De novembro a novembro: saúde do homem deve ser rotina

Unidades Básicas de Saúde são a porta de entrada para a população e permitem o acolhimento e o acompanhamento do paciente

Agência Brasília* | Edição: Claudio Fernandes

Novembro é o mês voltado para a conscientização da saúde masculina. Especialistas, no entanto, reforçam que o cuidado deve ser no ano inteiro. Nesse sentido, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) prestam a assistência inicial e possibilitam o acompanhamento do paciente ao longo da vida. Esse cuidado permite o encaminhamento em casos complexos e o diagnóstico para diabetes, hipertensão, infecções sexualmente transmissíveis, entre outros.

“Os principais fatores de risco para câncer são preveníveis, e a Atenção Primária consegue fazer o acompanhamento do paciente ao longo da vida”Douglas Moreira, coordenador de Saúde do Homem na Atenção Primária

“A Atenção Primária deve ser a porta de entrada do homem no sistema de saúde, principalmente, em busca da prevenção de inúmeras doenças e suas complicações”, explica a referência técnica distrital, o urologista Álvaro Canuto. O médico destaca que há uma cultura do homem só procurar a Saúde após surgimento de alguma doença ou complicação, o que ocorre na atenção especializada. “Se diagnosticado de forma precoce, há 90% de chance de cura do câncer de próstata”, completa.

O coordenador de Saúde do Homem na Atenção Primária, Douglas Moreira, reforça que a orientação é sempre procurar uma UBS. “Os principais fatores de risco para câncer são preveníveis, e a Atenção Primária consegue fazer o acompanhamento do paciente ao longo da vida”, afirma.

“Nas unidades básicas de saúde, é ofertada uma carteira de serviços que vai ao longo de toda a vida acompanhar a saúde”Fernando Erick Damasceno, coordenador da Atenção Primária à Saúde

Apesar de novembro azul ser mais conhecido como um período de conscientização do câncer de próstata, a saúde do homem é bem mais ampla. A Secretaria de Saúde trabalha com eixos que incluem a saúde sexual e reprodutiva, abuso de álcool e drogas e condições de saúde mental, por exemplo.

Muitos homens têm a tendência de só procurar a Saúde após o surgimento de alguma doença: campanha reforça que a prevenção é fundamental | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde

Acolhimento e acompanhamento

“Nas unidades básicas de saúde, é ofertada uma carteira de serviços que vai ao longo de toda a vida acompanhar a saúde”, detalha o coordenador da Atenção Primária à Saúde, Fernando Erick Damasceno. “A saúde do homem parte do pressuposto dessa figura masculina como um organizador da família, que tem suas pressões e que tem dificuldade de abordar ansiedade, depressão etc.”

 

Damasceno acrescenta que o recurso mais importante da Atenção Primária é a sensibilidade de perceber e conhecer aquele paciente. De acordo com ele, ao ser acolhido em uma primeira consulta da equipe de estratégia da família, é estabelecido um vínculo com os profissionais. “Essa conexão promove a saúde do paciente, ele tem acesso a exames, a uma escuta qualificada, à resolução de queixas simples e encaminhamento em demandas complexas”.

As unidades básicas permitem que o homem tenha a possibilidade de diagnosticar infecções sexualmente transmissíveis, ter acesso a preservativos ou alguma condição de risco. “É identificado se há algum hábito que precisa ser modificado para evitar que ele tenha um infarto daqui a 20 anos ou que seja internado, por exemplo”, explica Damasceno.

Até outubro deste ano, 633.220 homens de mais de 20 anos tiveram atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. Desses, os moradores de São Sebastião, Samambaia e Gama são os que mais procuram a Atenção Primária, com 49.537, 46.649 e 41.995 atendimentos respectivamente. Já Varjão e Fercal têm os menores dados de atendimento com o público masculino, sendo 2.760 e 3.380 registrados nas unidades em todo o ano.

*Com informações da Secretaria de Saúde

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