Governo local segue imunizando população, porém cobertura em 2021 ainda é baixa entre grupos prioritários
O contágio por covid-19 em toda a família, em momentos diferentes, desregulou o controle vacinal da professora Daniela Frade, 47 anos. Moradora da Asa Norte, ela focou em se imunizar contra o novo coronavírus, ainda que contraído entre a primeira e a segunda dose, e acabou retardando a busca pela vacina que toma anualmente: a que previne a contaminação pelo vírus influenza.
Nesta semana, a educadora entrou na fila junto com outras pessoas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Asa Norte para finalmente completar seu calendário vacinal. “Sou totalmente favorável a qualquer tipo de vacina. Tomo todos os anos contra a gripe, mas me atrasei administrando os casos de covid em casa”, conta ela, mãe de três filhos.
O aumento de síndromes gripais em outros estados brasileiros tem feito a população do Distrito Federal procurar um dos pontos de vacinação espalhados pelo Plano Piloto e as outras 32 regiões administrativas, abertos das 8h às 17h.
Agora, já não é mais necessário o intervalo de 14 dias entre as vacinas da gripe e da covid, podendo ser tomadas, inclusive, na mesma hora.
Ainda assim, a cobertura vacinal contra a gripe no DF foi aquém do esperado em 2021. Durante a campanha aberta pelo Governo do Distrito Federal (GDF), entre 12 de abril e 31 de agosto, foram vacinadas 1.002.342, contra 1.082.667 em 2020, e 894.959 em 2019.
Com o baixo interesse pelos grupos prioritários, o Ministério da Saúde liberou a vacinação gratuita para toda população acima dos 6 meses de idade.
Seja motivado pelo aumento dos números de casos de gripes no país ou interesse em sair do DF para aproveitar as festas ou férias de fim de ano, a busca pelo imunizante nos últimos dias impressionou até os atendentes das UBSs. “Tá vindo tanta gente que parece ainda estarmos em campanha”, observa a técnica em enfermagem da UBS 1 Simara Penido.
Entre os grupos prioritários, os idosos foram os que mais se preveniram ao contágio da gripe. Entre esse grupo a cobertura vacinal chegou a 76,7%, seguidos dos professores, com 75,9%; das gestantes, com 65.5%; das puérperas, com 55,7%; e das pessoas com comorbidades, com apenas 27,3% imunizadas.
Enfermeira da área técnica de Imunização da Secretaria de Saúde, Fernanda Lemos diz que o aumento do número de casos de pessoas gripadas fez com que pessoas “vissem” a doença, e começassem a correr atrás do imunizante. “É importante se vacinar antes de a doença aparecer, logo quando a campanha é liberada para o seu grupo. O efeito da vacina é preventivo e não curativo”, lembra.
Confira os funcionamentos das UBS’s do DF