Clamídia : O que é, sintomas e como se pega.

Por RAQUEL LUIZA,

Vacina contra clamídia começa a ser testada em humanos | Exame

 

A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Chlamydia  trachomatis, que pode afetar tanto homens como mulheres.
A clamídia é um microrganismo classificado como bactéria, embora só possa crescer e se multiplicar dentro das células, como os vírus.
A Chlamydia trachomatis é um dos germes mais frequentemente implicados em doenças sexualmente transmissíveis.
Infecta a uretra (uretrite) de ambos os sexos, e nas mulheres pode infectar o colo do útero e o corpo do útero, as tubas uterinas e evoluir para doença inflamatória pélvica e peritonite. No homem pode causar epididimite (inflamação do epidídimo).
Algumas cepas podem causar conjuntivite (tracoma) ou linfogranuloma venéreo.
A infecção durante o parto causa conjuntivite no recém-nascido.
O período de incubação é de 5 a 21 dias após o contato sexual com uma pessoa infectada.

Sintomas da clamídia, teste, remédios e tratamento

Na maioria dos casos a infecção é assintomática, no entanto é possível também notar alguns sintomas em alguns casos, como corrimento vaginal alterado ou queimação ao urinar, por exemplo.

A infecção pode aparecer após se ter contato sexual desprotegido e, por esse motivo, nos homens, é mais frequente que a infecção surja na uretra, no reto ou na garganta, enquanto na mulher os locais mais afetados são o colo do útero ou o reto.

A doença pode ser identificada apenas com a avaliação dos sintomas apresentados, mas também existem exames que ajudam a confirmar o diagnóstico. Assim, sempre que existir suspeita de ter contraído clamídia é muito importante ir no clínico geral ou em um infectologista, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, que normalmente é feito com antibióticos.

 

Epidemiologia da Clamídia 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 140 milhões de infectados no mundo e cerca de 6 milhões de pessoas desenvolveram cegueira nos países mais prevalentes como consequência direta da infecção.

No Brasil não existem dados epidemiológicos sobre infecção por clamídia, pois não é de notificação obrigatória e não há programas de rastreio para a doença. Mas, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC/2017), é a infecção bacteriana mais comumente relatada como causa de uretrite em homens e cervicite em mulheresacometendo principalmente pessoas na faixa etária entre 15 e 24 anos.

Os principais fatores de risco incluem novo parceiro sexual ou mais de um parceiro sexual nos três meses anteriores, história de infecção por C. trachomatis ou outra infecção sexualmente transmissível (IST) e uso inconsistente de preservativo.

 

SINTOMAS

Geralmente ocorre de forma assintomática, tanto em homens quanto em mulheres.
Os homens podem ter corrimento uretral e disúria (dor ou ardor ao urinar).
A infecção do colo do útero (cervicite) é a forma mais comum de apresentação, com corrimento vaginal mucopurulento, dor abdominal baixa, dispareunia (coito doloroso) e disúria.
O linfogranuloma venéreo apresenta inflamação e fistulização dos linfonodos inguinais.

Os sintomas de clamídia podem surgir 1 a 3 semanas após a relação sexual desprotegida, no entanto mesmo que não existam sinais e sintomas aparentes, a pessoa pode transmitir a bactéria. Os principais sinais e sintomas de clamídia na mulher são:

  • Dor ou ardor ao urinar;
  • Corrimento vaginal, semelhante a pus;
  • Dor ou sangramento durante o contato íntimo;
  • Dor pélvica;
  • Sangramento fora do período menstrual.

No caso da infecção por clamídia na mulher não ser identificada, é possível que a bactéria se espalhe pelo útero e cause a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), que é uma das principais causas de infertilidade e aborto na mulher.

Clamídia: o que é, sintomas e exames - Instituto Villamil

Quadro clínico de clamídia em homens 

Uretrite não gonocócica–  a C. trachomatis é a causa mais comum de uretrite não gonocócica em homens. Grande parte desses pacientes são assintomáticos. Quando apresentam sintomas, a disúria costuma ser uma queixa proeminente, seguido por secreção uretral mucóide ou aquosa.

Epididimite  –  Junto com a  N. gonorrhoeae, a  C. trachomatis é um dos patógenos mais frequentes na epididimite entre homens sexualmente ativos <35 anos de idade. Homens com epididimite aguda geralmente apresentam dor e sensibilidade testicular unilateral, hidrocele e edema palpável do epidídimo.

Prostatite  –  Pode ser a etiologia em alguns casos de prostatite crônica, embora essa atribuição permaneça altamente especulativa. Os sintomas nesses homens incluíram disúria, disfunção urinária, dor com ejaculação e dor pélvica.

 

DIAGNÓSTICO

É realizado pela detecção de antígenos específicos de clamídia com técnicas de imunofluorescência ou biologia molecular em amostras de secreções da uretra ou do colo do útero.

Devido aos sinais e sintomas não serem específicos de clamídia, testes laboratoriais são necessários para o diagnóstico.  O teste diagnóstico de escolha para infecção por clamídia do trato geniturinário é o teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT) de esfregaços vaginais para mulheres ou urina para homens.

O NAAT também deve ser usado em esfregaços retais para diagnosticar a proctite por clamídia. No entanto, na impossibilidade de realização do NAAT, os pacientes com sinais e sintomas consistentes com clamídia podem ser tratados empiricamente. Outros testes não são recomendados rotineiramente, como cultura e sorologia.

 

TRATAMENTO

É feito com antibióticos para prevenir as complicações relacionadas à clamídia, como doença inflamatória pélvica, infertilidade e gravidez ectópica, diminuir o risco de transmissão a outras pessoas e obter a resolução dos sintomas.

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