OCLUSÃO ARTERIAL CRÔNICA

Por RAQUEL LUIZA,

 

Obstrução Arterial Crônica dos membros inferiores - Centro Alliance
A causa mais comum de redução crônica do fluxo sanguíneo arterial é a aterosclerose.

A aterosclerose constitui a principal causa de insuficiência arterial crônica nos membros inferiores e sua prevalência na população geral é subestimada, pois uma parcela significativa dos pacientes permanece assintomática nos estágios iniciais da doença. Deve‑se considerar também que na fase de claudicação intermitente (dor ao caminhar) muitos pacientes deixam de relatar esse sintoma por considerá‑lo normal e decorrente do envelhecimento do organismo. Em nosso meio não há dados epidemiológicos referentes à arteriosclerose obliterante periférica, porém, nos Estados Unidos, estima‑se que 10% da população acima dos 70 anos apresenta queixa de claudicação intermitente nas extremidades inferiores.
Geralmente se localiza na região femoropoplítea (artéria femoral funcional e poplítea), tibiofibular ou aorto-ilíaca, embora possa ocorrer em qualquer área arterial.

 

EPIDEMIOLOGIA

A doença arterial obstrutiva crônica periférica tem recebido menos atenção dos epidemiologistas do que as doenças coronariana e cerebrovascular. Dados de prevalência e incidência mostram que a arteriosclerose obliterante periférica aumenta com a idade, é mais comum em homens do que em mulheres e que a queixa de dor tipo claudicação intermitente não revela sua verdadeira incidência.

Estima‑se que a prevalência da arteriopatia obstrutiva crônica periférica seja inferior a 2% para homens com menos de 50 anos, aumentando para mais de 5% naqueles com mais de 70 anos. Em mulheres, essa prevalência é quase semelhante, somente uma década após a dos homens. Utilizando testes como o índice de pressão arterial sistólica tornozelo‑braço, verifica‑se que a doença arterial obstrutiva crônica periférica assintomática é 3 a 4 vezes mais freqüente do que aquela avaliada apenas pelo sintoma claudicação intermitente, atingindo prevalência inferior a 5% nos homens com menos de 50 anos e superior a 20% naqueles acima de 70. Esse fato talvez possa ser explicado admitindo‑se que muitos pacientes interpretam sua dificuldade de andar como uma manifestação normal da idade.

Os clássicos fatores de risco para aterosclerose também estão implicados nas arteriopatias obstrutivas crônicas dos membros inferiores, porém sua ordem de importância é diferente da doença coronariana ou carotídea. O tabagismo constitui o principal fator predisponente na doença arterial periférica além da hipertensão arterial e o diabetes melitus, sendo este último foi de maior risco em mulheres do que em homens.

 

SINTOMATOLOGIA

A arteriosclerose acomete principalmente artérias de grande e médio calibres. Nos membros inferiores, nos quais predomina, pode ocasionar variados graus de insuficiência arterial, desde isquemia muscular ao esforço (claudicação intermitente) até dor em repouso (isquemia crítica), com ou sem aparecimento de lesões tróficas (úlceras ou gangrenas.

A dor tipo claudicação intermitente, em aperto ou em forma de cãibra, ocorre, com maior freqüência, na musculatura posterior da perna, tanto nas obstruções do segmento arterial fêmoro-poplíteo como do eixo aorto‑ilíaco, e, nessa última eventualidade, a manifestação dolorosa pode acometer, também, a musculatura glútea e/ou a musculatura da coxa, adquirindo, então, um caráter de cansaço muscular.Também pode presentar claudicação intermitente das panturrilhas, coxas e nádegas e distúrbios de ereção.

A síndrome de Leriche é uma obstrução ao nível da bifurcação aortoilíaca.
Podem ser observadas alterações degenerativas e ulceração da pele da região afetada.

HCI - Hemodinâmica e Cardiologia Invasiva - Parapacientes

 

DIAGNÓSTICO

O estudo Doppler permite avaliar a pressão arterial na região afetada e determinar a gravidade da obstrução.
A arteriografia é útil para planejar o tratamento cirúrgico. A arteriografia continua sendo o padrão‑ouro dos métodos de estudo da circulação arterial periférica, fornecendo, no entanto, somente informações anatômicas da árvore arterial.

 

TRATAMENTO

O controle dos fatores de risco cardiovascular (hipertensão, dislipidemia, diabetes e tabagismo) é essencial para prevenir a progressão da doença.
As medidas voltadas ao cuidado e higiene dos pés devem ser extremas para evitar infecções e úlceras.
O exercício é indicado, pois estimula a formação de vasos colaterais.
Os casos mais graves requerem tratamento cirúrgico (tromboendarterectomia ou bypass) ou angioplastia.

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