Por RAQUEL LUIZA,
Em 10 de setembro, ocorre o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Como se trata de um assunto grave, todo o mês é destinado a campanhas de informação, em todo o mundo, sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, são registrados cerca de doze mil suicídios por ano e mais de um milhão no mundo¹. Por isso é tão importante falar sobre esse assunto.
Dia 10 de setembro é a data promovida pela Organização Mundial de Saúde – OMS e pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, para estabelecer compromissos e medidas práticas na prevenção do suicídio; com o objetivo de aumentar a conscientização mundial de que o suicídio pode ser evitado.
O relatório da OMS indica que a cada ano cerca de 800.000 pessoas cometem suicídio, principalmente jovens entre 15 e 29 anos e cita como fatores de risco situações de estresse no trabalho, crise pessoal, separação, luto, divórcio, aposentadoria, transtornos mentais, ansiedade, drogas uso e depressão entre os mais frequentes.
O suicídio é um grave problema de saúde pública, portanto, todos temos a responsabilidade de prevenir esse tipo de morte. Penso, que todos juntos devemos trabalhar na prevenção da saúde mental. A OMS realmente estima que a cada minuto que uma pessoa tira a própria vida, número que infelizmente deve aumentar devido aos rigores da vida moderna.
Como forma de conscientizar a população para auxiliar na identificação de sintomas de alerta em um ente querido, a Associação Brasileira de Psiquiatria, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Psiquiátrica da América Latina desenvolveram um folheto com os principais Fatores de Risco². Conheça as seguintes informações:
- Transtornos psiquiátricos: Pessoas com algum tipo de transtorno, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno de personalidade e que fazem uso de drogas lícitas ou ilícitas, fazem parte do grupo de risco.
- História pessoal: Pessoas que já tentaram suicídio têm maior chance de tentar novamente.
- Pensamentos suicidas: preste atenção a comentários como “Eu gostaria de não ter nascido” ou “Eu preferia estar morto”.
- Fatores de estresse: Algumas situações podem desencadear esse tipo de pensamento, como perda do emprego, separação conjugal, perda de um ente querido, entre outros.
- Organizar despedidas: Esteja atento caso perceba algum “comportamento de despedida”, através de mensagens (bilhetes ou posts nas redes sociais), testamentos, doação de bens, entre outros.
- Fácil acesso aos meios possíveis: As oportunidades podem ser maiores se a pessoa tiver acesso a armas de fogo, excesso de medicamentos ou lugares altos.
- Impulsividade: o suicídio é frequentemente planejado. No entanto, eventos negativos momentâneos podem levar a pessoa a cometer o ato. O uso de drogas também pode criar esse ímpeto.
- Eventos adversos na infância e adolescência: Abuso e abuso físico, sexual ou psicológico podem ser fatores de risco para suicídio.
- Motivos aparentes ou ocultos: Pessoas com essa tendência consideram a morte como uma forma de acabar com a dor e a tristeza que estão sentindo. Comentários como “acabe com a dor”, “encontre descanso”, “acabe mais rápido com o meu sofrimento” podem ser sinais de alerta.
- Outras doenças: Pacientes com doenças crônicas ou câncer em estágio terminal podem desenvolver pensamentos suicidas.
Destaco que o suicídio não deve estar associado apenas à depressão, mas podem ocorrer por transtornos de ansiedade, transtornos psicóticos, ou devido a Síndrome de Burnout entre outros transtornos.
Em tempos de reclusão e isolamento social, por causa do cenário mundial – Coronavírus Pandemia – caso você tenha a doença “Depressão”, leve em consideração alguns problemas “preventivos” muito relevantes:
- Mantenha seu tratamento psicoterápico online, a grande maioria dos profissionais está atuando nesta modalidade.
- Se você usa medicamentos, siga corretamente a prescrição médica. Não aumente a dose, nem desmame sozinho.
- Se a medicação deles estiver acabando, entre em contato com o seu psiquiatra, todos eles estão trabalhando sob novos protocolos.
- Mantenha-se informado apenas por canais de notícias sérios e éticos. Evite “notícias falsas”.
- Trabalhe sua respiração através da meditação. A respiração consciente e rítmica, mantém a homeostase do corpo.
- Durma bem. O sono fisiológico permite a “psicoprofilaxia”, a filtragem e a limpeza dos metabólitos do cérebro.
- Manter uma alimentação equilibrada. Alimentos funcionais, menos processados e coloridos.
Muitas vezes a pessoa não sabe para onde se dirigir ou como comunicar o que sente, por isso devemos estar preparados para reconhecer sinais e sintomas como: a vida não tem sentido, não quero viver mais, isola-se, principalmente em adolescentes. Ou quando começa a mostrar desinteresse em estudar, encontrar-se com os amigos, com a família, são sinais de isolamento que têm de chamar a atenção e que justificam uma consulta e avaliação o mais cedo possível. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o prognóstico.
Siga os conselhos do profissional para observar o caso mais próximo e tente ajudar
Procure ajuda no Centro de Valorização da Vida (https://www.cvv.org.br/) e nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) se estiver pensando em suicídio.
Fuentes: 1- Setembro Amarelo – Associação Brasileira de Psiquiatria. 2- Setembro Amarelo Mês de prevenção ao suicídio – Associação Brasileira de Psiquiatria; Conselho Federal de Medicina; Asociación Psiquiátrica de America Latina.
