Por RAQUEL LUIZA,
É o mais comum dos tumores de cabeça e pescoço.
Geralmente é um carcinoma de células escamosas.
Existem formas vegetativas, alceradas e infiltrantes.
Geralmente está localizado nas cordas vocais (carcinomas glóticos).
É mais comum em homens e está diretamente relacionada ao tabagismo e consumo de álcool.
SINTOMAS
A disfonia progressiva, com voz estridente, é um sinal de alerta. Pode estar associada a diferentes graus de disfagia, odinofagia, tosse, estridor e/ou dispneia.
Os carcinomas glóticos constituem a metade dos casos. Produzem disfonia crônica, que piora progressivamente.
Os tumores supraglóticos constituem 40% e clinicamente levam a distúrbios da deglutição, com odinofagia e sensação de corpo estranho e otalgia reflexa. Quando o tumor cresce, podem aparecer sintomas como perda de peso. hemoptise e dispneia.
Os tumores subglóticos constituem 1-3% dos casos. Seus sintomas podem ser inespecíficos, podendo produzir disfonia apenas em casos avançados, e pode ser diagnosticado pela obstrução da via aérea que produz durante seu crescimento.
DETENCÇÃO PRECOCE
A detecção precoce do câncer busca encontrar o tumor em fase inicial e, com isso, favorecer o tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de laringe traga mais benefícios do que riscos e, portanto, ele não é atualmente recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer melhor resultado do tratamento e deve ser buscado com a investigação dos seguintes sinais e sintomas:
- dor de garganta
- rouquidão
- alteração na qualidade da voz
- dificuldade de engolir
- sensação de “caroço” na garganta
- nódulo (caroço) no pescoço
Na maioria das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do câncer da laringe se dá por meio da laringoscopia, exame que pode ser feito no consultório. Durante sua realização, é possível a coleta de fragmentos do tumor para exame histopatológico (do tecido). A biópsia é obrigatória antes de qualquer planejamento terapêutico, pois a laringe pode abrigar tipos diversos de lesões benignas que aparentam malignidade. A biópsia pode ser feita sob anestesia local, com uso de endoscópios (tubos com câmeras em uma das extremidades) flexíveis ou rígidos, ou sob anestesia geral pela laringoscopia direta, caso não seja indicado o procedimento sob anestesia local. Incluem-se nesses casos pacientes com lesões mais complexas e que tenham outras condições clínicas que dificultem o procedimento. O estadiamento (evolução) em que se encontra o tumor e suas características determinam a escolha do melhor tratamento do ponto de vista oncológico e funcional.
TRATAMENTO
O objetivo do tratamento do câncer de laringe é curar a doença. Os objetivos secundários incluem a preservação ou reconstrução dos mecanismos fonatórios e a capacidade de deglutir sem aspiração.
Se estiver em estágio inicial, o tratamento consiste em cirurgia (laringectomia parcial ou total) ou radioterapia. Quando as cordas vocais são afetadas, a radioterapia é preferida e geralmente preserva o tom normal da voz.
Estágios avançados requerem a remoção parcial ou total da laringe (laringectomia parcial ou total) e radioterapia.