Por Raquel Luiza,
No olho normal ou emetrope, os raios de luz de um objeto localizado no infinito chegando paralelo ao eixo visual produzem uma imagem exatamente focada na retina.
A córnea e o cristalino atuam como lentes, focalizando a luz sobre a retina. As células especializadas da retina transformam o estímulo lumino em impulso nervoso, que é transmitido ao cérebro. O cérebro interpreta esses sinais, dando-se então o sentido da visão.
Chamamos de emetropia a condição em que a luz que chega à retina, proporciona uma imagem nítida, resultando numa visão normal.
Para ter uma visão normal, entretanto, um grande número de pessoas necessita de uso de óculos. Esta é a forma habitual de compesar os defeitos da visão, que incluem a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e a presbiopia.
Os defeitos de visão ou ametropia, não devem ser entendidos como doenças, pois decorrem apenas da focalização inadequada da luz que chega à retina. Então, a ametropia é uma alteração do sistema óptico em que os raios de luz que chegam paralelos ao eixo visual não incidem na retina.
Pode ser devido a alterações na córnea, no cristalino ou, mais frequentemente, variações no diafragma anteroposterior do olho.
Na miopia, os raios focam na frente da retina. Isso pode ser causado por anormalidades da córnea ou do cristalino ou por um aumento no comprimento anteroposterior do olho.
O olho é habitualmente maior que o normal. Assim, a focalização da imagem não se dá na retina, mas antes dela. Isso resulta em uma visão ruim de longe, mas ainda boa para perto.
A miopia geralmete surge na infância ou na segunda década de vida, progredindo durante o crescimento da criança e estabilizando-se por volta dos 20 anos de idade.
Crianças podem ter o hábito de olhar objetos bem de perto. Isto não configura necessariamente miopia.
Nas ametropias, para se conseguir uma visão nítida, é necessário deslocar o foco, colocando-se sobre a retina. Isto é obtido na miopia através de lentes divergentes, de superfície côncova.
Na hipermetropia, a imagem é focalizada atrás da retina, devido à diminuição do comprimento anteroposterior do olho ou a alterações de refração (mudança de direção experimentada por um raio de luz ao passar de um meio transparente para outro) da córnea ou a lente.
Olho na hipermetrofia, é menor do que o normal. Assim a imagem dos objetos deveria se formar depois da retina. A dificuldade de visão é principalmente para perto, para leitura. Entretanto, quando em grau elevado, a hipermetrofia pode ocasionar também diminuição da visão para longe.
Em graus pequenos, a hipermetrofia pode ser assintomática. Em graus maiores, pode causar cansaço ocular e dor de cabeça, principalmente no fim do dia, após esforço visual prologado ( Tv, leitura, computador, etc).
Nas crianças, a hipermetrofia pode ser causa de estrabismo. Para se obter uma visão nítida, sem esforço, é necessário deslocar o foco de forma a colocá-lo sobre a retina. Consegue-se isso na hipermetrofia com o uso de lentes convergentes, de superfície convexa.
No astigmatismo há uma irregularidade na curvatura da córnea, o que leva a imagem não focar no mesmo ponto em todos os meridianos.
A córnea se comporta como se existissem duas lentes na sua superfície. Por não apresentar uma superfície regular, a diferença de curvatura entre eixos perpendiculares dá origem a dois focos distintos, resultando numa visão desfocada. A visão pode estar dificultada para longe e para perto. O astigmatismo pode vir acompanhado de miopia ou hipermetrofia.
O astigmatismo geralmente causa dor ocular e dor de cabeça. É causa frequente de fotofobia ou intolerância à luz.
Na receita medica de óculos o astigmatismo corresponde ao cilindro, cujo grau vem acompanhado do eixo a ser corrigido.
A presbiopia é um fenômeno associado ao envelhecimento, onde a capacidade de acomodação (capacidade de focar em objetos próximos) é perdida. É devido à diminuição da elasticidade do cristalino e perda da força do músculo ciliar.
Conhecida como vista cansada, é a dificuldade na visão de perto que generalmente surge após os 40 anos de idade. O cristalino, a lente do olho, tem sua elasticidade diminuída, e o músculo responsável pela acomodação torna-se mais frágil. Resulta daí uma maior dificuldade na mudança do foco da visão de longe para a visão de perto.
Tipos de lentes para correção da Presbiopia
Há pelo menos três tipos diferentes de lentes para a correção da presbiopia:
- Lentes monofocais: São lentes simples, com foco único, geralmente montadas em armações pequenas e que só devem ser utilizadas na visão de perto, pois desfocam as imagens quando no olhar à distancia.
- Lentes bifocais: São facilmente identidicadas pela presença de uma divisão entre a parte superior da lente – para visão à distancia, e a parte inferior da lente – para visão de perto. Têm como principal incoveniente a mudança brusca no grau de longe para perto.
- Lentes multifocais: Representam a evolução das lentes para correção de presbiopia. Procuram imitar o funcionamento do cristalino, proporcionando focos distintos para distâncias diferentes. Isto se consegue através de um aumento progressivo do grau, de cima para baixo, permitindo ao usuário o seu uso na visão de longe e perto. Externamente não diferem das lentes comuns, ou seja, não apresenta, traço divisório.
É sempre importante lembrar que devemos procurar um oftalmologista, porque na escolha das lentes é preciso considera o material utiliado e as características de cada um. As lentes de cristal são mais pesadas e podem quebrar mais facilmente. As de resinas são mais leves, porém estão mais sujeitas a arranhões. Recursos como proteção contra riscos, antirreflexo, lentes que escurem na claridade ( fotocromáticas), etc, podem ser utilizados de acordo com a conveniência e necessidades individuais, então somente o especialista, oftalmo pode preescrever.
Como é realizado o Diagnóstico?
O exame oftalmológico inclui testes de acuidade visual, que avaliam a capacidade de identificar letras pequenas a uma distância de 6 metros, teste de refração para avaliar as lentes corretivas necessárias para compensar a ametropia própria de cada indivíduo, testes de visibilidade de cores, da musculatura ocular, exame com lâmpada de fenda, que avalia as estruturas da parte anterior do olho (pálpebra, esclera, conjuntiva, íris, cristalino e córnea), exame da retina e medição da pressão ocular.
O tratamento cirúrgico também está disponível, além de lentes corretivas.
Cirurgia para miopia, hipermetropia e astigmatismo, através de técnicas que utilizam laser, corrigem o erro refrativo ou moldam a superfície da córnea.
Dica para pingar colírio
- Lave bem as mãos;
- Incline a cabeça levemente para trás e olhe para cima;
- Puxe a pálpebra inferior utilizando o dedo indicador;
- Instile uma gota do colírio dentro da bolsa formada pela pálpebra;
- Aperte o canto interno do olho, mantendo a pressão por alguns minutos.