Por RAQUEL LUIZA,
Conjunto de lesões hepáticas induzidas pelo consumo de álcool.
O espectro é variável e compreende três condições patológicas definidas: fígado gorduroso alcoólico (esteatose hepática), hepatite alcoólica e cirrose alcoólica.
Em geral, estão relacionados à quantidade diária de álcool consumida, à idade de consumo e à suscetibilidade individual. Cerca de 40-80 g/dia em homens e 20-40 g/dia em mulheres, por 10 a 12 anos, é o suficiente para causar danos ao fígado na ausência de outras doenças hepáticas.
O fígado gorduroso alcoólico é produzido pelo acúmulo de triglicerídeos nas células do tecido hepático.
Geralmente se apresenta como um aumento assintomático do fígado (hepatomegalia).
A hepatopatia alcoólica é responsável por 3 milhões de mortes anualmente em todo o mundo.
Os quadros clínicos são altamente variáveis. Não há exame laboratorial específico para identificar o álcool como uma causa de danos ao fígado. A biópsia hepática, em um contexto de história de abuso de álcool, é diagnóstica, mas não é absolutamente indicada para todos os pacientes.
A hepatite alcoólica é caracterizada por infiltrado inflamatório e destruição das células do fígado.
A abstinência de álcool é a primeira linha de tratamento, com exames periódicos de enzimas hepáticas para monitorar danos contínuos ao fígado. A abstinência também é essencial na prevenção de hepatopatias alcoólicas.
As complicações incluem hemorragia por varizes esofágicas ou gástricas, ascite, coagulopatia, encefalopatia hepática e câncer hepático.
SINTOMATOLOGIA
Os sintomas de hepatite alcoólica surgem à medida em que há inflamação do fígado devido ao consumo crônico de bebidas alcoólicas, sendo os principais:
- Dor abdominal do lado direito;
- Pele e olhos amarelados, situação chamada de icterícia;
- Inchaço do corpo, especialmente na barriga;
- Perda de apetite;
- Cansaço excessivo;
- Náuseas e vômitos;
- Perda de peso sem causa aparente;
- Aumento do fígado e do baço, que pode ser percebido através do aumento do volume abdominal.
Normalmente, pessoas que apresentam sinais e sintomas de hepatite alcoólica e que não iniciam o tratamento adequado, possuem uma taxa de sobrevivência de 6 meses após o surgimento dos primeiros sintomas. Por isso, é muito importante consultar o hepatologista o mais rápido possível sempre que surgem sintomas de problemas no fígado
Pode progredir para insuficiência hepática grave.
A cirrose alcoólica é o estágio final. Consiste em um padrão de fibrose e nódulos de regeneração. Os sintomas são de insuficiência hepática terminal.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da hepatite alcoólica é feito pelo hepatologista ou clínico geral através de exames laboratoriais, como dosagem de enzimas que avaliam a função do fígado e hemograma completo. Além disso, o médico pode recomendar a realização de exames de imagem, como a ultrassonografia abdominal, para verificar se há alterações no fígado e no baço.
TRATAMENTO
Em todos os casos, é necessário parar de beber álcool.
A abstinência permitirá a cura do fígado gorduroso e de muitos casos de hepatite alcoólica.
Os esteróides podem ser úteis na hepatite alcoólica aguda.
Nos casos de cirrose, permitirá uma melhora da função hepática.
Em casos graves, e se o paciente parar de beber, um transplante de fígado pode ser indicado.