Por RAQUEL LUIZA,
Entrada de ar no espaço pleural.
Produz descolamento das camadas parietal e visceral, causando compressão e colapso do parênquima pulmonar. Pode se:
- De causa traumática, por trauma aberto ou fechado.
- Espontânea, em jovens saudáveis (ruptura de bolhas apicais) ou em pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva).
- Catamenial, em que as mulheres jovens em relação à menstruação.
O pneumotórax surge quando o ar, que devia estar dentro do pulmão, consegue escapar para o espaço pleural que fica entre os pulmões e a parede torácica. Quando isso acontece, o ar faz pressão sobre o pulmão, levando-o a colapsar, e, por isso, é comum o surgimento de intensa dificuldade para respirar, dor no peito e tosse.
Geralmente, o pneumotórax surge após um trauma, especialmente quando existe um corte na cavidade torácica ou após um acidente de trânsito, mas também pode surgir como consequência de uma doença crônica ou até sem qualquer causa aparente, embora seja mais raro.
Por poder afetar gravemente a respiração e até alterar o funcionamento do coração, sempre que existe suspeita de pneumotórax é muito importante ir imediatamente ao hospital para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, evitando complicações.
SINTOMAS
Dor de início súbito com características pleuríticas no hemitórax afetado, acompanhada de dispneia. Até 10% dos pneumotórax podem ser assintomáticos.
O exame físico pode mostrar diminuição ou ausência de sopro vesical, timpanismo ou percussão e diminuição das vibrações vocais no hemitórax afetado. Em algumas ocasiões, outros sinais também podem ser observados, como a expansão do hemitórax afetado e um som assíncrono do tipo “crunch” com os batimentos cardíacos (sinal de Hamman).
O que causa o pneumotórax
Existem várias causas que podem provocar o surgimento de um pneumotórax. Assim, de acordo com a causa, o pneumotórax pode ser dividido em quatro principais tipos:
1. Pneumotórax primário
Surge em pessoas sem histórico de doença pulmonar e sem qualquer outra causa aparente, sendo mais comum em fumantes e em pessoas com outros casos de pneumotórax na família.
Além disso, pessoas altas ou com idade entre 15 e 34 anos também parecem ter maiores chances de desenvolver este tipo de pneumotórax.
2. Pneumotórax secundário
O pneumotórax secundário acontece como complicação de uma outra doença, geralmente um problema respiratório anterior. Os tipos de doenças pulmonares mais comuns como causa do pneumotórax incluem as DPOC, fibrose cística, asma severa, infecções do pulmão e fibrose pulmonar.
Já outras doenças que também podem resultar em pneumotórax, mas que não estão relacionadas diretamente com o pulmão são a artrite reumatoide, a esclerose sistêmica ou a dermatomiosite, por exemplo.
3. Pneumotórax traumático
É possivelmente o tipo mais comum de pneumotórax que acontece quando surge um trauma na região torácica, devido a cortes profundos, fratura de costelas ou acidentes de trânsito, por exemplo.
Além disso, pessoas que fazem mergulho também pode ter este tipo de pneumotórax, especialmente se subirem muito rápido até à superfície, devido às diferenças de pressão.
4. Pneumotórax hipertensivo
Esta é uma das formas mais graves de pneumotórax, na qual o ar passa do pulmão para o espaço pleural e não consegue regressar ao pulmão, acumulando-se aos poucos e causando intensa pressão sobre o pulmão.
Neste tipo, é possível que os sintomas vão piorando muito rapidamente, sendo urgente ir no hospital para iniciar o tratamento.
DIAGNÓSTICO
O exame mais simples e com grande capacidade diagnóstica é a radiografia simples do tórax. Actualmente é realizada por rotina a tomografia axial computorizada (TAC) porque permite o eventual diagnóstico de patologias subjacentes.
TRATAMENTO
Pequenos pneumotórax espontâneos, sem comprometimento ventilatório, requerem apenas repouso e observação.
Aqueles de maior tamanho ou associados a envolvimento respiratório requerem drenagem torácica
Para prevenir a recorrência, pode ser necessário o tratamento cirúrgico por videotoracoscopia (ressecção de pequenas bolhas ou bolhas subpleurais) e fusão química das lâminas pleurais (pleurodese).
O pneumotórax hipertensivo é uma emergência e, na suspeita, deve-se iniciar a administração de oxigênio e equilibrar as pressões, sem aguardar confirmação radiológica. Para fazer isso, uma agulha de grande calibre é inserida no segundo espaço intercostal. A saída de ar confirma o diagnóstico e deve ser deixada aberta até que um tubo de drenagem permanente seja colocado.