Por Raquel Luiza,
SÍNDROME DE REYE
A síndrome de Reye é uma doença muito rara, mas potencialmente fatal, que causa inflamação e inchaço do cérebro e degeneração e perda da função hepática.
É uma condição neurológica associada a uma doença hepática grave que pode surgir após algumas infecções virais durante a infância.
A causa exata da doença é desconhecida, mas geralmente acompanha a possível ação desencadeadora de alguns vírus. Outros fatores farmacológicos (ácido acetilsalicílico) são considerados.
SINTOMATOLOGIA
Após vários dias do aparecimento do quadro viral inicial, aparecem progressivamente náuseas, vômitos e deterioração do nível de consciência, podendo evoluir para coma, que pode estar associado a convulsões, todos decorrentes de encefalopatia hepática.
A síndrome de Reye varia amplamente quanto à gravidade. A síndrome começa com os sintomas de uma infecção viral, como de uma infecção das vias respiratórias superiores, gripe, ou às vezes varicela. Após cinco a sete dias, a criança desenvolve náusea e vômitos muito intensos. Em um dia, a criança fica lenta (letárgica), confusa, desorientada e agitada. Essas alterações no estado mental da criança são causadas por um aumento na pressão dentro do crânio (pressão intracraniana) e, às vezes, são seguidas por convulsões, coma e morte.
Em algumas crianças, o fígado não funciona corretamente, o que pode causar problemas de coagulação e um acúmulo de amônia no sangue.
DIAGNÓSTICO
A biópsia hepática geralmente é definitiva.
O médico suspeita da presença de síndrome de Reye em crianças que subitamente apresentam alterações no estado mental e vômitos.
Uma vez que o diagnóstico é confirmado, o nível de gravidade é determinado como sendo de estágio I (mais baixo) até estágio V (mais elevado), com base nos sintomas e nos resultados dos exames.
TRATAMENTO
O tratamento é sintomático, visando controlar as consequências dos danos hepáticos e cerebrais e requer internação em unidade de terapia intensiva.
A criança será internada no hospital e admitida unidade de terapia intensiva. Para reduzir o inchaço e a pressão dentro do cérebro, é possível que o médico coloque um tubo na traqueia (intubação endotraqueal) e administre uma frequência respiratória mais alta que a normal (hiperventilação) e recomende a restrição de líquidos e a elevação da cabeceira da cama e administre medicamentos (por exemplo, manitol) que forçam o corpo a eliminar água. O médico administra dextrose para manter uma concentração normal de açúcar (glicose) no sangue. Ocasionalmente, o médico coloca um dispositivo de medição da pressão dentro da cabeça para monitorar o aumento da pressão cerebral.
Crianças com problemas de sangramento podem receber vitamina K ou plasma fresco congelado para melhorar sua função de coagulação.