Coleta de leite materno no DF chega, em média, a 1.425 litros por mês

Quantidade está bem perto dos 1.500 litros que garantem a autossuficiência em estoque. Com ajuda do Corpo de Bombeiros, rede pública de saúde garante coleta em todas as regiões administrativas

Carolina Caraballo, da Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues

O Distrito Federal chega ao Dia Nacional da Doação de Leite Humano, comemorado nesta quinta-feira (19), com motivos de sobra para festejar. A capital do país consegue coletar, em média, 1.425 litros do alimento materno por mês, considerando os últimos três meses. O número fica bem perto dos 1.500 litros mensais que garantem a autossuficiência em estoque. Mais tranquilidade para as mães que não podem amamentar, mais saúde para os bebês.

A doação precisa chegar a um banco de leite em até 15 dias. A pasteurização livra o alimento de germes e aumenta a validade | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

“As mulheres do DF são muito solidárias”, celebra a neonatologista Miriam Santos, coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno da Secretaria de Saúde. “Trabalhamos pela conscientização diária porque a todo momento surgem novas mães que podem doar e novas crianças que precisam de doação.”

Não é preciso ir até o banco de leite, tudo é feito no conforto do lar. Também não focamos no volume arrecadado, qualquer quantidade é bem-vinda”Miriam Santos, coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno da Secretaria de Saúde

A neonatologista conta que parte do trabalho de compreensão envolve mostrar que a doação de leite materno no DF é mais simples do que algumas mulheres acreditam. “Não é preciso ir até o banco de leite, tudo é feito no conforto do lar”, explica. “Também não focamos no volume arrecadado, qualquer quantidade é bem-vinda.”

Quando se trata de aleitamento, o Corpo de Bombeiros (CBMDF) atua como ponte entre as mães que desejam doar e as mães que dependem de doação. Faz 33 anos que a corporação mantém uma equipe nas ruas para fazer a coleta diária de leite materno em todo DF e no Entorno, sempre de segunda a sexta-feira.

Chefe dos programas sociais do CBMDF, a major Débora Gontijo conta que 11 duplas de bombeiros recolhem as doações de acordo com agenda determinada pela Secretaria de Saúde. “Os frascos do alimento congelado são transportados em caixa térmica direto para os bancos de leite”, comenta.

Toda quarta-feira, Sarah Costa recebe uma dupla de bombeiros em casa e faz a doação: “É superprático, não me dá trabalho algum” | Foto: Sargento Diego Nóbrega/CBMDF

Saiba como doar

Toda mulher que está amamentando é uma doadora em potencial. E dividir a produção de leite com quem precisa é fácil. Basta entrar em contato pelo telefone 160 (opção 4) ou realizar o cadastro pelo site Eu Divido Meu Leite, da Secretaria de Saúde. A equipe do banco de leite mais próximo entrará em contato para marcar uma visita do Corpo de Bombeiros.

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Os bombeiros levam um kit completo com máscara, touca e potes esterilizados. Assim que for coletado, o alimento deve ser armazenado no congelador. A mãe não precisa se preocupar em encher os recipientes de uma só vez. É só completar o frasco que está no congelador, com a ajuda de um copo de vidro, conforme o leite for retirado.

A doação precisa chegar a um banco de leite para ser pasteurizada em até 15 dias – o processo livra o alimento de germes e aumenta sua validade. Por isso, é importante que a mãe identifique os potes com a data da primeira coleta de cada um deles. Pasteurizado e congelado, o leite poderá ser usado em até seis meses.

Toda quarta-feira, a estudante Sarah Costa Souto Cabral, 20 anos, recebe uma dupla de bombeiros em sua casa, em Sobradinho. A produção de leite da jovem é maior do que o pequeno Bernardo, 3 meses, consegue mamar.

“A doação é superprática, recebo os frascos limpinhos, não me dá trabalho algum”, garante Sarah. “Conheço várias mães que tiveram dificuldade para amamentar. Meu leite, além de nutrir outras crianças, também é uma forma de amor e carinho”.

Arte: Agência Brasília

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