Nesse período do ano, casos de doenças aumentam; especialista alerta sobre cuidados necessários
Lúcio Flávio, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger
“No frio, nosso coração bate mais rápido, nossos vasos ficam menores, gerando um aumento da pressão arterial; então o coração precisa fazer mais esforço para poder bater”Rômulo Alzuguir, cardiologista do Cedoh
No inverno, o coração precisa, além de afeto e muito amor, de cuidados para a prevenção de doenças. O Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), vinculado ao Ministério da Saúde, aponta que, neste período do ano, o frio é responsável por um aumento de 20% dos casos de doenças cardiovasculares.
Em média, 60 pessoas por mês são atendidas na rede pública do DF com esse tipo de incidência. Durante o frio, a média de registros mensais sobe para 70, às vezes chegando a 80 casos. “No frio, nosso coração bate mais rápido, nossos vasos ficam menores, gerando um aumento da pressão arterial; então o coração precisa fazer mais esforço para poder bater”, explica o cardiologista Rômulo Alzuguir, do Centro de Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial do DF (Cedoh).
Nesse período do ano, se tomamos menos líquido, o sangue fica mais grosso, o que sobrecarrega o coração. Segundo especialistas, há uma temperatura limite – abaixo de 15ºC – para aumentar o risco de problemas de saúde especialmente em pessoas hipertensas, diabéticas, com colesterol alto e aquelas que tiveram AVC ou já infartaram.
“Como aqui em Brasília o frio não é tão intenso como no sul do país ou em países do Hemisfério Norte, esse tema não é muito divulgado, mas tem que ser difundido”, comenta Rômulo. “É uma época do ano em que temos que cuidar muito mais da gente e do próximo também. É preciso cuidar dos mais jovens, dos mais velhos, sobretudo”.
Outros pontos que fazem aumentar as estatísticas, negativamente, nessa relação entre o frio e as doenças cardíacas é que, durante o inverno, as pessoas tendem a fazer menos exercícios e a comer mais, bem como a aumentar o consumo de bebida alcoólica. Como os quadros de gripe ficam mais comuns no frio, é natural o uso de antigripais para evitar coriza, e aqui vai mais um alerta do cardiologista:
“Todos esses remédios para gripe têm um componente que acelera a frequência do coração, então é preciso tomar cuidado na hora de ingerir, porque pode gerar o aumento da pressão. Com o frio, bate aquela preguiça de sair debaixo das cobertas, então acaba que a gente tem preferência por alimentos mais calóricos, não necessariamente quentes”.
Os principais fatores de risco de infarto são tabagismo diabetes, colesterol alto, hipertensão, obesidade, sedentarismo, histórico na família e estresse – risco que aumenta com as temperaturas baixas. De acordo com o cardiologista, a rede pública de saúde do DF oferece todos os tipos de tratamento do coração – “desde os casos mais básicos, como hipertensão, aos mais complexos, como transplantes cardíacos”, conclui.
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