Por Raquel Luiza,
A SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Doença do sistema nervoso periférico (polirradiculoneuropatia desmielinizante aguda) caracterizada por inflamação, desmielinização (perda da cobertura de mielina dos nervos) e degeneração axonal.
A desmielinização causa lentidão na condução do estímulo nervoso.
É produzido por um mecanismo autoimune. Em 75% dos casos, há história de infecção viral respiratória ou gastrointestinal.
SINTOMATOLOGIA
Apresenta-se com fraqueza muscular que se eleva simetricamente nos pés e, ao exame, os reflexos tendinosos são abolidos (tetraparesia flácida aguda).
Em casos muito graves, os músculos respiratórios, fonatórios e de deglutição são afetados. Os sintomas começam a melhorar após 2 a 4 semanas, com sequelas em metade dos casos.
DIAGNÓSTICO
É realizada por meio do exame neurológico, da análise do líquido cefalorraquidiano (dissociação albumina-citológica, ou seja, proteínas elevadas e ausência de celularidade) e estudos neurofisiológicos que demonstram diminuição da velocidade de condução nervosa.
TRATAMENTO
Baseia-se no suporte de funções vitais (respiração, alimentação) e na prevenção de infecções.
A plasmaférese (substituição do plasma do paciente por plasma sem anticorpos) pode diminuir a gravidade dos sintomas.
O QUE É PLASMAFERESE?
A plasmaferese (ou plasmaférese) é um tratamento médico no qual usamos uma máquina para remover elementos do plasma sanguíneo que possam ser responsáveis por algumas doenças.
Doenças como mieloma múltiplo, miastenia gravis e a síndrome de Guillain-Barré são provocadas por anticorpos nocivos que estão presentes no plasma, sendo, portanto, passíveis de serem tratadas com sessões de plasmaferese.
O QUE É O PLASMA?
O sangue é o fluido responsável por transportar nutrientes e oxigênio para todos os tecidos do corpo. No sangue também estão presentes enzimas, proteínas, anticorpos, células, sais minerais, glicose, hormônios e uma gama de outras moléculas necessárias para o funcionamento normal do nosso organismo.
O sangue é composto por uma parte líquida, chamada de plasma, e outra sólida, composta por células circulantes que são as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
Quando pegamos uma amostra de sangue e colocamos em uma máquina centrifugadora, conseguimos separar esses elementos do sangue, como demonstrado na ilustração ao lado.
O plasma sanguíneo, que é a parte líquida (sem células), corresponde a 55% do volume de sangue. Ele é composto por 90% de água e 10% de proteínas, anticorpos, enzimas, glicose, sais minerais, fatores da coagulação, hormônios e outras substâncias diluídas do sangue.
Como muitas doenças são causadas por elementos anormais presentes no plasma, tais como auto anticorpos*, toxinas e proteínas anômalas, um método no qual estas substâncias possam ser removidas do plasma torna-se um tratamento muito útil.
* Um auto anticorpo é um anticorpo produzido contra uma estrutura do nosso próprio organismo. Em outras palavras, é um anticorpo produzido de forma inapropriada contra nós mesmos. O nosso próprio sistema imunológico passa a nos atacar em vez de atacar apenas germes invasores.
A plasmaferese é, portanto, um procedimento realizado para a “limpeza” do plasma, que age removendo substâncias que sejam responsáveis por causar danos ao nosso.
A administração de imunoglobulinas intravenosas é igualmente eficaz na redução da gravidade e duração dos sintomas.