Por RAQUEL LUIZA,
O prolapso da válvula mitral é uma alteração presente na válvula mitral, que é uma válvula cardíaca formada por dois folhetos, que ao fecharem, separa o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo do coração.
É produzida por má coaptação das válvulas mitrais, com deslocamento de uma ou ambas as válvulas em direção ao átrio na sístole.
O prolapso da válvula mitral é caracterizado por uma falha no fechamento dos folhetos da mitral, onde um ou os dois folhetos, podem apresentar um deslocamento anormal durante a contração do ventrículo esquerdo. Esse fechamento anormal, pode facilitar a passagem indevida de sangue, do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo, conhecida como regurgitação mitral.
Às vezes, pode causar regurgitação mitral.
É observada com muita frequência na população em geral, principalmente no sexo feminino.
Tem sido associada a doenças do tecido conjuntivo e à síndrome de Marfan.
É uma alteração comum e na maioria dos casos é assintomática e não traz prejuízos para a saúde, podendo acontecer tanto em homens quanto em mulheres.
SINTOMATOLOGIA
Em geral, é assintomático.
Em certos casos, pode causar dor no peito, palpitações, dispneia e síncope.
Raramente, pode ser complicada por regurgitação mitral progressiva, endocardite infecciosa, ruptura do cordão tendíneo, arritmias ou acidente vascular cerebral por embolia cardíaca.
Um “clique” no início ou próximo ao meio da sístole e um sopro sistólico podem ser ouvidos.
O prolapso da válvula mitral na maior parte dos casos, não é grave e não apresenta sintomas, não devendo portanto, afetar o estilo de vida de forma negativa. Quando surgem sintomas, podem ser tratados e controlados com medicamento e cirurgia. Apenas cerca de 1% dos pacientes com prolapso de válvula mitral vão apresentar piora do problema, podendo no futuro, necessitar de cirurgia para a troca da válvula.
Quando o prolapso mitral é muito grande, há um maior o risco de retorno de sangue para o átrio esquerdo, podendo agravar um pouco mais o quadro. Nesse caso, se não for tratado da forma correta, pode trazer complicações como infecção das válvulas do coração, vazamento grave da válvula mitral e batimento cardíaco irregular, com arritmias graves
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do prolapso da válvula mitral é feito pelo cardiologista com base no histórico clínico e sintomas apresentados pelo paciente, além de exames como o ecocardiograma e a ausculta do coração, em que são avaliados os movimentos de contração e relaxamento do coração.
O ecocardiograma permite o diagnóstico definitivo e quantificação da regurgitação mitral, se presente.
TRATAMENTO
Os casos assintomáticos não requerem tratamento.
Medidas de prevenção da endocardite infecciosa são recomendadas durante a realização de procedimentos de alto risco, como extrações dentárias ou intervenções geniturinárias ou endoscópicas.
O tratamento cirúrgico raramente é necessário.