Osteossarcoma Tumor Maligno: O que é, causas e tratamento.

Por RAQUEL LUIZA,

 


 

OncoExperts - Fisioterapia em Crianças e Adolescentes com Osteossarcoma

Tumor maligno formador de osso.
Mais comum em homens entre 10 e 25 anos de idade. Em pessoas com mais de 40 anos, está associada à doença de Pager.
Localiza-se na metáfise dos ossos longos.

 

O que é osteossarcoma?

Osteossarcoma é um tumor ósseo maligno. Normalmente acomete os ossos longos, das pernas e braços, mas pode aparecer em qualquer outro osso do corpo.

É mais comum que surja nos ossos:

  • tíbia, próxima ao joelho;
  • fêmur, próximo ao joelho;
  • osso superior do braço, próximo ao ombro.

Ainda, provoca metástase facilmente. O osteossarcoma é mais frequente em crianças, adolescentes e jovens adultos justamente na fase de crescimento, devido à alta velocidade com que os ossos aumentam nesse período.

Osteossarcoma em crianças e adolescentes - Juntos

A doença pode ser classificada em três tipos dependendo da velocidade de crescimento do tumor, sendo eles:

  • alto grau – o tumor cresce muito rápido e inclui casos de osteossarcoma osteoblástico ou condroblástico;
  • grau intermediário – se desenvolve rapidamente e inclui o osteossarcoma periosteal;
  • baixo grau – cresce de forma lenta e, por isso, é de difícil diagnóstico. Inclui o osteossarcoma parosteal e intramedular.

 

Sintomas

Clinicamente apresenta-se com dor intensa e tumoração palpável.
Há comprometimento do estado geral e pode originar metástases, preferencialmente pulmonares.

Os sinais e sintomas mais frequentes do osteossarcoma são:

  • Dor e inchaço

A dor no osso afetado é o sintoma mais comum em pacientes com osteossarcoma. No início, pode não ser constante e piorar a noite. A dor muitas vezes aumenta com a atividade física e se estiver localizado na perna pode causar dificuldade para andar.

O inchaço é o sinal mais comum, embora possa ocorrer apenas algumas semanas após o início da dor. Dependendo da localização do tumor é possível sentir um nódulo ou massa.

Infelizmente devido às atividades próprias da idade, a dor e o inchaço de um membro são muito comuns em crianças e adolescentes ativos, o que pode atrasar a consulta médica e com isso o diagnóstico. Esses sintomas são menos comuns em adultos e devem ser um sinal de alerta para consultar um médico o mais rápido possível.

  • Fraturas ósseas

Apesar do osteossarcoma enfraquecer o osso, muitas vezes eles não fraturam. Os osteossarcomas telangiectásicos, apesar de raros, tendem a enfraquecer os ossos mais do que os outros tipos de osteossarcomas e são mais propensos a causar fraturas no local do tumor.

Pessoas com fraturas próximas ou no local do osteosarcoma frequentemente descrevem que sentiam dor no membro durante alguns meses antes e que de repente ficou intensa quando a fratura ocorreu.

 

Diagnóstico

Observa-se elevação da fosfatase alcalina no soro devido à atividade osteoblástica.
Radiologicamente, predomina o tipo misto escleroso-osteolítico.
Pode haver formação de espículas longas e finas de osso periosteal reativo, dando origem à aparência típica de um raio de sol ou uma imagem de sol nascente.

Os exames de imagem ajudam a localizar a lesão e são extremamente úteis para determinar a extensão da doença o que se denomina estadiamento do câncer. Os principais exames utilizados para o diagnóstico ou estadiamento do osteossarcoma são:

  • Raios X ósseo – Os médicos muitas vezes podem identificar o osteossarcoma numa radiografia simples. Mesmo se os resultados de uma radiografia sugerir osteossarcoma, será necessária a realização de uma biópsia para confirmar o diagnóstico.
  • Ressonância magnética –A ressonância magnética geralmente é feita para se obter uma visão mais detalhada de uma massa óssea vista no exame de raios X. A ressonância magnética também diferencia se a massa é um tumor, uma infecção ou algum tipo de dano ósseo provocado por outra causa clínica.As ressonâncias magnéticas ajudam na determinar a extensão exata do tumor, pois mostram a medula óssea e os tecidos moles ao redor do tumor, incluindo músculos, vasos sanguíneos e nervos adjacentes.
  • Tomografia computadorizada – A tomografia computadorizada de tórax geralmente é feita para verificar a disseminação da doença para os pulmões ou outras regiões do corpo.
  • Radiografia de tórax – A radiografia de tórax é utilizada para diagnosticar a presença de alguma imagem suspeita de tumor em algum dos pulmões.
    • Cintilografia óssea

    A cintilografia óssea consiste na injeção de uma pequena quantidade de material radioativo na veia do paciente, após algumas horas esse material é atraído pelo tecido ósseo que apresenta a doença. Para registrar as áreas de captação do material radioativo é utilizada uma câmera especial, que detecta a radioatividade e cria uma imagem do esqueleto.

    A cintilografia óssea pode mostrar se o câncer se disseminou para outros ossos. É um exame útil para pacientes com suspeita de osteossarcoma porque mostra todo o esqueleto em uma única imagem.

Os exames de laboratório comumente realizados no diagnóstico do osteossarcoma são:

  • Análise das amostras de biópsia

Todas as amostras retiradas por biópsia são enviadas para um laboratório de análises para serem visualizadas, sob um microscópico, por um patologista. Também podem ser realizados exames para determinar alterações genéticas ou cromossômicas, que ajudam a distinguir o osteossarcoma de outros tipos de câncer similares.

Se o osteossarcoma é diagnosticado, o patologista irá atribuir-lhe uma qualificação, que é uma medida de quão rapidamente o câncer tende a crescer e a se disseminar.

  • Exames de sangue

Os exames de sangue não são necessários para o diagnóstico do osteossarcoma, mas podem ser úteis, por exemplo, níveis elevados de certas substâncias químicas no sangue, como fosfatase alcalina e lactato desidrogenase (LDH) podem sugerir que o osteossarcoma esteja em um estágio mais avançado do que parece.

Outros exames, como hemograma e bioquímica sanguínea podem ser solicitados antes da cirurgia e outros tratamentos para dar uma noção do estado geral de saúde do paciente. Estes exames também são importantes para monitorar o tratamento quimioterápico.

Biopsia

Embora muitas vezes os exames de imagem sugiram a presença do osteossarcoma, a biópsia é a única maneira de se confirmar com certeza o diagnóstico.

Existem dois tipos principais de biópsias utilizadas no diagnóstico do osteossarcoma:

  • Biópsias por agulha

As biópsias por agulha consistem na retirada de uma amostra de tecido para análise por meio de agulhas. Esse procedimento é geralmente guiado por tomografia computadoriza e realizado sob anestesia local ou geral.

  • Biópsia cirúrgica

Na biópsia cirúrgica, o cirurgião retira uma parte do tumor que é enviado para análise. Esse procedimento é realizado sob anestesia geral.

A maioria dos osteossarcomas é diagnosticada em estágio inicial, antes de ter claramente se disseminado para outros órgãos. As pessoas muitas vezes vão ao médico por sintomas como dor óssea ou inchaço no local do tumor.

Algumas pessoas têm um risco aumentado de desenvolver osteossarcoma devido a determinadas doenças ósseas ou condições hereditárias, por essa razão precisam de acompanhamento clínico e genético. Esse tipo de câncer geralmente não é hereditário, mas é importante estar atento aos sinais iniciais das doença, para que o tratamento seja iniciado de imediato.

 

Tratamento

O tratamento de escolha é a cirurgia ablativa, sem radioterapia ou desarticulação do membro.

As formas de tratamento do osteossarcoma incluem:

  • quimioterapia;
  • cirurgia para retirar o tumor que restou após a quimioterapia;
  • radioterapia paliativa é indicada quando o tratamento cirúrgico não é possível.

O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar com ortopedista oncológico, oncologista clínico, radioterapeuta, patologista, psicólogo, clínico geral, pediatra e médico intensivista.

Cerca de 65% das pessoas que têm esse tipo de tumor diagnosticado sem metástase e são submetidas à quimioterapia conseguem sobreviver até cinco anos. Quando a quimioterapia destrói o osteossarcoma totalmente, as chances de sobreviver mais do que cinco anos é de 90%.

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