Por RAQUEL LUIZA,
O mês de outubro é marcado pela campanha mundial de combate ao câncer de mama. E isso se faz através da prevenção e diagnóstico precoce da doença. Reforçar as ações de autocuidado são fundamentais para diminuição dos casos, e principalmente, aumentar as chances de cura.
A campanha Outubro Rosa, uma iniciativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Ministério da Saúde, tem o objetivo de informar e engajar a sociedade em prol da prevenção e controle ao câncer de mama, baseada em três pilares estratégicos: prevenção primária, detecção precoce e mamografia.
De acordo com o INCA, a doença é o segundo tipo que mais acomete as mulheres no Brasil, representando um total de 29% de todos os cânceres.
Para além do autoexame, outras ações ajudam inclusive a prevenir a doença. Quando falamos de autocuidado, nos referimos a um conjunto de comportamentos e atitudes que tomamos em nosso próprio benefício, em prol da nossa saúde física, mental e emocional.
Nesse sentido, muitas condutas podem ser consideradas como um zelo por você mesma. Trata-se de um exercício diário de carinho com a própria vida. Atitudes simples, que muitas vezes são deixadas de lado, podem fazer toda a diferença.
- Manter um descanso de qualidade;
- Ter uma alimentação saudável;
- Práticar de exercícios físicos;
- Ter o controle do sobrepeso;
- Realizar exames periódicos;
- Ter cuidados com a saúde mental;
- Evitar o uso de cigarros, e bebidas alcoólicas;
- Evitar uso de hormônios sintéticos em altas doses.
Cerca de 30% dos casos podem ser evitados a partir da adoção de hábitos saudáveis, aliados ao controle e detecção precoce por meio dos exames periódicos.
Abaixo realizei uma pequena síntese para melhor entendimento dos principais sintomas, diagnóstico e tratamento do câncer de mama espero contribuir para o conhecimento de todos.
O câmcer de mama é o tumor maligno mais comum em mulheres e ainda apresenta alta taxa de mortalidade.
Geralmente são carcinomas que são gerados a partir do epitélio dos ductos que chegam ao mamilo (carcinoma ductal) ou nas glândulas (carcinoma lobular).
Vários fatores de risco são reconhecidos; a mais importante é a presença de história familiar de câncer de mama, associada também a doença mamária prévia, menopausa tardia, menarca precoce, nuliparidade e interrupção do aleitamento materno.
Quando ocorre no sexo masculino (1%), apresenta pior prognóstico.
A principal via de disseminação é a linfática, para os linfonodos axilares ou para a cadeia mamária interna, dependendo da localização do tumor. Também pode metastatizar através do sangue para o pulmão, osso, fígado, cérebro e glândulas supra-renais.
SINTOMAS
Nos estágios iniciais é assintomático.
A primeira manifestação é geralmente a presença de um nódulo indolor ou massa endurecida, de consistência dura, na mama.
Uma porcentagem de pacientes apresenta distúrbios cutâneos da mama e do mamilo, como secreção ou retração mamilar.
DIAGNÓSTICO
Exames de rotina
O diagnóstico precoce possibilita que as chances de cura sejam muito maiores para a paciente, chegando a 95%. Infelizmente, quanto mais avançado for o estágio do câncer de mama no momento em que a doença é detectada, ou seja, quanto mais tarde a doença for diagnosticada e tratada, essa chance de cura vai ficando menor.
Por isso, é preciso que as mulheres conheçam seu corpo e suas mamas, estejam atentas a qualquer alteração que possa indicar uma anormalidade e procurem um médico imediatamente caso identifiquem alguma suspeita.
Para garantir o diagnóstico precoce é indicado realizar os exames de mamografia periodicamente. O INCA afirma que a mortalidade da doença diminui em cerca de 20% nas mulheres entre 50 e 69 anos que realizam o exame a cada dois anos.
Também é recomendado que todas as mulheres façam o autoexame das mamas, pelo menos uma vez ao mês, preferencialmente no mesmo dia do mês, e percebam se há alguma alteração no período.
Recomenda-se o autoexame mensal das mamas, após a menstruação.
O exame médico inclui a palpação da mama e áreas linfáticas.
A mamografia é o principal método utilizado para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Consideram-se sinais de malignidade a presença de nódulo denso, com espículas e bordas mal definidas, microcalcificações e alteração da arquitetura mamária.
É o exame de escolha para a detecção precoce do câncer de mama. A sensibilidade da mamografia varia de 65-91%. Um dos principais fatores de falsos negativos ao estudo mamográfico é a mama densa, ainda mais se considerarmos que mamas densas estão associadas a um risco aumentado de câncer. Portanto, a ultrassonografia complementar à mamografia anda de mãos dadas para poder identificar lesões não observadas pela mamografia ou pelo exame clínico.
Como rastreamento para o diagnóstico da doença, a mamografia é indicada entre os 35 e 40 anos, a cada dois anos entre os 40 e 50 anos e anualmente após os 50 anos.
Densidad mamaria según la clasificación BI-RADS.
A ultrassonografia, popularmente mais conhecido Ecogrfia, permite distinguir entre tumores sólidos e cistos com conteúdo líquido, sendo útil em mulheres jovens devido à maior densidade do tecido mamário.
Como é a Realização deste Exame?
Para a realização da eco das mamas, a paciente precisará efetuar a troca da roupa por um avental do hospital, em seguida o médico radiologista passará gel no aparelho e na área a ser examinada. Assim, com o auxílio de um transdutor, o qual transforma os ecos do corpo em ondas sonoras, fará com que o ecógrafo consiga captar e representar em forma de imagem.
Resultado da Ecografia das Mamas
O resultado da eco e da mamografia se baseia em BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System) classificados em categorias de 0 a 6. Esse sistema não mostra qual o tipo do tumor, mas a probabilidade de existir um câncer, a partir disso o especialista pode solicitar um exame diferente para a confirmação ou iniciar um tratamento que seja mais adequado ao caso. As classificações são:
BI-RADS categoria 0: Exame inconclusivo, a paciente deverá fazer o exame novamente.
BI-RADS categoria 1: Exame normal, negativo para alterações.
BI-RADS categoria 2: Exame alterado, presença de lesão benigna.
BI-RADS categoria 3: Exame alterado, presença de lesão, sem definição de benigno ou maligno. Nesse caso, é recomendado repetir o exame, se não houver modificações pode considerar um BI-RADS 2.
BI-RADS categoria 4: Exame alterado, é necessário a realização de uma biópsia para confirmação de malignidade. Essa categoria é dividida em 3, sendo elas:
- BI-RADS 4A: Lesão com baixa suspeita de malignidade.
- BI-RADS 4B: Lesão com suspeita moderada de malignidade.
- BI-RADS 4C: Lesão com suspeita elevada de malignidade.
BI-RADS categoria 5: Exame alterado, alto risco de câncer.
BI-RADS categoria 6: Exame com presença de tumor maligno.
É importante iniciar ou manter um acompanhamento com um médico especialista, pois assim ele pode solicitar exames a cada 6 meses, anualmente ou a cada mudança que ocorra. Dessa forma, há mais chances de um diagnóstico precoce do Câncer de Mama.
A realização da Ecografia de Mamas não exclui a necessidade da realização da mamografia, pois possuem imagens de profundidades diferentes, por isso, conseguem identificar pequenas lesões que às vezes passam batido em exames simples.
Por meio de punção e aspiração com agulha fina, pode-se obter material para análise anatomopatológica.
A biópsia cirúrgica oferece um diagnóstico definitivo
TRATAMENTO
Tumores inicialmente operáveis (estádios I-II): Tumores primários com menos de 5 cm de diâmetro que não se estendem à pele ou à parede torácica, com ou sem evidência de envolvimento de linfonodos axilares, estão incluídos. Além da ressecção cirúrgica (lumpectomia, mastectomia), a terapia hormonal deve ser considerada em tumores com receptores hormonais – estrogênio (ER) e progesterona (PR) com tamoxifeno ou inibidores da artomatase (anastrazol, letrozol e exemestano) e quimioterapia (estágio II) .
Câncer de mama localmente avançado (estádios II e III, e estágio IV definido por envolvimento exclusivo de linfonodo supraclavicular ipsilateral). A cirurgia é incapaz de alcançar o controle local em muitos casos. O tratamento com radioterapia pós-operatória diminui a taxa de recorrências locais, mas não há diferença clara na sobrevida em 10 anos. O tratamento com quimioterapia adjuvante associada à radioterapia mostrou redução significativa da mortalidade.
Câncer de mama metastático, o tratamento é baseado em diferentes esquemas quimioterápicos.