Por RAQUEL LUIZA,
Incapacidade do rim de excretar adequadamente substâncias tóxicas do corpo, que se desenvolve ao longo de dias ou semanas.
É potencialmente reversível.
Pode ser causada por uma redução do suprimento sanguíneo para o rim (insuficiência renal aguda pré-renal), por patologias que afetam o glomérulo, túbulos renais ou vasos intrarrenais ou vasos intrarrenais (insuficiência renal aguda parenquimatosa), ou por alteração da excreção de a urina produzida (insuficiência renal) pós-renal).
Em geral, as causas pré-renais são mais frequentes, como resultado da diminuição do volume sanguíneo no caso de hemorragias ou desidratação, da redistribuição de volume como na insuficiência cardíaca ou cirrose hepática, ou de drogas como os anti-inflamatórios não esteroides.
As causas pós-renais (obstruções do fluxo urinário), como hipertrofia prostática ou litíase renal, são as segundas em frequência.
SINTOMAS
A diminuição do volume de urina (oligúria) ocorre em mais de 70% dos pacientes.
Os sintomas se devem ao acúmulo no sangue de líquidos e substâncias que normalmente são eliminadas pelos rins.
Assim, pode-se observar edema de membros inferiores ou edema agudo de pulmão por sobrecarga hídrica.
O acúmulo de potássio (hipercalemia) é comum e pode desencadear arritmias graves e distúrbios musculares.
O aumento de magnésio (hipermagnesemia) pode levar a cãibras e convulsões.
Distúrbios da coagulação sanguínea e acidose metabólica (diminuição do pH do sangue devido ao acúmulo de ácido) são comuns.
Pode ocorrer uma síndrome urêmica (conjunto de sintomas associados ao aumento da uréia no sangue), com sintomas digestivos (anorexia, vômitos), cardiovasculares (insuficiência cardíaca, hipertensão), neurológicos (lesão de nervos periféricos, sonolência e confusão), dermatológicos, endócrinos e metabólicos.
DIAGNÓSTICO
Na análise sanguínea, podem ser observados níveis aumentados de uréia (metabólito do catabolismo proteico), creatinina (produto da degradação da creatina muscular) e potássio.
A análise de uma amostra de urina e sedimento urinário é útil para diferenciar as causas pré-renais das parenquimatosas.
A ultrassonografia renal permite descartar causas obstrutivas.
Às vezes, uma biópsia renal será necessária.
TRATAMENTO
Depende da causa.
Na insuficiência pré-renal por diminuição do volume sanguíneo, o tratamento inicial consiste na administração de fluidos intravenosos acompanhados de diuréticos.
A colocação de um cateter vesical excluirá ou resolverá uma obstrução do trato urinário inferior.
Algumas causas de insuficiência do parênquima renal respondem a corticosteroides ou imunossupressores.
A hipercalemia e a acidose metabólica devem ser prontamente corrigidas.
Em certos casos, está indicada a hemodiálise (procedimento pelo qual o sangue circula através de filtros especiais que permitem a eliminação das substâncias tóxicas que ele contém).
As indicações para diálise na insuficiência renal aguda são edema pulmonar agudo, hipercalemia tóxica com envolvimento do ritmo cardíaco, acidose resistente grave e hiponatremia sintomática com envolvimento neurológico. Deve também ser considerada para níveis de creatinina superiores a 6mg/dl ou níveis de ureia superiores a 200mEq/le para manifestações neurológicas (encefalopatia), manifestações digestivas (hemorragia) ou diátese hemorrágica, atribuíveis à uremia.