Por Raquel Luiza,
É a separação do epitélio pigmentado da retina da camada interna, ou retina neurossensorial.
O que é o deslocamento da retina?
A retina é a estrutura mais nobre dos nossos olhos. É através dela que todas as informações visuais chegam ao cérebro. Possui células muito especializadas e sensíveis. Existem situações em que a retina se solta do restante do olho, o que se conhece como descolamento de retina. Algumas pessoas chamam também de “desprendimento” ou “deslocamento” da retina.
Existem três formas clínicas:
- O descolamento regmatogênico – é o mais comum. Desenvolve-se a partir de um buraco ou rasgo na retina, produzido pela degeneração da retina periférica, que permite a passagem de fluido para o espaço sub-retiniano e a separação das camadas retinianas. Ocorre mais frequentemente em míopes, idosos, após trauma ocular, em pessoas com história familiar de descolamento da rainha e em cirurgia de catarata.
- O descolamento fracionado – é devido à formação de membranas ou tratos fibrosos entre o vítreo e a retina, causando o descolamento de retina. É visto na retinopatia diabética.
- O descolamento exsudativo – é secundário a processos inflamatórios, vasculares ou tumorais da coróide, a camada do globo ocular que contém os vasos nutrientes da retina.
Quem pode ter?
Esta é uma doença que pode acontecer em qualquer pessoa, de qualquer idade. No entanto, existem alguns fatores mais comuns que podem aumentar um pouco o risco. São eles: alta miopia, trauma, incluindo cirurgia ocular, presença de roturas ou degenerações na retina, e histórico familiar. Quem já teve descolamento em um dos olhos tem também maior chance de sofrer do mesmo problema no outro.
Sintomas
O paciente apresenta fotopsia ou visão de flashes de luz, geralmente na periferia do campo visual, e miodesopsia ou visão de “moscas volantes”. Associado à perda progressiva do campo visual.
Visão de paciente com descolamento de retina
Antes de a retina descolar, pode ser que o paciente passe a enxergar pontos pretos, chuviscos, teias de aranha, riscos ou nuvens passeando pelo campo de visão, o que chamamos de “moscas volantes”. QUando ocorre o descolamento propriamente dito, a pessoa começa a enxergar muito embaçado de uma hora para outra. É possível que se tenha a sensação de uma “cortina” preta descendo ou subindo pelo campo visual, ou então que uma nuvem preta comece a “fechar” a visão.
Diagnóstico
Um estudo oftalmológico completo deve ser realizado com um exame do fundo do olho, que permite a visualização direta da retina.
Tratamento
Uma vez localizada a área de descolamento, utiliza-se a criocoagulação ou fotocoagulação a laser.
Laser é indicado nos casos em que o descolamento de retina ainda não ocorreu, mas sim lesões que predispõe como rasgos retina, degenerações ou rotura de retina. O laser impede que o liquido do olho entre através do buraco ou rasgo e daí descole a retina.
Se houver uma grande separação, pode ser necessária a associação de um implante de silicone que aproxime a retina da coroide.
A vitrectomia consiste na liberação de tecido fibroso que é puxado da retina. Em descolamentos graves, o vítreo pode ser substituído por soluções salinas, gases ou óleo de silicone. É usado quando a retina já descolou e necessário cirurgia.
Temos basicamente 2 tipos de tipo de vitreoctomia:
– Retinopexia com introflexão escleral: para casos mais simples e menos grave.
– Vitrectomia via pars plana: o cirurgião injeta um gás (C3F8) ou uma camada de óleo de silicone dentro do olho para manter a retina colada e evitar novo descolamento. O óleo exige uma segunda cirurgia para retirada.
Pacientes que apresentam retinas com áreas de degeneração periférica devem ser tratados preventivamente com fotocoagulação a laser.
O descolamento de retina é considerado uma urgência cirúrgica. Ou seja, deve ser diagnosticado e tratado o mais rápido possível, sendo importante que seja operado em até 3 (três) dias após o início dos sintomas, com alguns bons resultados ainda obtidos em até 10 (dez) dias. Após este prazo, ainda está indicada a cirurgia, porém já é menos frequente a melhora da visão. A correção do problema se dá através de procedimentos como a retinopexia e a vitrectomia posterior.
Como prevenir?
Apesar de o descolamento poder acontecer em pessoas sem nenhum fator de risco especial, a melhor maneira de se evitar o descolamento de retina é visitando seu oftalmologista anualmente e, em caso de algum sintoma ou fator de risco, realizando o mapeamento de retina. Caso haja alguma alteração no exame, como roturas ou degenerações, estas podem ser tratadas com a fotocoagulação a laser, que é uma cauterização ao redor das lesões.