Sem atingir a imunidade de rebanho, Secretaria de Saúde reforça necessidade da população seguir protocolos de distanciamento e uso de máscaras
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (6), a Secretaria de Saúde esclareceu o registro de casos de covid-19 divulgados no boletim epidemiológico sobre a doença no Distrito Federal na última terça-feira (5). O informativo trouxe o número de 3.016 novos casos registrados na capital. No entanto, o número não reflete a realidade.
Dos 3.016 casos registrados no Boletim Informativo nº 582, que apareceram em sistema ontem, 2.632 são notificações de casos represados, sendo 653 referentes a 2020
O alto número não corresponde aos casos registrados em 24 horas, a exemplo dos informes anteriores, visto que a mudança do sistema de dados do Ministério da Saúde represou a notificação de alguns casos de covid-19 ocorridos este ano e no ano passado.
“O Ministério da Saúde fez uma alteração no sistema e-SUS Notifica no final de setembro e isso impactou a extração de informações por todos os estados, não só pelo DF. Inclusive podemos observar que o número de casos é proporcionalmente bem menor, isso porque o DF não capta os casos exclusivamente deste sistema”, esclareceu a diretora de Vigilância Epidemiológica substituta, Priscilleyne Reis, durante a coletiva.
Dos 3.016 casos registrados no Boletim Informativo nº 582, que apareceram em sistema ontem, 2.632 são notificações de casos represados, sendo 653 referentes ao ano de 2020.
O aumento do registro de casos pode refletir nos índices da taxa de transmissão dos próximos dias. Atualmente, o RT do DF está em 1.15. O secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, pediu que a população não deixe de adotar as medidas não farmacológicas de cuidados contra a covid-19.
“Não se atingiu ainda a imunidade de rebanho. Neste momento iremos investir na vacinação e na recomendação de medidas não farmacológicas, como o uso de máscara, a higiene constante das mãos e o distanciamento social sempre que possível. Esse é o momento que estamos vivendo”, afirmou o secretário.
Antecipação da D2
Na manhã desta quarta-feira (6), o DF recebeu 60 mil doses da vacina AstraZeneca, todas destinadas à aplicação de segundas doses. Com isso, o Comitê Gestor de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 decidiu por antecipar a segunda dose das pessoas que estão agendados até o dia 5 de novembro.
Também foi decidida ampliação da vacina Pfizer-BioNTech para quem tem a segunda dose marcada para o mesmo período. Isso foi possível com a chegada de 152,1 mil doses que chegaram ao DF na terça.
6 milvagas de agendamento foram abertas para a vacinação ao grupo de imunossuprimidos graves
A antecipação poderá ser feita a partir de sexta-feira (8). Das doses de Pfizer recebidas, 143.910 são destinadas a aplicação de segunda dose e as outras 8.190 para aplicação da dose de reforço em idosos com 60 anos ou mais. Esse público começa a ser vacinado também na sexta, porém deve-se observar que a vacina só será aplicada em quem recebeu a segunda dose há pelo menos seis meses.
Na coletiva, o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, convocou a população do DF que já está dentro desse prazo a concluir o seu processo de imunização. “Do ponto de vista cronológico, com as antecipações que estamos fazendo, já alcançamos a faixa etária dos 30 anos. Isso é muito importante”, afirmou.
“Quanto mais rápido conseguirmos consolidar esse processo, mais tranquilos ficaremos do ponto de vista de cobertura vacinal. Faço um apelo para que todos procurem os postos para tomarem a segunda dose”, acrescentou Valero.
Reforço para imunossuprimidos
A Secretaria de Saúde também abriu 6 mil vagas de agendamento para a vacinação ao grupo de pacientes imunossuprimidos graves. No entanto, até o momento, apenas cerca de 500 pessoas agendaram a vacinação. Quem preenche os requisitos definidos pelo Ministério da Saúde e que tenha recebido a segunda dose há pelo menos 28 dias, pode agendar atendimento no site da Secretaria de Saúde.
Cirurgias Eletivas
Um mapeamento cirúrgico consolidado pela secretária adjunta de Assistência à Saúde, Raquel Beviláqua, revela que o DF fechou o mês de setembro com certa estabilidade no número de cirurgias eletivas realizadas na rede. Foram executados 2.089 procedimentos eletivos.
Ao comentar o mapeamento, a secretária esclarece que o novo fluxo adotado pela gestão da secretaria – com a ampliação da capacidade cirúrgica e da força de trabalho dos hospitais, além do terceiro turno – contribui inclusive para os procedimentos de urgência na rede.
“No mês de setembro, com essa intervenção de ajustes assistenciais, a gente observa que o nosso paciente aguardou muito menos em um leito da rede para ser operado. Houve um maior giro de leitos e, com isso, foi realizado um maior número de procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF