POR Raquel Luiza,
HIDROCEFALIA
É um distúrbio caracterizado por uma alteração no equilíbrio entre a produção e a absorção do líquido cefalorraquidiano (LCR). Como resultado, um excesso de LCR se acumula no SNC (sistema nervoso central) produzindo um aumento no tamanho ventricular e na pressão intracraniana (exceto na hidrocefalia de pressão normal), o que leva a um aumento na pressão exercida no parênquima cerebral adjacente, que interrompe as junções das células ependimárias e leva ao edema intersticial Peri ventricular.
O LCR é formado nos plexos coroides dos ventrículos laterais e, através do forame de Monro, atinge o terceiro ventrículo. A partir daí, através do mesencéfalo, ou aqueduto de Silvio, para o ventrículo IV e depois para as cisternas do espaço subaracnóideo através dos orifícios laterais ou forames de Luschka e Magendie. Após circular pelo espaço subaracnóideo, é reabsorvido nas granulações de Pacchinioni e atinge a circulação geral.
A causa mais comum de hidrocefalia é a obstrução do fluxo do LCR.
Na hidrocefalia não comunicante, o líquido não chega ao espaço subaracnóideo, pois existe um obstáculo no sistema ventricular, como na estenose congênita do aqueduto mesencéfalo, ou Silvio, a atresia dos foramens de Luschka e Magendie, tumores ou hemorragia intraventricular .
Na hidrocefalia comunicante, o obstáculo ocorre ao nível das cisternas ou nas granulações de Pacchioni. É o caso da meningite, hemorragia subaracnóidea ou carcinomatose meníngea.
SINTOMATOLOGIA
Na criança há choro e irritabilidade. Há aumento do diâmetro craniano (macrocefalia), dilatação das veias cranianas, abaulamento das fontanelas (áreas de tecido fibroso entre as articulações dos ossos do crânio) e aumento da ressonância ao percorrer o crânio (sinal de MacEwen )
Aparecem atrasos, retardo mental, letargia e incontinência urinária.
Em adultos, há uma síndrome de hipertensão intracraniana com cefaleia, vômitos, papiledema no exame de fundo de olho e diplopia (visão dupla).
DIAGNÓSTICO
Normalmente, a dilatação do sistema ventricular é demonstrada por tomografia axial computadorizada ou ressonância magnética nuclear. Com essas técnicas também é possível determinar a causa da hidrocefalia na maioria dos casos.
TRATAMENTO
É cirúrgico.
Quando possível, deve-se tentar resolver a causa responsável pela hidrocefalia.
As técnicas de desvio de LCR consistem em desviar ou fluxo de LCR da área obstruída. Os mais usados são os shunts ventriculares peritoneais que transportam o excesso de LCR para o peritônio, embora também possam ser desviados para o átrio direito (shunt ventriculoatrial) ou para a pleura.