), o qual prevê a viabilização de canais de comunicação entre pacientes, familiares e equipes de saúde. Com o projeto, espera-se reduzir a ansiedade e combater a depressão e o estresse provenientes do cenário enfrentado.

 

Iniciativa reduz a saudade imposta pelo isolamento de quem está internado com a Covid-19 – Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF

 

O programa seleciona hospitais de referência no tratamento da Covid-19 e disponibiliza dois modelos de comunicação, um voltado para as equipes médicas e outro para conversação interfamiliar. Conheça os dois modelos.

 

• Boletim Médico Virtual (BMV): trata-se da videochamada realizada entre a equipe de saúde que cuida do paciente e a família dele. O objetivo desta modalidade é atualizar os familiares a respeito do quadro clínico do paciente e compartilhar decisões referentes ao planejamento terapêutico.

 

• Visita Familiar Virtual (VFV): videochamada entre o paciente (desde que ele tenha condições de se comunicar) e a família, diminuindo a sensação de distanciamento experimentada e aumentando a interatividade entre eles. Estima-se alcançar com este projeto melhorias na relação entre equipe de saúde, pacientes internados e seus familiares, favorecendo a comunicação adequada e o alinhamento do planejamento de cuidado e podendo reduzir ansiedade, o risco de luto complicado, depressão e síndrome de stress pós-traumático.

 

REVISÃO: JULIANA SAMPAIO

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