PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO -EPILEPSIA

Por Raquel Luiza,

 

EPILEPSIA
Desordem cerebral crônica caracterizada pela repetição de ataques epilépticos ou convulsões. A crise epiléptica é definida como um conjunto de manifestações clínicas causadas por uma descarga excessiva de neurônios no cérebro. Consiste em fenômenos anormais súbitos e transitórios que envolvem alterações da consciência e da função motora, sensorial, autonômica e / ou psicológica, que são percebidas pelo paciente ou pelo observador.

É classificado em dois tipos principais:
Crises parciais ou focais, cujas manifestações dependem da ativação neuronal de uma determinada área do córtex cerebral.
Crise geral, na qual os sintomas respondem à ativação de ambos os hemisférios cerebrais.

Por sua vez, as crises podem ser simples, se não houver alteração de consciência, ou complexas, quando houver alteração do nível de consciência.
As causas da epilepsia variam com a idade. Os mais frequentes são: hipóxia cerebral (diminuição do suprimento de oxigênio), malformações congênitas, traumatismo craniano, tumores cerebrais primários e metástases, infecções (meningite, encefalite), distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia), alcoolismo, tóxicos (chumbo, mercúrio), cerebrovasculares acidentes e idiopática (sem causa conhecida).
Existem certos gatilhos, como privação de sono, luz intensa ou estímulos acústicos, álcool, menstruação, estresse e drogas (antidepressivos tricíclicos, barbitúricos).

 

SINTOMATOLOGIA

As formas de apresentação das crises epilépticas são variadas.
As crises generalizadas típicas são caracterizadas por perda repentina de consciência e contração e rigidez muscular, seguidas por um período de contração e relaxamento muscular violento e rítmico envolvendo os músculos das extremidades e da face (crises tônicoclônica generalizadas ou crises de grande mal). Pode haver incontinência da urina e dificuldade respiratória. Posteriormente, o paciente apresenta sonolência, confusão e amnésia do episódio.
As convulsões do pequeno mal ou de ausência ocorrem mais frequentemente entre as idades de 6 e 14 anos. Consistem em episódios breves (segundos de duração) de perda de consciência, sem perda do tônus ​​postural ou queda ao solo. Eles geralmente reaparecem várias vezes durante o dia e também causam amnésia do episódio.
As crises parciais simples podem se apresentar como contrações musculares que afetam um lado do corpo ou um grupo de músculos, movimentos complexos sem propósito (tocar roupas, mastigar) sensibilidade alterada (formigamento), alucinações (visuais, táteis ou olfativas), dor abdominal ou convulsões. Simples parciais podem ser generalizados.

 

DIAGNÓSTICO

É realizado basicamente com o questionamento e o exame clínico.
O eletroencefalograma (EEG) detecta e registra padrões de atividade elétrica no cérebro por meio de uma série de eletrodos colocados no couro cabeludo. É útil para demonstrar uma descarga neuronal anormal durante uma convulsão, embora até 15% da população normal mostre traços compatíveis com epilepsia no eletroencefalograma e, por outro lado, um EEG normal não descarta a existência de epilepsia.
Os estudos de imagem (tomografia axial computadorizada e ressonância magnética nuclear) permitem a detecção de lesões estruturais ao nível do sistema nervoso central.
SPECT (tomografia por emissão de fóton único) e PET (tomografia por emissão de pósitrons) são estudos que analisam a perfusão cerebral e o metabolismo respectivamente e podem ser úteis para determinar a área do cérebro que produz a descarga.

 

TRATAMENTO

Na maioria dos casos, as convulsões são autolimitadas em poucos minutos.
Diante de uma crise aguda, o objetivo principal é evitar que o paciente se machuque. É útil afrouxar a roupa e virá-lo de lado para evitar inalar o vômito. Não mova o paciente nem tente inserir qualquer objeto na boca.
A definição de epilepsia requer a recorrência das crises; Por esse motivo, há controvérsias sobre se o tratamento de manutenção deve ou não ser iniciado antes da primeira crise.

O tratamento farmacológico geralmente começa quando duas ou mais convulsões não provocadas aparecem. Em casos de lesão cerebral estrutural (tumor, acidente vascular cerebral), o tratamento começa com o primeiro ataque.
As convulsões tônicoclônica generalizadas são tratadas com ácido valpróico, fenitoína, carbamazepina ou fenobarbital.
A droga de primeira escolha nas crises parciais é a carbamazepina.
Em crises de ausência, a etossuximida e o ácido valpróico são preferidos.
O tratamento cirúrgico é indicado em pacientes com convulsões mal controladas, apesar do tratamento farmacológico adequado. Existem diferentes técnicas cirúrgicas: remoção da área epileptogênica, desconexão da área epileptogênica (calosotomia) e outras como estimulação do nervo vago.

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