Por RAQUEL LUIZA,
Existe duas classificação: Amenorreia primária e secundária.
A amenorreia primária é definida como a ausência de menstruação em uma mulher que nunca menstruou até os 16 anos.
A causa mais comum de amenorreia primária é a disgenesia gonodal (anormalidades no desenvolvimento dos órgãos sexuais). A mais comum é a síndrome de Tunner, devido à ausência de um cromossomo X (cariótipo XO) em algumas ou todas as células.
Na síndrome de Rokitansky há uma alteração na permeabilidade dos ductos de Muller, que é a estrutura embrionária a partir da qual se desenvolvem as tropas uterinas (ou de Falópio), o útero e parte da vagina. O cariótipo (conjunto total de cromossomos de um indivíduo) e a aparência externa (fenótipo) são femininos, e o útero e a parte superior da vagina são pouco desenvolvidos.
Na síndrome de Morris, ou pseudo-hermafroditismo masculino, há um cariótipo masculino (XY), testículos intra-abdominais e ação androgênica diminuída ou ausente.
Outras causas são hímen imperfurado, hiperplasia adrenal congênita (hiperprodução de andrógenos com virilização da genitália externa), anorexia nervosa, exercício intenso e alta competição e distúrbios psíquicos (estresse, medo da gravidez).
A amenorreia secundária ocorre em mulheres que já menstruaram e é definida como a ausência de menstruação por pelo menos 3 meses.
Pode ser devido a aderências uterinas após curetagem, falência ovariana ou menopausa precoce (depleção folicular antes dos 45 anos), tumores ovarianos, aumento da secreção de prolactina, drogas, doença grave, anorexia nervosa ou doença da tireoide ou adrenal.
Causas
Durante a gravidez e depois da menopausa, a amenorreia é considerada normal, fisiológica, assim como o fato de parte das mulheres também não menstruar, enquanto amamenta.
Nos outros casos, a ausência da menstruação é um sintoma que pode ocorrer nas seguintes condições:
- Uso de anticoncepcionais, quer por via oral, injetável, sob a forma de adesivos implantados na pele, e do DIU hormonal;
- Ausência de ovulação associada à síndrome dos ovários policísticos, hiper ou hipotireoidismo, distúrbios alimentares (anorexia e bulimia), obesidade e prática exaustiva de exercícios físicos;
- Malformações anatômicas do trato genital (imperfuração do hímen, colabamento das paredes uterinas e inexistência do útero, do colo uterino ou da vagina, por exemplo);
- Uso de certos medicamentos (antidepressivos, antialérgicos, anti-hipertensivos, etc.);
- Tumores ou cistos nos ovários, no útero ou na hipófise;
- Estresse, porque altera a região do cérebro responsável pelo controle dos hormônios que regulam os ciclos menstruais;
- Quimioterapia e radioterapia;
- Alteração nos níveis dos hormônios produzidos pelo hipotálamo e pela hipófise.
SINTOMAS
A paciente foi consultada por ausência de menstruação.
A síndrome de Turner apresenta baixa estatura, pterígio do colo (prega cervical) e distúrbios renais e cardíacos.
Pacientes com síndrome de Morris apresentam aparência externa feminina com testículos intra-abdominais e ausência de pelos axilares e pubianos.
DIAGNÓSTICO
A gravidez deve primeiro ser descartada pela detecção da subunidade beta da gonadotrofina coriônica na urina.
Se a paciente não estiver grávida, as determinações hormonais devem ser realizadas para primeiro descartar hipotireoidismo e hiperprolactinemia.
A menstruação após a administração de uma pequena dose de progesterona por 5 dias aponta o diagnóstico para distúrbios da ovulação.
O tratamento por 3 meses com uma combinação de estrogênios e progestágenos produz menstruação em pacientes com útero e vagina competentes.
A função da glândula pituitária e do hipotálamo também deve ser avaliada.
TRATAMENTO
Depende da causa.
O tratamento é estabelecido visando atacar as possíveis causas da amenorreia. Em alguns casos, a indicação de pílulas anticoncepcionais ou de outra classe de hormônios, assim como de medicamentos específicos para o transtorno pode ser suficiente para restabelecer os ciclos menstruais regulares.