Por Raquel Luiza,
BOTULISMO
Doença causada por uma neurotoxina produzida pelo bacilo Clostridium botulinum.
É uma intoxicação alimentar causada pela ingestão da toxina pré-formada em alimentos processados incorretamente ou, mais raramente, pela produção da toxina ao nível de uma ferida.
A toxina bloqueia a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular e no sistema nervoso autônomo (SNA), evitando a contração muscular e alterando a função do SNA.
SINTOMATOLOGIA
Os sintomas aparecem 1 ou 2 dias após a ingestão do alimento contaminado, ou após uma a duas semanas no caso de contaminação da ferida.
As manifestações musculares são descendentes e simétricas, iniciando na cabeça e seguindo pelo pescoço, extremidades superiores, tronco e extremidades inferiores.
Os sintomas e sinais mais comuns são: fraqueza muscular geral, diplopia (visão dupla) e visão turva devido à alteração dos músculos oculomotores, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), midríase, pupilas fixas; ao nível digestivo: disfagia (dor ao engolir) e boca seca, língua e faringe, prisão de ventre, náuseas e vômitos.
DIAGNÓSTICO
Em caso de intoxicação alimentar, a presença da toxina deve ser demonstrada no soro, fezes ou vômito do paciente, bem como no alimento contaminado. Para o botulismo de feridas, amostras de soro e feridas devem ser coletadas.
TRATAMENTO
Na intoxicação alimentar, a toxina pode ser neutralizada pelo uso precoce de antitoxina.
Medidas de apoio são essenciais.
O suporte respiratório por ventilação mecânica tem permitido reduzir a mortalidade.
No botulismo de ferida, a ferida deve ser drenada e administrada antitoxina.
No botulismo infantil, a antitoxina não é necessária, pois o quadro geralmente apresenta boa evolução.