Por RAQUEL LUIZA,
Proliferação de tecido endometrial fora da cavidade uterina.
Geralmente ocorre nos ovários, ligamentos pélvicos, peritônio, intestino, reto ou bexiga, embora possa ser encontrado em qualquer situação anatômica.
A causa é desconhecida. Postula-se que pode ser devido ao descolamento e migração de células endometriais para a cavidade peritoneal durante a menstruação, metaplasia (substituição de um tecido adulto por outro) ou alteração imunológica que impede a destruição do tecido endometrial implantado.
Ocorre mais frequentemente em mulheres em idade fértil com ciclos curtos e sangramento menstrual abundante.
SINTOMAS
O quadro clínico é heterogêneo e, em muitos casos, assintomático. A dor pélvica é o sintoma mais comum. Além disso, pode haver disminorréia (50% a 90%), que deve ser atribuída à reação hemorrágica menstrual do implante; dispareunia (coito doloroso, 25% a 40%) ou dor pélvica aguda ou crônica por endometrioma ovariano roto, implantes de peritônio ou aderências.
Outras formas comuns de apresentação são infertilidade e sangramento uterino disfuncional.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico definitivo é obtido com laparoscopia (exame de fibra óptica abdominal), que permite a observação e biópsia das lesões.
TRATAMENTO
As lesões geralmente podem ser removidas durante a laparoscopia.
O tratamento médico com drogas que diminuem a estimulação estrogênica é controverso.
A cirurgia radical com histerectomia e anexectomia bilateral (remoção do útero e de ambos os ovários) está indicada se a doença for incontrolável ou se os desejos genéticos forem cumpridos (a mulher não deseja a maternidade).