Por Pollyana Cabral
A obesidade associada ao sedentarismo traz maior riscos de doenças no coração.
Durante a pandemia no novo coronavírus, foi identificado um número excessivo de pessoas com sobrepeso e obesas. Estima-se que no mundo, até 2025, 700 milhões de pessoas estarão obesas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo o IBGE, a cada quatro pessoas uma é obesa. Assim, doenças do coração serão também mais recorrentes.
De acordo com a cardiologista do Hospital Águas Claras Patrícia Soares, a obesidade é um fator de risco para doenças coronárias tanto para os homens quanto para as mulheres e independe da idade, atingindo até mesmo as crianças. Há ainda o maior risco para pessoas que têm histórico familiar de doenças do coração.
“Não são todas as pessoas obesas que têm doenças coronárias, entretanto, o sedentarismo aliado à obesidade são fatores determinantes para o desenvolvimento destas enfermidades. O obeso que pratica atividade física reduz a mortalidade, mas não significa que ele esteja realmente saudável. Muitos [obesos] possuem distúrbios metabólicos e devem fazer acompanhamento médico frequente com equipe multidisciplinar, e a consulta com cardiologista é fundamental”, orienta.
A médica ainda reforça que a construção de hábitos saudáveis é essencial para evitar o acúmulo de gordura no coração. De acordo com a cardiologista, na prevenção primária – para pessoas sem doença cardiovascular detectada -, é preciso adotar uma mudança do estilo de vida: redução de peso, reeducação alimentar, atividade física.
Na prevenção de doenças do coração, Patrícia Soares elenca alimentos que podem ajudar a reduzir os riscos: “Alimentos ricos em vitamina E, peixes, azeites, legumes, frutas e ômega 3 e 6 presentes nas castanhas do Pará. Evitar massas em excesso, gorduras, carnes gordurosas e frituras”.
Riscos da obesidade durante a covid-19
A obesidade também é determinante quando se fala em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante a pandemia. É estimado que cerca de 5% dos pacientes de Covid-19 precisarão utilizar o tratamento intensivo. Entretanto, além de não possuir leitos suficientes, a população obesa também enfrenta dificuldades em encontrar leitos apropriados.
Outro ponto, de acordo com a Federação Mundial de Obesidade, são as medidas de isolamento. Segundo a entidade o distanciamento social pode afetar problemas já existentes na vida dos obesos como estigmatização social e quadros de depressão. Além disso, há ainda, o aumento do sedentarismo e busca por produtos ultraprocessados, agravando ainda mais problemas de saúde e contribuindo para o aumento de obesos no mundo.