Por RAQUEL LUIZA,
É uma das arritmias mais frequentes na prática clínica.
Existe uma atividade atrial desorganizada e de alta frequência que é transmitida ao ventrículo de forma irregular.
Pode se apresentar de forma aguda, crônica ou paroxística e em pacientes com ou sem patologia cardíaca associada.
Em alguns casos, pode ser desencadeada por estresse, intoxicação alcoólica, pós-operatório, alterações metabólicas, hipóxia ou hipertireoidismo.
A fibrilhação auricular é a arritmia crónica mais frequente, podendo afetar cerca de 10% da população com mais de 70 anos. Estima-se que em Portugal cerca de 200.000 a 250.000 indivíduos tenham fibrilhação auricular.
A fibrilhação auricular é um tipo de arritmia cardíaca em que existem batimentos cardíacos muito irregulares, e habitualmente rápidos, com 80 a 160 batimentos por minuto. Nessa situação o coração não consegue bombear eficientemente o sangue o que propicia a formação de pequenos coágulos dentro do próprio coração. Esses coágulos podem ser arrastados pela corrente sanguínea e alojar-se em qualquer parte do organismo. Quando atingem as artérias que irrigam o cérebro podem causar um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A fibrilhação auricular é uma das principais causas de AVC, pelo que está recomendado que estes doentes façam uma terapêutica crónica com fármacos anticoagulantes, que são medicamentos que fluidificam o sangue, evitando a formação de coágulos.
SINTOMATOLOGIA
O paciente geralmente apresenta palpitações irregulares e rápidas.
A transmissão de uma alta freqüência atrial para o ventrículo pode gerar sintomas de insuficiência cardíaca ou hipotensão arterial.
A desorganização da contração atrial gera fenômenos de estase sanguínea que favorecem o desenvolvimento de trombos intra-atriais e embolia sistêmica.
Na estase sanguínea vascular – O sangue flui muito lentamente, quase parado no interior do vaso, propiciando a formação de coagulos (trombos).
DIAGNÓSTICO
Geralmente, o eletrocardiograma é suficiente para o diagnóstico.
Em certos casos, pode ser solicitado um holter ou estudo eletrofisiológico.
TRATAMENTO
A fibrilação atrial que gera comprometimento hemodinâmico (hipotensão, angina) é tratada por cardiovenção elétrica, que consiste na aplicação de uma descarga de energia elétrica no tórax do paciente, após anestesia, para reorganizar a atividade atrial.
Se a apresentação for aguda e não houver envolvimento hemodinâmico, medicamentos antiarrítmicos podem ser usados para tentar restaurar o ritmo normal.
As formas crônicas requerem tratamento antiarrítmico para evitar altas taxas ventriculares e anticoagulantes para reduzir o risco de embolia sistêmica.