Por RAQUEL LUIZA,
Quilotórax surge quando existe o acúmulo de linfa entre as camadas que revestem os pulmões, chamadas de pleuras. A linfa costuma se acumular nesta região por uma lesão nos vasos linfáticos do tórax, que pode acontecer por causas como traumatismo, tumor, infecção ou devido a uma alteração congênita na anatomia do recém nascido.
Geralmente é causada por ruptura do ducto torácico ou de um de seus afluentes.
As causas mais comuns são tumores (geralmente linfomas) e traumas.
O quilotórax pode provocar sinais e sintomas como falta de ar, dor no peito ou tosse, e o tratamento é feito pelo pneumologista ou cirurgião torácico, podendo incluir o jejum ou uso de remédios para diminuir a produção de líquido nos vasos linfáticos, além da drenagem do líquido da região e cirurgia para corrigir a sua causa.
O acúmulo de qualquer substância entre as pleuras é chamado de derrame pleural, e o quilotórax é o tipo menos comum deste problema, que pode também acontecer pelo acúmulo de líquidos, sangue, pus ou ar, por exemplo.
SINTOMAS
Os sintomas são semelhantes aos de outros derrames pleurais.
Derrames de grande volume e recorrentes são frequentemente associados a sinais de desnutrição devido à perda contínua de ácidos graxos de cadeia longa.
Os sintomas que podem surgir devido a um pneumotórax incluem:
- Falta de ar;
- Dor no peito;
- Respiração acelerada;
- Tosse;
- Batimentos cardíacos acelerados;
- Queda da pressão arterial.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é confirmado pela demonstração de um valor de triglicerídeos maior que 110 mg/dl, ou a presença de quilomícrons em uma amostra de líquido pleural.
Pode haver uma diminuição no número de linfócitos no sangue periférico.
Uma radiografia de tórax pode evidenciar a área de acúmulo de líquido, no entanto, o quilotórax só é confirmado após a drenagem de uma amostra deste líquido, em um procedimento médico chamado toracocentese, que mostra um líquido com aspecto leitoso,que não clareia após a centrifugação, realizado e analisado no laboratório.
Outros exames que podem ser realizados para ajudar no diagnóstico incluem a ultrassonografia do tórax, ressonância magnética ou a linfografia do ducto torácico, por exemplo, que ajudam a localizar a lesão e a diferenciar de outras causas.
TRATAMENTO
O tratamento do quilotórax é indicado pelo pneumologista e inclui formas de diminuir a produção de líquidos nos vasos linfáticos, como através de dieta pobre em gordura, jejum, alimentação somente através de catéteres nas veias ou uso de remédios como a Somatostatina ou Octreotíde, que atuam diminuindo as secreções digestivas.
Se a causa for traumática, a drenagem pleural é realizada juntamente com alimentação parental ou alimentação oral com ácidos graxos de cadeia média (são absorvidos diretamente do intestino para o sangue.
Se não houver resposta, está indicada a ligadura do ducto toracolinfático.
Se secundária a neoplasia, quimioterapia ou radioterapia podem ser eficazes.
Para melhor compreensão:
Os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) são substâncias produzidas à partir da ação de bactérias do cólon num processo de fermentação anaeróbia de fibras ingeridas na dieta.
ácidos graxos de cadeia curta – Os TG podem ser formados por ácidos graxos de cadeia média (AGCM) ou de cadeia longa (AGCL). Os TG de cadeia média (TCM), contém de 6 a 12 átomos de carbono, e são encontrados na gordura do coco. Já os TG de cadeia longa, que possuem mais de 12 átomos de carbono, são encontrados nos óleos vegetais.