Por RAQUEL LUIZA,
Doença neoplásica que se origina nas células-tronco precursoras dos leucócitos (glóbulos brancos) na medula óssea.
A leucemia aguda é uma alteração sanguínea que acontece devido a alterações na medula óssea, que passa a liberar na corrente sanguínea glóbulos brancos pouco maduros, sendo também identificada grande quantidade de células imaturas na medula óssea. De acordo com o tipo de glóbulo branco afetado, ou seja, com a linhagem celular atingida, a leucemia aguda pode ser classificada em mieloide ou linfoide, que pode ser diferenciada através de exames laboratoriais.
A leucemia aguda é mais comum em crianças e adultos jovens e é caracterizada pela presença de mais de 20% de blastos no sangue, que são células sanguíneas jovens, e pelo hiato leucêmico, que corresponde à ausência de células intermediárias entre os blastos e os neutrófilos maduros.
O tratamento da leucemia aguda é feito por meio de transfusões sanguíneas e de quimioterapia em ambiente hospitalar até que não sejam mais detectados sinais clínicos e laboratoriais relacionados à leucemia.
É caracterizada por uma proliferação descontrolada de células imaturas (blastos) que substituem progressivamente as células normais da medula óssea, produzindo uma diminuição nas três séries sanguíneas (hematitos, leucócitos e plaquetas). Além disso, as explosões aparecem rapidamente na corrente sanguínea.
Tipos de leucemia aguda
A leucemia aguda pode ser classificada em dois tipos principais de acordo com o tipo de célula que é afetada:
- Leucemia mieloide aguda (LMA), em que as células da linhagem mieloide, que é a linhagem responsável por dar origem aos leucócitos, dentre outras células sanguíneas. Esse tipo de leucemia pode ser classificado em alguns subtipos de acordo com as células imaturas circulantes no sangue e características da medula óssea;
- Leucemia linfóide aguda (LLA), em que as células da linhagem linfóide é atingida, resultando no aparecimento de linfócitos imaturos na corrente sanguínea.
É importante que o tipo de leucemia aguda seja identificada para que o melhor tratamento possa ser iniciado logo em seguida, prevenindo o desenvolvimento de complicações e aumentando as chances de cura.
A leucemia mieloide aguda tem origem na célula-tronco mieloipoiética (precursora dos granulócitos) e é mais comum em adultos, enquanto a leucemia linfoblástica aguda origina-se nas células-tronco linfopoiéticas precursoras dos linfócitos, sendo mais frequente na infância.
Está associada à radiação, retrovírus (HTLV-1 ou leucemia T do adulto), instabilidade cromossômica, síndrome de Down e exposição a produtos químicos como o cloranfenicol.
Quais são os sintomas?
Os sintomas surgem devido à invasão da medula óssea e à redução das diferentes linhas celulares normais (hematites, leucócitos e plaquetas). Apresenta-se com síndrome anêmica, imunidade prejudicada com infecções, recorrência e distúrbios de coagulação com tendência a sangramento.
Os sintomas podem ser causados por infiltração de células leucêmicas no osso (dor nos ossos), aumento do fígado, baço e gânglios linfáticos e deterioração do sistema nervoso central (meningite), testículos e pele.
A principal característica desse tipo de leucemia é o desenvolvimento rápido, de forma que os sintomas podem surgir e evoluir em um curto espaço de tempo, sendo os principais:
- Fraqueza, cansaço e indisposição;
- Sangramento pelo nariz e/ou manchas roxas na pele;
- Aumento do fluxo menstrual e tendência a sangramento nasal;
- Febre, suor noturno e emagrecimento sem causa aparente;
- Dor nos ossos, tosse e dor de cabeça.
Na presença desses sinais e sintomas, é importante que o médico seja consultado para que sejam realizados exames que ajudem a confirmar o câncer, identificar o tipo e, assim, iniciar o tratamento mais adequado.
Causas da leucemia aguda
A leucemia aguda acontece como consequência de alterações na medula óssea, que têm como resultado a liberação de células imaturas na corrente sanguínea, podendo ser linhagem linfoide ou mielóide.
As alterações na medula óssea que resultam na leucemia estão relacionadas com a genética, podendo ser identificada alteração nos genes FLT-3, NPM1, IDH e PML-RARA, no caso da leucemia mieloide aguda, por exemplo. A causa genética de leucemia linfoide aguda ainda não é muito bem esclarecida, no entanto parece estar relacionada com alterações no DNA causadas pela exposição à radiação, realização de tratamento com quimioterápicos anteriormente ou doenças genéticas.
Além disso, as mutações relacionadas com a LMA também podem ser favorecidas pelo uso de medicamentos imunossupressores, doenças genéticas, exposição à radiação e realização de quimioterapia, por exemplo.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da leucemia aguda deve ser feito pelo médico a partir da avaliação inicial dos sinais e sintomas apresentados, sendo também importante que sejam realizados exames que permitam avaliar a saúde geral da pessoa, bem como verificar se há algum sinal de leucemia. Assim, os principais exames que podem ser indicados em caso de suspeita de leucemia são:
- Hemograma completo, que indica leucocitose, plaquetopenia e a presença de várias células jovens (blastos), seja da linhagem mieloide ou linfoide; Elementos imaturos, mieloblásticos ou linfoblásticos geralmente são vistos no exame de sangue. Às vezes, o teste pode ser normal.
80% das células têm alguma anormalidade cromossômica. - Exames bioquímicos, como dosagem de ácido úrico e LDH, que normalmente se encontram aumentados devido ao aumento da presença de blastos no sangue;
- Coagulograma, em que são verificadas a produção de fibrinogênio, D-dímero e o tempo de protrombina;
- Mielograma, em que são verificadas as características da medula óssea.
Além desses exames, podem ser solicitados pelo hematologista a pesquisa de mutações por meio de técnicas moleculares, como NPM1, CEBPA ou FLT3-ITD, para poder indicar a melhor forma de tratamento.
A aspiração da medula óssea permite o diagnóstico além de demonstrar infiltração blástica maior que 20%.
Tratamento para leucemia aguda
O objetivo é a remissão completa da doença.
O tratamento para leucemia aguda é definido pelo hematologista e/ ou oncologista de acordo com os sintomas, resultado dos exames, idade da pessoa, presença de infecções, risco de metástase e de recidiva. O tratamento é administrado em fases, a primeira, tratamento de indução, mas é de curta duração e intensivo, e a segunda, manutenção, consolidação.O tempo de tratamento pode variar, começando os sintomas a diminuir após 1 a 2 meses do início da poliquimioterapia, por exemplo, podendo o tratamento durar cerca de 3 anos.
Diferentes combinações de quimioterapia são usadas.
O tratamento para leucemia mieloide aguda pode ser feito por meio da quimioterapia, que é combinação de medicamentos, transfusão de plaquetas e uso de antibióticos para diminuir o risco de infecções, já que o sistema imunológico se encontra comprometido. Em relação ao tratamento para a leucemia linfoide aguda, pode ser feito por meio de uma poliquimioterapia, que é feito com altas doses de medicamentos para eliminar o possível risco da doença alcançar o sistema nervoso central.
Caso haja recidiva da doença, e se isso for possível, pode-se optar pelo transplante de medula óssea pois, neste caso, nem todos se beneficiam da quimioterapia.
Em geral, a leucemia mieloblástica aguda tem um prognóstico ruim.