Foram 1.475 novos casos no período de 5 a 11 de junho, contra 3.522 de 8 a 14 de maio. Ações preventivas alcançaram 1,4 milhão de domicílios
Agência Brasília* | Edição: Rosualdo Rodrigues
A queda nos números é reflexo das mudanças climáticas – seco e frio – associada às ações preventivas do governo, como o uso dos carros de fumacê e as ações educativas desenvolvidas pelos agentes de vigilância em parceria com as administrações regionais e outros órgãos. Só a Vigilância Ambiental realizou 1,4 milhão de visitas domiciliares de janeiro até o fim de maio.
“Poderia ser muito pior se nada tivesse sido feito. As medidas de controle são muito importantes para a redução no número de casos”Kenia Cristina de Oliveira, gerente de Vigilância de Doenças Transmissíveis
Os números refletem a realidade da Unidade Básica de Saúde nº 1 de São Sebastião, localizada na região administrativa do Distrito Federal com maior incidência de dengue em 2022. “Baixou bastante. Positivo, agora, praticamente só de covid”, conta a gerente da unidade, Simone Maciel.
A UBS conta com seis consultórios para atendimento dos pacientes com sintomas como febre e dor no corpo. Os testes de dengue prosseguem, tendo confirmado cerca de três pacientes por dia, realidade diferente de abril e maio, quando eram dezenas de pacientes diariamente. A preocupação, hoje, é evitar a contaminação por covid-19. “Se for dengue, a gente encaminha para outra sala para iniciar a medicação”, diz a gerente.
À frente da Gerência de Vigilância de Doenças Transmissíveis, a bióloga Kenia Cristina de Oliveira ressalta que 2022 foi um ano atípico do número de casos, mas que a Secretaria de Saúde reforçou as atividades de combate.
“Poderia ser muito pior se nada tivesse sido feito. As medidas de controle são muito importantes para a redução no número de casos”, afirma. Até 5 de junho, foram 52.579 casos prováveis entre residentes no DF, um aumento de 466% frente ao mesmo período de 2021.
Hora de reforçar as medidas
Kenia Cristina lembra que a dengue é uma doença sazonal, com mais casos registrados durante o período chuvoso, de outubro a maio, porém, o Aedes aegypti tem se aproveitado de oportunidades criadas pelos humanos para sobreviver e se multiplicar mesmo no período de seca.
Ainda assim, a bióloga aponta que estamos no momento ideal para reduzir ao máximo o número de ambientes para a multiplicação do mosquito. “Não podemos descuidar. A seca é a hora de a gente dar uma virada”, opina.
O chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Brazlândia, Alessandro dos Santos, conta que o trabalho preventivo é realizado ao longo do ano, porém a prevenção depende da ajuda de todos. “A administração regional faz parte dela. E aqui em Brasília temos um dos melhores recolhimentos de lixo no Brasil. Mesmo assim, há quem acumule entulhos”, lamenta.
Para ele, além de as equipes procurarem os focos do mosquito Aedes aegypti, o papel da vigilância ambiental é educativo. “A gente conta com a ajuda de todos para eliminar os focos do mosquito”, acrescenta Alessandro. Uma das melhorias no dia a dia do trabalho foi a redução do número de casas onde os moradores sequer abrem as portas para a entrada dos agentes. “A população entendeu que a responsabilidade é de todos”, finaliza.
*Com informações da Secretaria de Saúde