Por RAQUEL LUIZA,
A hérnia de hiato ou hérnia hiatal consiste na passagem de parte de órgãos abdominais (geralmente estômago) para dentro do tórax.
A cavidade torácica está separada da cavidade abdominal por um músculo – o diafragma. Nesse músculo existe um orifício, o hiato, por onde passa o esófago. Quanto esse orifício alarga, a pressão abdominal “empurra” o conteúdo abdominal para dentro do tórax, formando-se assim a hérnia de hiato.
No conteúdo da hérnia de hiato podemos encontrar estômago, intestino delgado, cólon, grande epíplon…. No entanto, o mais vulgar é existir apenas estômago no seu interior.
É classificado em:
– Tipo I ou por deslocamento: a união esofagogástrica se move pelo hiato sem apresentar saco herniário.
– Tipo II ou paraesofágico: a junção gastroesofágica permanece no lugar e o que se move é o estômago, formando um saco herniário no mediastino.
–Tipo 3 – Combinação de tipo 1 e 2;
-Tipo 4 – Apresentam outras estruturas como cólon ou epíplon, no seu interior.
SINTOMATOLOGIA
Geralmente apresentam sintomas de refluxo gastroesofágico (azia, regurgitação).
A combinação mais comum é o sangramento gastrointestinal oculto e crônico.
O mais grave é o volvo gástrico, que consiste na rotação do estômago em seu eixo e requer tratamento urgente.
Muitas hérnias de hiato não apresentam sintomas, sobretudo as mais pequenas. No entanto, podem causar sintomas muito intensos e variados, a vários níveis:
Sintomas digestivos
- Sensação de queimadura dentro do tórax (refluxo gastroesofágico);
- Dor retroesternal ou epigástrica;
- Dificuldade em engolir (disfagia);
Sintomas respiratórios
- Dificuldade em respirar e cansaço fácil;
- Tosse irritativa crónica;
- Crises asmatiformes;
Sintomas cardíacos
- Palpitações;
- Arritmia;
Algumas hérnias de hiato podem ainda causar anemia importante. Por vezes, é através da procura da causa dessa anemia que se descobre a hérnia.
DIAGNÓSTICO
A hérnia do hiato não pode ser vista do exterior do organismo. Suspeita-se da sua existência pela sintomatologia do doente ou é descoberta por acaso em exames a que o doente se submete.
Os exames que habitualmente revelam a hérnia de hiato são a endoscopia digestiva alta, a radiografia contrastada esofagogástrica ou tomografia computorizada (TAC). Existem, no entanto, outros exames que podem indiciar a sua existência.
TRATAMENTO
Os casos graves de hérnia tipo I e todas as hérnias tipo II requerem tratamento cirúrgico, geralmente laparoscopicamente.
Os sintomas melhoram com dieta e tratamento postural. O refluxo gastroesofágico requer a administração de inibidores da bomba de prótons (omeprazol).