Vitiligo: Esclarecendo as dúvidas e conhecendo as diversas opções terapêutica

Por Raquel Luiza,

Vitiligo: te contamos tudo sobre a doença autoimune | Pele | Glamour

O que é o Vitiligo?

É uma doença adquirida da pele caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas no tegumento em decorrência da destruição dos melanócitos.

 

Incidência

O vitiligo acomete todas as raças, idades e sexos, em mais da metade dos casos, com início antes dos 20 anos. Pode estar relacionado à hereditariedade – 30% dos pacientes têm familiares com o mesmo problema.  Estima-se que cerca de 1 a 2% da população mundial tenha a doença. Como a maioria das doenças de pele não-infecciosas, pode ser influenciada pelo estresse.

É mais frequente em mulheres (2-3: 1), visto que geralmente ocorre com doenças autoimunes.

Causa
Não se sabe com certeza sua causa e não há como preveni-lo. A teoria mais aceita julga que certas pessoas sofrem uma alteração no sistema imunológico, que passa a fabricar auto-anticorpos contra o próprio sistema pigmentar da pessoa. Foi constatada a associação do vitiligo com alterações da tireóide em muitos pacientes (tanto em casos de hiper quanto de hipotireoidismo). Até agora, no entanto, não se conseguiu uma explicação definitiva para esse fenômeno. Entre outras doenças associadas encontram-se a anemia perniciosa, a alopécia areata, o diabetes e a doença de Addison (insuficiência da glândula supra renal).

 

 

Vitiligo não é sinônimo de câncer de pele

Existem muitos mitos sobre o vitiligo, e dois deles são dizer que a condição é contagiosa ou que pode virar câncer de pele. Conforme mencionei no começo do texto, o vitiligo é uma doença autoimune formada pela diminuição ou ausência de células produtoras de melanina, e não é o contato com uma pessoa com a condição que vai desencadear o vitiligo em outra.

Já o câncer de pele se torna um risco para todos quando não são tomados os cuidados com os raios solares. A pele com menos melanina costuma ser mais sensível ao sol, mas quando o paciente faz uso do protetor solar, utiliza roupas que protegem a pele e evita se expor entre 10h e 16h, é possível prevenir o câncer de pele – e esse cuidado vale para todos!

SINTOMATOLOGIA

O vitiligo caracteriza-se pelo aparecimento de manchas brancas de formas e tamanhos variados (de alguns milímetros até muitos centímetros). Estas podem aumentar aos poucos e, somadas ao aparecimento de novas manchas, eventualmente afetam todo o corpo. Por vezes, as manchas apresentam bordas mais pigmentadas do que a pele normal, com presença de cabelos ou pêlos que podem embranquecer. Únicas ou múltiplas, as manchas afetam qualquer parte do corpo, embora ocorram com maior freqüência nos joelhos, cotovelos, dedos, pernas, punhos, axilas, região lombar e áreas em torno da boca, do ânus, dos olhos e do nariz. Às vezes, a despigmentação atinge as mucosas dos lábios, gengivas, mamilos e genitais. É comum que, ao se machucar, o paciente tenha as áreas afetadas da pele embranquecidas pelo vitiligo.

 

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico baseia-se apenas no exame clínico do paciente.

 

TRATAMENTO

Antes de tudo, convém esclarecer que o vitiligo é uma doença benigna, cujos únicos efeitos são de ordem estética. Existem casos de regressão espontânea. Para disfarçar o problema, algumas pessoas utilizam maquiagens próprias para a finalidade: são cosméticos à prova d’água, com colorações muito próximas às da pele normal.
Caso opte por um tratamento, existem algumas opções, destacandos-e os tratamentos tópicos com imunomoduladores e corticosteroides. Outra possibilidade são os tratamentos com luz, chamados de fototerapia. A fototerapia pode ser feita com ultravioleta A ou com ultravioleta B. Quando feita com UV-A, o paciente toma psoraleno (medicamento que torna a pele mais sensível à luz ultravioleta) e, duas horas mais tarde, expõe-se à radiação ultravioleta em cabine apropriada usando, durante a sessão, óculos especiais para proteger os olhos contra as radiações.
Apesar da eficácia, o tratamento fototerápico é demorado: às vezes, requer de 50 a 60 sessões, numa freqüência de duas a três por semana. Um sinal de melhora da doença é o surgimento de pequenas “ilhotas” de pigmentação no centro das manchas. Assim como a radiação solar, a fototerapia pode propiciar o aparecimento de sardas e manchas – tratamentos prolongados por anos e que às vezes desencadeiam câncer de pele. Nos passeios à praia ou à piscina, deve-se usar filtro solar, tanto para evitar queimaduras quanto para impedir o bronzeamento da pele ao redor das manchas, o que acentuaria o contraste da despigmentação.

Como cuidar do vitiligo? - Grupo Biocentro

Tratamentos alternativos
Nos casos com poucas placas de manchas, pode-se utilizar a técnica de microenxertos. A pele a ser enxertada é normal, ou seja, contém melanócitos ativos, as células capazes de produzir o pigmento melanina, que dá cor à pele. Outra variação consiste no enxerto com cultura de melanócitos. Nesse caso, retira-se um pouco da pele normal do paciente e faz-se o cultivo de melanócitos, que posteriormente são enxertados sobre a área.
Muito falado também é um tratamento realizado em Cuba, que emprega um medicamento chamado melagenina, derivado de placenta. Embora tenha fama de revolucionária e eficaz, tal terapia não é aceita pela comunidade científica mundial: cientistas de outros países fizeram estudos controlados sobre a melagenina e não obtiveram bons resultados.​

AJUDA PSICOLÓGICA

O suporte psicológico é fundamental na abordagem da doença, uma vez que o fator emocional junto com a genética são os mais importantes no desenvolvimento do vitiligo, e as lesões impactam significativamente na qualidade de vida e autoestima. A pele é um dos primeiros órgãos a sinalizar agentes estressores no organismo, pois pele e sistema nervoso têm a mesma origem embriológica.

Para vitiligos estáveis, sem resposta ao tratamento convencional, existe, ainda, uma técnica cirúrgica conhecida como transplante de melanócitos. Nesse caso, transplantamos melanócitos do próprio paciente de áreas não afetadas para regiões acometidas. Esta técnica pode ser realizada no consultório médico em algumas horas, trazendo nova opção para tratar áreas de difícil resposta terapêutica.

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