Por RAQUEL LUIZA,
Doença causada pelo vírus Epstein-Barr ( EBV), da família do herpesvírus.
O contágio ocorre através do contato humano próximo, geralmente através da saliva (doença do beijo).
O vírus invade as células epiteliais do trato respiratório e os linfócitos B. Dentro dos linfócitos, o vírus pode causar destruição celular ou ligar-se ao DNA da célula hospedeira, estimulando sua proliferação e a produção de diversos anticorpos.
Tem sido associada a uma predisposição ao câncer de nasofaringe e a certos tipos de linfoma.
É mais comum entre 15 e 25 anos.
EBV é um herpes-vírus que infecta 50% das crianças antes dos 5 anos de idade. Mais de 90% dos adultos são soropositivos para EBV. Seus hospedeiros são os seres humanos.
A infecção pelo EBV costuma ser assintomática.
Conheça a Fisiopatologia da Mononucleose Infecciosa
Após a replicação inicial na nasofaringe, o vírus EBV infecta os linfócitos B. Morfologicamente, os linfócitos anormais (atípicos) se desenvolvem, em especial os linfócitos T CD8+ que respondem à infecção.
Após infecção primária, o EBV permanece dentro do hospedeiro, especialmente nos linfócitos B, por toda vida, disseminando-se assintomaticamente de forma intermitente a partir da orofaringe. É detectável em secreções de orofaringe em 15 a 25% dos adultos saudáveis EBV-soropositivos. A disseminação aumenta em frequência e títulos em pacientes imunocomprometidos (p. ex., receptores de órgãos em transplantes, pessoas infectadas pelo HIV).
EBV não é recuperado de fontes ambientais e não é muito contagioso.
Como é a Transmissão?
A transmissão pode ocorrer por transfusão de derivados de sangue, mas mais frequentemente por meio do beijo entre uma pessoa não infectada e uma pessoa EBV-soropositiva assintomaticamente transmissora do vírus. Somente cerca de 5% dos pacientes adquirem EBV de alguém com infecção aguda.
A transmissão na infância ocorre com mais frequência entre grupos socioeconômicos inferiores e em condições de aglomerações.
Sintomas
Após um período de incubação de 30 a 45 dias, aparecem sintomas semelhantes aos da gripe (fraqueza, dores musculares e dor de cabeça). Posteriormente, surge um quadro de febre alta, astenia (fraqueza), anorexia (perda de apetite), dor faríngea, dores musculares, dor de cabeça e o exame pode mostrar linfonodos cervicais (aumento dos linfonodos), erupção cutânea generalizada e aumentada fígado e baço (hepatoesplenomegalia), que evoluiu em 24 semanas. Em geral, os sintomas desaparecem espontaneamente.
Podem ocorrer complicações como anemia hemolítica, trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas), distúrbios neurológicos, ruptura do baço, insuficiência hepática ou miocardite (inflamação do músculo cardíaco).
Diagnóstico
Nas análises ao sangue, destaca-se o elevado número de linfócitos, com percentual variável de linfócitos com formas atípicas.
O aumento das transaminases (enzimas hepáticas) revela algum grau de disfunção hepática.
O teste fundamental é a detecção de anticorpos produzidos pelos linfócitos B, que reagem contra os glóbulos vermelhos das ovelhas pelo teste de Paul Bunell.
A detecção de anticorpos específicos ou DNA viral também pode ser realizada por técnicas de PCR (reação em cadeia da polimerase).
Tratamento
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Cuidados de suporte
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Possivelmente, os corticoides são úteis nas formas graves da doença
O tratamento da mononucleose infecciosa é de suporte. Pacientes são encorajados a descansar durante a fase aguda, mas devem retomar suas atividades rapidamente quando a febre, a faringite e o mal-estar cederem. Para prevenir ruptura de baço, devem ser evitados levantamento de peso e jogos esportivos de contato por 1 mês após o início da doença e até que a esplenomegalia (que pode ser monitorada por ultrassonografia) se resolva.
Embora corticoides acelerem a defervescência e aliviem a faringite, geralmente não devem ser utilizados em doença sem complicação. Corticoides podem ser úteis para tratar complicações como obstrução eminente de vias respiratórias, trombocitopenia grave e anemia hemolítica. Embora o aciclovir oral ou IV diminua a disseminação orofaríngea de EBV, não há qualquer evidência convincente para autorizar seu uso clínico.
Geralmente não requer tratamento específico. Medidas de higiene e medicamentos antitérmicos ou analgésicos são úteis.