Saiba mais sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da doença
Neste mês é realizada a campanha Outubro Verde, que busca promover a conscientização sobre a sífilis no Brasil. A iniciativa chama a atenção para formas de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. No Distrito Federal, conforme dados do último Boletim Epidemiológico divulgado pela Subsecretaria de Vigilância à Saúde, da Secretaria de Saúde, foram notificados 2.154 casos de sífilis adquirida em ambos os sexos em 2020, sendo que, para cada 3,3 homens infectados, tem-se uma mulher com a doença.
No Distrito Federal, em 2020, foram registrados 921 casos de sífilis em gestantes, o que representa um aumento médio de 21,1% em relação ao ano anterior | Fotos: Breno Esaki/Agência Saúde-DF
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. A sífilis adquirida apresenta-se quando sua transmissão ocorre pelo contato sexual desprotegido ou pelo contato com sangue contaminado. Por meio da Lei nº 13.430, de 31 de março de 2017, instituiu-se o terceiro sábado do mês de outubro de cada ano como o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita (transmitida da mãe para o feto).
Cenário no Distrito Federal
“As maiores proporções de casos notificados se concentram em homens na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre as mulheres, a faixa etária mais acometida é de 15 a 19 anos”, informa a técnica da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist), Daniela Magalhães.
Segundo ela, foram registrados 921 casos de sífilis em gestantes em 2020, o que representa um aumento médio de 21,1% em relação ao ano anterior. Em relação à sífilis congênita, o DF registrou 271 casos no ano passado. “Isso demonstra a necessidade de captação precoce das gestantes para o pré-natal e diagnóstico oportuno”, enfatiza Daniela.
“As maiores proporções de casos notificados se concentram em homens na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre as mulheres, a faixa etária mais acometida é de 15 a 19 anos”Daniela Magalhães, técnica da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis
Somado a isso, ela destaca que, para além de uma boa cobertura de assistência pré-natal, é preciso identificar e corrigir falhas que ocorrem durante o cuidado, especialmente em relação à testagem, tratamento, registro de tratamento e seguimento com exame laboratorial.
Prevenção e diagnóstico
O uso de preservativos em todas as relações sexuais, o acompanhamento durante a gestação e a testagem regular são formas de prevenir a doença.
A Secretaria de Saúde disponibiliza testes rápidos para o diagnóstico da sífilis em todas as unidades básicas de saúde (UBSs) e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), antigo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na Rodoviária do Plano Piloto. “Nas maternidades, todas as gestantes e mulheres em situação de abortamento também são testadas. O teste também é oferecido às pessoas em situação de violência e à população privada de liberdade”, acrescenta Daniela.
Durante a gestação, o teste é solicitado no primeiro, no segundo e no terceiro trimestre tanto para a gestante quanto para o parceiro. Além disso, a mulher é testada no momento do parto. “É muito importante que o pré-natal seja iniciado precocemente, pois quanto mais rápido a mulher é tratada, menores são as chances de transmissão vertical”, enfatiza a técnica da Gevist.
O resultado do teste sai em 15 minutos após a coleta do material. Caso o teste dê positivo, a amostra é encaminhada para comprovação laboratorial. Após a confirmação, o tratamento é iniciado imediatamente.
Sintomas
A sífilis é caracterizada por períodos de atividade e latência, esse último não manifesta sintomas. Além disso, apresenta diferentes fases. A primária é caracterizada por uma ferida única e indolor, com bordas bem definidas e endurecidas. A secundária inicia-se após a cicatrização da úlcera – normalmente a lesão cicatriza sem nenhum tipo de intervenção. A fase terciária é assinalada por destruição tecidual e pode afetar os sistemas cardiovascular, nervoso e ósseo.
Tratamento
A detecção e o tratamento precoce são fundamentais para evitar a propagação da doença. O tratamento é feito com uso de medicamento disponibilizado na rede pública de saúde. “Apesar de ser uma doença tratável e curável, ela não gera imunidade. Portanto, a pessoa pode se reinfectar caso tenha relações sexuais desprotegidas com pessoa infectada”, alerta Daniela.
Complicações
A sífilis durante a gestação pode provocar aborto, prematuridade e sequelas neurológicas, podendo causar, inclusive, a morte do recém-nascido. O pré-natal é importante para identificar a doença e está disponível em todas as unidades básicas de saúde do Distrito Federal. A gestante deve procurar a UBS mais próxima de sua residência para receber as orientações e iniciar o atendimento.
Crianças nascidas de mães contaminadas são consideradas de potencial risco de contaminação, mesmo que as genitoras tenham recebido tratamento. Essas crianças podem ter acompanhamento médico nas UBSs.
A sífilis durante a gestação pode provocar aborto, prematuridade e sequelas neurológicas, podendo, inclusive, causar a morte do recém-nascido
Quando não tratada, a infecção pode evoluir para estágios de gravidade variada, acometendo diversos órgãos e sistemas, principalmente nervoso e cardiovascular.
Conscientização
A Gerência de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis atua para conscientizar sobre a doença, a partir de estratégias de comunicação em saúde para a população em geral e, especialmente, para as populações mais vulneráveis. Ainda, promove educação permanente das equipes de saúde, com o desenvolvimento de ações de prevenção coletiva da sífilis.
*Com informações da Secretaria de Saúde