Por RAQUEL LUIZA,
Sintomas clínicos ou envolvimento do tecido esofágico causado por refluxo gastroesofágico.
O conteúdo gástrico pode refluir devido ao aumento do volume do conteúdo gástrico (por exemplo, após ingestão ou na presença de obstrução pilórica), devido ao efeito da gravidade (posição de decúbito) e devido ao aumento da pressão intragástrica (obesidade, gravidez , roupas justas). Além disso, é necessária a alteração dos mecanismos anti-refluxo (competência do esfíncter esofágico inferior, integridade do ligamento freio-esofágico e manutenção do ângulo de His agudo).
Substâncias como gastrina, agonista alfa-adrenérgico, beta-bloqueadores e histamina aumentam a pressão do esfíncter esofágico inferior, enquanto glucagon, somatostatina, progesterona, gorduras, chocolate e etanol, entre outros, diminuem.
Quando os mecanismos de proteção da mucosa esofágica são ultrapassados, ocorre esofagite com infiltração da mucosa por células inflamatórias e alterações nas células do epitélio.
SINTOMATOLOGIA
Os sintomas geralmente aparecem quando há esofagite.
A azia (sensação de queimação retroesternal) é a mais comum.
Além disso, podem ocorrer regurgitação ácida, dor torácica ou disfagia.
Sintomas como faringite, laringite, broncoespasmo, pneumonia ou asma crônica podem ocorrer devido a microaspirações.
As complicações mais frequentes são úlceras esofágicas e sangramento gastrointestinal, estenose esofágica e esôfago de Barrett.
Os sintomas de refluxo são bastante desconfortáveis e, por isso, é importante que o gastroenterologista seja consultado para que possa ser feita uma avaliação e indicado o tratamento mais adequado, que normalmente envolve o uso de medicamentos que diminuem a produção de ácido pelo estômago e ajudam a aliviar os sintomas.
Os sintomas tendem a piorar quando dobra-se o corpo para baixo para pegar algo do chão, por exemplo, ou quando a pessoa permanece na posição horizontal após a refeição, como ocorre na hora de dormir. O refluxo constante pode provocar uma intensa inflamação na parede do esôfago, chamada de esofagite, que, se não for tratada corretamente, pode até levar ao câncer.
DIAGNÓSTICO
Isso é feito através da história médica.
Em casos duvidosos ou que não respondem ao tratamento, a endoscopia deve ser realizada com tomada de biopsia e medição do pH intraesofágico (pHmetria).
O gastroenterologista, pediatra ou clínico geral a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa. Além disso, é indicada a realização de alguns exames para confirmar o diagnóstico e verificar a gravidade do refluxo.
Assim, pode ser indicado pelo médico a realização de esofagomanometria e medição do pH em 24 h que relaciona os sintomas apresentados com alterações da acidez do suco gástrico para determinar o numero de vezes que ocorre o refluxo.
TRATAMENTO
O tratamento médico inclui as seguintes medidas gerais:
- elevação da cabeceira da cama;
- Dieta (evite refeições fartas, gorduras, chocolate e álcool);
- Evite deitar imediatamente após as refeições;
- Eliminar o tabaco e suprimir drogas que diminuem a pressão do esfíncter esofágico inferior.
Indivíduos com sintomas leves melhoram com medicamentos que inibem a secreção de ácido (inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol), embora sejam observadas recidivas frequentes.
O tratamento cirúrgico é indicado em pacientes que não respondem ao tratamento médico, com complicações associadas ao refluxo (esofagite grave, hemorragia, aspiração brônquica) ou com hérnia paraesofágica.