Por RAQUEL LUIZA,
Incapacidade gradual e progressiva do rim de excretar substâncias tóxicas do corpo e manter o equilíbrio do ambiente interno.
É causada por lesão renal irreversível de meses ou anos de evolução.
O comprometimento da função renal aparece devido à diminuição do número de néfrons (unidade funcional do rim) e perda de novos néfrons funcionantes, com períodos estáveis de semanas ou meses, mas com piora progressiva ao longo dos anos.
Qualquer patologia que afete o néfron pode levar à insuficiência renal crônica. As causas mais comuns no mundo desenvolvido são diabetes, pressão alta e glomerulonefrite.
SINTOMAS
Os sintomas aparecem quando a função renal diminui para 25% ou 35% e consistem na chamada síndrome urêmica (um conjunto de sintomas associados ao aumento da uréia no sangue).
Surgem sintomas digestivos (anorexia, vômitos), cardiovasculares (insuficiência cardíaca, hipertensão, pericardite e derrame pericárdico), neurológicos, dermatológicos, endócrinos e metabólicos.
A polineuropatia urêmica é uma lesão de nervo periférico que aparece nos membros inferiores com dor e síndrome das pernas inquietas. Posteriormente, surgem distúrbios motores.
A encefalopatia urêmica é caracterizada por sonolência, alteração do ciclo sono-vigília, confusão e convulsões.
Prurido (coceira) e hematomas são comuns na pele.
DIAGNÓSTICO
Anemia por deficiência de eritropoietina e distúrbios de coagulação são geralmente observados.
O metabolismo alterado da glicose aparece com tendência à hiperglicemia (aumento da glicose no sangue) e metabolismo fosfocálcico com diminuição do cálcio plasmático (hipocalcemia), aumento do fósforo (hiperfosfatemia), níveis elevados de hormônio da paratireoide (hiperparatireoidismo) e tendência a fraturas espontâneas.
Na análise sanguínea, pode-se observar aumento de uréia, creatinina, potássio e fósforo e diminuição do cálcio sérico.
O achado de anemia e rins pequenos na ultrassonografia sugere um processo crônico.
Em alguns casos, uma biópsia renal será necessária para confirmar a etiologia.
TRATAMENTO
O tratamento conservador consiste em estabelecer uma dieta com baixo teor de proteína (para evitar o excesso de produtos e seu catabolismo) e pobre em fósforo.
É necessário administrar suplementos de cálcio e tratar a anemia com eritropoietina humana recombinante ou transfusões. Casos graves requerem restrição de sódio e água.
Em estágios avançados, deve-se avaliar a indicação de hemodiálise (procedimento pelo qual o sangue circula por meio de filtros especiais que permitem a remoção de substâncias tóxicas nele contidas) ou transplante renal.