Hospital de Santa Maria terá fisioterapeutas 24 horas no centro obstétrico

Serviço começa a funcionar ininterruptamente neste domingo (1) para atender gestantes que chegam pela emergência

Agência Brasília* | Edição: Cláudio Fernandes

Referência em partos de alto risco, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) será o primeiro da rede pública de saúde do Distrito Federal a oferecer fisioterapia 24 horas, todos os dias, para atender as gestantes no centro obstétrico (CO).

O atendimento era realizado de segunda a sábado, apenas no período diurno. Com a ampliação, a ideia é fortalecer o cuidado com a mulher no pré-parto e no pós-parto, estimular o parto natural, bem como humanizar o atendimento com aplicação de técnicas que trazem conforto.

Para tornar o serviço ininterrupto, o Iges-DF convocou mais quatro fisioterapeutas para o quadro do HRSM | Fotos: Davidyson Damasceno/Iges-DF

Para tornar o atendimento ininterrupto, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que administra o HRSM, convocou mais quatro fisioterapeutas, possibilitando que a fisioterapia no CO comece a funcionar 24 horas a partir deste domingo (1).

Uma das pacientes atendidas pelo serviço no CO do HRSM, a moradora de Luziânia Andressa Rejany da Silva Souza, 26 anos, conta como se sentiu durante a terapia feita no pré-parto no dia 24 de fevereiro, quando entrou em trabalho de parto para dar à luz Henrique da Silva.

A paciente Andressa Rejany da Silva Souza, 26 anos, foi atendida pela fisioterapia do hospital no dia 24 de fevereiro, quando deu à luz Henrique da Silva

“Uma fisioterapeuta chegou dizendo que iria me ajudar, passou óleo mineral no meu corpo, fazendo massagem para reduzir a dor da contração e me ensinando posições para dilatar mais rápido. Ela passou essência de lavanda no meu nariz para eu ficar mais relaxada. Gostei muito, me senti muito bem tratada e eu recomendo muito para todo mundo”, disse.

Rejany também se lembra do estímulo emocional que recebeu da profissional. “Ela me incentivou a ter forças e a não desanimar. Eu tinha que fazer muita força e ela me ajudou. Eu me surpreendi muito, porque não imaginei ter um tratamento assim em um hospital público”, revelou a paciente, que recebeu alta no dia seguinte.

Paula Sandra dos Santos, 39 anos, também teve o apoio das fisioterapeutas do HRSM antes do nascimento de seu nono filho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Paula Sandra dos Santos Oliveira, 39 anos, também contou com a ajuda das fisioterapeutas antes do nascimento do nono filho no dia 21 de março. Davi dos Santos Oliveira nasceu com 43 centímetros, pesando 1,935 quilos.

“Eu estava sentindo muita dor antes do parto, mas com a ajuda da fisioterapia, as dores aliviaram bastante. Elas me acalmaram e me relaxaram. Após os exercícios feitos com as fisioterapeutas, em uns 20 minutos o bebê já nasceu com parto normal. Foi muito bom o atendimento”, disse.

“Eu fiquei desesperada, porque a gente espera que a bolsa estoure na hora certa. Fiquei preocupada, angustiada, mas a equipe foi maravilhosa, conversou comigo, me explicou, disse que estava sendo acompanhada pelos melhores profissionais”Elisa Siqueira de Moura, 19 anos

Já a paciente Elisa Siqueira de Moura, 19 anos, mãe pela segunda vez, conta que, no dia 19 de março, a bolsa com líquido amniótico estourou antes do tempo previsto. Por isso, precisou ser internada às pressas no HRSM. Mas graças ao atendimento recebido, foi possível prorrogar a data do nascimento, o que ajudou o bebê a ganhar mais peso ainda no ventre da mãe.

“Eu fiquei desesperada, porque a gente espera que a bolsa estoure na hora certa. Fiquei preocupada, angustiada, mas a equipe foi maravilhosa, conversou comigo, me explicou, disse que estava sendo acompanhada pelos melhores profissionais”, disse a paciente, que também recebeu orientação da equipe de fisioterapia por se tratar de uma gestação de alto risco.

Histórico

A gerente multiprofissional do HRSM, Luciana Guimarães, conta que a oferta de fisioterapia no centro obstétrico não é obrigatória, apesar de existirem projetos de lei que tratem sobre o assunto. A ideia de criar o serviço no CO veio em março de 2020, quando foi necessário fechar serviços ambulatoriais por causa da pandemia de covid-19. “Surgiu a ideia de começar um projeto piloto e duas pessoas que trabalham no ambulatório foram atuar na maternidade para coletar dados e começar esse trabalho, o que deu muito certo”, recorda.

Segundo ela, hoje o projeto chamado Fisioterapia na Saúde da Mulher conta com um fluxo de acompanhamento que começa na admissão de pacientes no centro obstétrico, passa pela maternidade e vai até após a alta hospitalar no ambulatório.

Dessa forma, há seis profissionais envolvidas atualmente, sendo três para o CO, que passará a ter sete com a nova contratação, duas para a maternidade, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e uma no ambulatório, com agendamentos para as mulheres que já receberam alta.

Geisielli da Silva Cruz, uma das primeiras fisioterapeutas a iniciarem o projeto, explica como funciona o serviço na maternidade. “Fazemos uma busca ativa para procurar as mães que mais precisam desse atendimento. Criamos um tratamento de forma individualizada de acordo com a necessidade, o que ajuda inclusive a diminuir o tempo de internação”, disse.

A fisioterapeuta Giovanna Cassaro destacou que a fisioterapia é muito importante no pós-parto, a fim de “devolver a qualidade de vida dessas mulheres”

Já a fisioterapeuta do Ambulatório, Giovanna Cassaro, destacou que, após a gestação, a mulher pode ter diversas intercorrências, sendo algumas delas causada pelo peso da barriga que gera pressão no assoalho pélvico. “Elas podem ter incontinência urinária, lacerações que podem gerar dor na relação sexual, e outras consequências do parto, então a fisioterapia é muito importante para devolver a qualidade de vida dessas mulheres”, finalizou.

Dados

O HRSM realizou, apenas em fevereiro de 2022, 319 partos, sendo 171 normais e 148 cesáreas. Na maternidade, as fisioterapeutas fazem, em média, 500 atendimentos por mês. No ambulatório, são aproximadamente 20 atendimentos.

*Com informações do Iges-DF

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