Espondilolistese e Espondilólise: O que é , sintomas, diagnóstico e tratamento. Conhecer para Prevenir!!!

Por RAQUEL LUIZA,


Espondilolise e Espondilolistese | Entenda sua doença

A dor nas costas atinge cerca de 80% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde. Com isso, a dor na coluna lombar se tornou uma das queixas mais frequentes em adultos na fase ativa, afetando negativamente a funcionalidade e a qualidade de vida destes indivíduos. Muitas dessas dores ocorrem devido às alterações estruturais e de posicionamento das vértebras, como no caso da Espondilólise e Espondilolistese.

Espondilolistese é um deslocamento anterior ou posterior de uma vértebra sobre a outra, e geralmente está associada a uma progressão da Espondilólise (defeito com descontinuidade óssea do segmento intervertebral). Por esse motivo, essas duas condições clínicas normalmente são estudadas conjuntamente.

É mais frequente em jovens e localiza-se ao nível da coluna lombossacral (entre as vértebras L5 e S1). O tipo degenerativo ocorre em mulheres com mais de 50 anos e está associado à instabilidade articular, preferencialmente na área correspondente às vértebras L4 e L5.

 

Espondilolise-e-Espondilolistese

O que é Espondilólise?

A Espondilólise pode ser definida como um defeito com descontinuidade óssea do segmento intervertebral, ou seja, na região da lâmina entre os processos articulares superiores e inferiores da vértebra. Essa patologia se manifesta com mais frequência durante a fase de crescimento (de 8 a 20 anos) e durante o envelhecimento (de 60 a 80 anos).

O mecanismo de lesão envolve movimentos repetitivos de hiperflexão, hiperextensão e rotação da coluna, resultando em uma fratura por estresse na região. Atividades desportivas também podem causar este tipo de lesão.

Há também outra hipótese: o indivíduo apresenta alterações congênitas ou alterações durante a primeira década de vida, tornando a região da parte articular mais suscetível à lesão. Em cerca de 90% dos casos o acometimento é na vértebra L5, seguido da vértebra L4, por serem regiões de maior estresse mecânico.

Sintomas da Espondilólise

Pode ser assintomática, e em alguns casos, o indivíduo nem sabe que possui este tipo de defeito na vértebra.

Porém, em outros casos, pode se manifestar com dor intensa na região lombar que às vezes pode ser até incapacitante, dor exacerbada nos movimentos de hiperextensão da coluna, irradiação para membros inferiores, podendo apresentar hiperlordose lombar e contratura na fáscia toracolombar.

O que é Espondilolistese?

A Espondilolistese pode ser definida como uma subluxação das vértebras adjacentes, tanto no sentido anterior como no posterior. Apresenta maior prevalência em homens brancos, jovens e atletas, sendo que em 85% dos casos acomete os segmentos L5-S1.

Indivíduos que praticam atividades que aumentam a lordose lombar e exigem hiperextensão ou hiperflexão da coluna como ginástica, levantamento de peso, lutas, mergulho e vôlei são mais propensos a desenvolver espondilólise e espondilolistese.

Pode ser classificada de acordo com a etiologia do escorregamento vértebra (segundo Wiltse, Newman e Macnab):

  • Espondilolistese Displásica: decorrente a uma má formação congênita da vértebra ou dos arcos posteriores. Os sintomas se desenvolvem após 8 anos.
  • Espondilolistese Ístmica: forma mais comum, resultante da espondilolise, ou seja, o deslocamento da vértebra é decorrente do defeito da pars articularis. Em torno de 50 a 80% dos casos a espondilolise evolui para uma espondilolistese.
  • Espondilolistese Degenerativa: resultante da instabilidade da coluna, doenças discais e/ ou degeneração decorrente do envelhecimento. Sua incidência é maior em mulheres acima de 40 anos.
  • Espondilolistese Traumática: resultante de fraturas em qualquer segmento vertebral, por traumatismo agudo. Geralmente o tratamento responde bem com imobilização.
  • Espondilolistese Patológica: é o tipo mais raro, a degeneração da articulação é decorrente a doenças reumatológicas, autoimunes ou tumorais.

Outra classificação muito utilizada é feita de acordo com o grau de deslizamento das vértebras, que indicarão o grau de comprometimento e evolução da patologia, sendo que:

  • Grau I envolve 25% de deslizamento;
  • Grau II de 25 a 50% de deslizamento;
  • Grau III de 50 a 75% de deslizamento;
  • Grau IV de 75 a 100% de deslizamento.

Quando há o deslizamento completo da vértebra, também chamamos de Espondiloptose. O grau de deslizamento das vértebras está diretamente relacionado à escolha do tratamento adequado para a lesão.

Sintomas da Espondilolistese

A Espondilolistese pode evoluir de maneira assintomática, porém quando em outros casos pode se manifestar com dor lombar forte, que se acentua em pé, ao caminhar e nos movimentos de hiperextensão total da coluna; Dor ciática com irradiação para membros inferiores; Parestesia; Redução da flexibilidade e das amplitudes de movimento; Fraqueza muscular (principalmente de abdominal).

Além de retroversão da pelve e tensão de isquiotibiais, causando limitação funcional, afastamento da prática desportiva e também afetando as atividades de vida diária (como descer e subir escadas, dificuldade em andar e permanecer sentado por longos períodos, entre outros).

 

Diagnóstico da Espondilolistese e Espondilólise

O exame inicial para diagnóstico é a radiografia (RX). Porém, para estudar em detalhes o problema, se fazem necessários exames adicionais, como ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Com isso, o diagnóstico por parte de um médico ortopedista especialista em coluna fica mais assertivo, favorecendo um tratamento e uma recuperação rápida.

 

Tratamento

O tratamento inicial da dor é realizado por meio de métodos físicos (fisioterapia) e químicos (analgésicos e/ou anti-inflamatórios e relaxantes musculares). Se identificado fratura/lesão aguda do istmo (espondilólise), este tratamento deve ser acompanhado do afastamento da prática de esportes e da realização de exercícios físicos, sendo indicado o uso de colete de Putti para imobilização e tentativa de consolidação da lesão.

Na fisioterapia, além dos métodos de analgesia, se aconselha a correção de defeitos posturais que se apresentam, muitas vezes com encurtamentos musculares associados à retificação compensatória da cifose dorsal devido ao aumento da lordose lombar (incidência pélvica elevada).

Deve-se realizar também exercícios de reforço muscular progressivos para a estabilização lombo-pélvica. Raras vezes, a dor não alivia e há necessidade de tratamento cirúrgico, que consiste em reparar o defeito do istmo com implantes de fixação e enxerto ósseo. Quando além da espondilólise também há discopatia associada em L5-S1, com ou sem ciática, haverá a necessidade de artrodese (fusão óssea) com uso de implantes de fixação.

A intervenção cirúrgica está indicada quando há dor que não cede com tratamento conservador, alterações neurológicas ou em crianças com deslocamento vertebral superior a 50%.

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