Por Raquel Luiza,
Tema Obesidade precisa ser tratado como um grave problema de saúde que vem aumentando a prevalência de obesidade em adultos brasileiros.
Uma pesquisa Realiza em 2019 pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em conjunto com o Ministério da Saúde, alerta para alertam para a necessidade de procurar soluções para o aumento do excesso de peso no Brasil.
Entenda um pouco melhor sobre Obesidade, o que é, casusas , epidemiologia e os problemas associados a obesidade de forma resumida.
EPIDEMIOLOGÍA
Obesidade é um excesso de tecido adiposo que pode ser um risco para a saúde;
- De acordo com os dados da pesquisa do IBGE, a PNS, 96 milhões de pessoas, ou, mais especificamente, 60,3% da população adulta do Brasil, apresentam IMC maior que 25 kg/m², sendo classificadas com excesso de peso.
- As maiores prevalências encontram-se entre o sexo feminino: 62,6% das mulheres estão com sobrepeso e 57,5% dos homens. Ainda que maior entre as mulheres, o documento mostra que desde 2002 as prevalências de excesso de peso para adultos com mais de 20 anos têm aumentado em ambos os sexos.
- Obesidade Mórbida aumentou cerca de 3% a 5% nos últimos 10 anos;
- A Organização Mundial de Saúde -OMS estima que a obesidade é definida por um IMC ( Índice Massa Corporal) superior o igual a 30%;
- Segundo OMS no Brasil tem 25% de pessoas Obesas.
PATOGENIA
Desequilíbrio Nutriconal e ingestão dietética
A obesidade é um problema de desequilíbrio de nutrientes, de modo que mais alimento é armazenado na forma de gordura.
Pessoas obesas consomem mais energia do que pessoas magras.
Levando em consideração estudos transversais e longitudinais, parece que a resposta é negativa. No estudo de Zutphen, homens de 50 a 60 anos aumentaram sua ingestão de energia em média. Isso implica que o gasto de energia diminuiu mais do que a ingestão de energia aumentou.
Em todos os estudos apresentados, exceto um, a ingestão calórica média foi menor no grupo de obesos. Essa diferença foi estatisticamente significativa na maioria das comparações entre mulheres magras e obesas, mas não entre homens.
Apesar da reduzida ingestão calórica apresentada pelos indivíduos com sobrepeso, observou-se correlação positiva entre o índice de massa corporal e a ingestão de gorduras totais e ácidos graxos saturados.
Em geral, as necessidades energéticas diminuem com a idade e parece lógico assumir que a ingestão alimentar apresentará uma redução correspondente. Os valores máximos de ingestão calórica surgem na segunda década de vida e são seguidos de uma diminuição gradual para ambos os sexos, nas décadas seguintes. Portanto, o aumento do peso corporal e da gordura corporal com a idade não pode ser atribuído a um aumento na ingestão alimentar, mas deve estar relacionado a uma redução relativamente maior no gasto energético.
Em resumo, dados epidemiológicos sugerem que a ingestão alimentar pode ser menor em obesos do que em pessoas magras. No entanto, a observação direta de pessoas obesas tende a apoiar a conclusão de que elas escolhem e comem mais alimentos, com mais frequência e rapidez do que as pessoas com peso normal. Influências ambientais externas, como luz e ruído, também podem alterar a quantidade e a qualidade dos alimentos ingeridos por pessoas obesas mais do que por pessoas magras. A precisão do cálculo de energia pode ser menor no primeiro caso.
No entanto, o ganho de peso em adultos provavelmente se deve a uma maior diminuição no gasto energético e não a um aumento na ingestão de alimentos, que na verdade parece diminuir com a idade.
Tecido adiposo
Mais de 90% da energia do corpo é armazenada na forma de triglicerídeos no tecido adiposo. A proteína fornece quantidades importantes, mas menores.Os estoques de glicogênio são relativamente pequenos, embora sejam uma fonte especial de glicose durante o exercício e o jejum de curto prazo.
O tecido adiposo tem duas funções principais: a síntese e o armazenamento de ácidos graxos nos triglicerídeos e o armazenamento de ácidos graxos como fonte de energia metabólica.
Os triglicerídeos são armazenados em células adiposas que diferem em número e tamanho de uma região para outra e de um organismo para outro. As mulheres geralmente têm mais gordura glútea do que os homens. O número total de células de gordura em pessoas cuja obesidade começou durante a infância é maior. O armazenamento de gordura nos primeiros meses de vida é produzido, sobretudo, pelo aumento do tamanho das células adiposas já existentes.
No final do primeiro ano de vida, o tamanho dos adipócitos praticamente dobra, enquanto seu número total quase não muda, de modo que é quase idêntico em crianças obesas e não obesas. Em crianças magras, o tamanho das células de gordura diminui após o primeiro ano.
As células de gordura se multiplicam ao longo dos anos de crescimento, em um processo que geralmente termina na adolescência. O número de adipócitos em crianças obesas aumenta rapidamente do que em crianças magras, atingindo o nível adulto por volta dos 10 ou 12 anos de idade. Os dados atualmente disponíveis indicam que, após a puberdade, ocorrem mudanças agudas nos depósitos de gordura do corpo, sobretudo, graças ao aumento do tamanho de seus adipócitos já existentes, sem aumentar seu número total.
ETIOLOGIA
Está classificada de duas maneiras:
- Primaria: devido ao excesso de ingestão calórica e sedentarismo
- Secundaria: Devido a causas genéticas, presença de alguns tumores hipotalâmicos, causas psiquiátricas, causas endócrinas ou até mesmo retenção de líquido.
Problemas sociais associados à obesidade
A existência de uma imagem corporal inadequada pode produzir um grande número de problemas sociais e psicológicos.
Entre os inúmeros problemas que podemos encontrar estão:
- Gordura e ginecomastia, que levam à vergonha e provocação em adolescentes, que reduzem sua participação em esportes e aumentam o sedentarismo.
- Falha em atrair o sexo oposto, ou se a obesidade ocorre após o casamento, um desencanto progressivo leva a dificuldades sexuais e sociais adicionais.
- Perda de oportunidades de emprego, devido a causas físicas definidas.
- Isolamento social que causa depressão.
Distribuição de gordura e risco para a saúde
- Existem dois tipos de distribuição de gordura:
1. Andróide abdominal, parte superior do corpo do tipo masculino.
2. Parte inferior do corpo ginóide, tipo feminino.
O primeiro é acompanhado por uma alta relação andróide-gineóide e relação cintura-quadril. Alguns autores, como Vague, sugeriram que a predominância de gordura abdominal acarretava maior risco de diabetes e doenças cardiovasculares. A relação entre distribuição de gordura e morbidade e mortalidade foi investigada em cinco estudos prospectivos, para os quais tanto a relação andróide-ginóide, quanto a relação cintura-quadril ou a medição da medida de gordura foram usadas como indicadores de distribuição de gordura. ou uma combinação de dobras cutâneas.
Todos os estudos mostraram uma distinção clara e um risco significativamente aumentado de morte, diabetes, hipertensão, ataque cardíaco e derrame em pessoas com obesidade na parte superior do corpo.
Efeitos e funções orgânicas da obesidade?
A obesidade pode causar doenças cardiovasculares e Diabetes Mellitus
Sistema Cardiovascular: A relação entre a hipertensão e a obesidade se conhece a muitos tempo; É muito significativa a relação que existe entre o peso corporal e a pressão arterial, e entre a pressão arterial e a distribuição de gordura .A elevação da pressão arterial parece ser devida ao aumento da resistência arteriolar periférica. Durante e após a perda de peso, a pressão arterial geralmente cai; por outro lado, esta doença aumenta o trabalho cardíaco; Mesmo com valores normais de pressão arterial, foi descrita uma cardiomiopatia da obesidade que estaria associada à insuficiência cardíaca congestiva.
Diabetes Mellitus : A obesidade parece facilitar o aparecimento da diabetes e a perda de peso parece reduzir o risco desta doença. O risco de diabetes aumenta com o aumento da gordura abdominal e o aumento do peso corporal. Ao perder peso, melhora a tolerância à glicose, diminuindo a secreção de insulina e diminuindo a resistência à insulina.
Doença da vesícula bilia : A associação entre obesidade e doença da vesícula biliar tem sido demonstrada em diferentes estudos. Em um deles, mulheres obesas entre 20 e 33 anos têm risco seis vezes maior de desenvolver colelitíase, em comparação com pessoas com peso normal. Aos 60 anos, a existência de colelitíase pode ser prevista em quase um terço das mulheres obesas. A relação entre doença da vesícula biliar e destruição de gordura também é evidente. Essa tendência à formação de cálculos biliares pode ser decorrente do aumento da síntese de colesterol observada na obesidade, pois para cada quilo extra de gordura armazenada, são sintetizados aproximadamente 20 mg/dia desse composto. Por sua vez, isso produz um aumento de sua excreção biliar, com uma bile mais saturada de colesterol e, consequentemente, maior risco de formação de cálculos.
Tipos clínicos de obesidade
Fatores genéticos na obesidade.
Na obesidade humana, os fatores genéticos se expressam de duas maneiras diferentes. Em primeiro lugar, existe um grupo de rara obesidade dismórfica em que a influência genética é de fundamental importância. Em segundo lugar, existe um substrato genético no qual os fatores ambientais atuam para induzir o desenvolvimento da obesidade. Estudos familiares mostrarão que a obesidade é familiar, mas os fatores genéticos e ambientais não são estritamente separados. Por outro lado, o IMC dos pais biológicos aumentou ao mesmo tempo que o dos filhos.
IMC
CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE
Existem três classificações para a obesidade:
- Classificação anatômico: número de adipócitos , sendo que mais de 90% da energia corporal é armazenado na forma de triglicerídeos no tecido adiposo, e também se classifica de acordo com a distribuição da gordura corporal.
Em muitos indivíduos com problemas de obesidade desde a infância, o número de adipócitos pode ser 2 a 4 vezes maior que o normal. Indivíduos com um grande número dessas células apresentam obesidade hipercelular. Isso permite que sejam diferenciados daqueles que sofrem de outras formas de obesidade, pelo tamanho ser maior. Em geral, todos os tipos de obesidade estão associados ao aumento do tamanho dos adipócitos, mas apenas alguns apresentam aumento do número total.
De acordo com a distribuição da gordura corporal , tanto os homens como as mulheres com obesidade na parte superior do corpo, eles apresentam risco aumentado de doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes. Por outro lado, a obesidade da parte inferior do corpo parece envolver um risco de saúde muito menor
Classificação etiológico:
- Por alterações endócrinos, as doenças endócrinas podem causar isso, em geral, em grau moderado:
Huperinsulinismo secundário a tumores de células de ilhotas do pâncreas ou à injeção de quantidades excessivas de insulina, causando aumento da ingestão alimentar e crescimento de depósitos de gordura, mas de magnitude modesta.
Uma obesidade um pouco mais importante é observada em casos de secreção aumentada de cortisol na síndrome de Cushing.
Hipotireoidismo
Hipogonadismo, onde ocorrem alterações na distribuição da gordura no corpo. - Por sedentarismo, a inatividade física desempenha um papel significativo no desenvolvimento da obesidade.
- A dieta é outro fator etiológico importante na obesidade, mas também desempenha um papel na destruição da obesidade humana. Dados epidemiológicos recentes, referentes às mulheres, indicam que quem está acima do peso ingere mais gordura total e mais ácidos graxos saturados do que o peso normal. Portanto, uma dieta rica em gordura pode aumentar o risco de obesidade em pessoas que já estão dispostas a sofrê-la .
- Classificação de acordo com a idade que apareceu: pode ser progressiva desde da infância o na idade adulta.
Função Orgânica
- Pressão alta;
- Resistência vascular periférica;
- Aumento do débito cardíaco;
- Insuficiência Cardíaca;
- Aumento da gordura abdominal;
- Diabetes Mellitus;
- Doenças da vesícula biliar.
PROBLEMAS ASSOCIADOS A OBESIDADE
- A depressão;
- Anorexia;
- Bulimia;
- Baixa autoestima;
- Efeitos sociais.
medidas antropométricas
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
Os indicadores antropométricos normalmente utilizados são:
- Altura;
- Peso;
- Circunferência torácica;
- Circunferência Abdominal;
- Circunferência da cintura e do quadril;
Não está claro quais índices de obesidade devem ser usados clinicamente. O objetivo é examinar buscando riscos cardiovascular.
O calculo do IMC é realizado com o peso corporal da pessoa, dividido por sua altura ao quadrado.
Com o resultado realiza a classificação:
- Peso normal: IMC 18,5 A 24,9
- Excesso de peso: IMC de 25 a 29,9
- Obesidade moderada: IMC de 30 a 39
- Obesidade severa: IMC mais que 40
Como é realizado o tratamento?
- Prática de exercício físico e gasto de energia;
- Realizar terapia comportamental;
- Tratamento com medicamentos;
- Tratamento Cirúrgico;
CURIOSIDADES SOBRE A OBESIDADE
- Ao nascer possuímos 12% de gordura;
- Um recém-nascido possui 25%;
- Com 18 anos – de 15 a 18% os homens e de 20 a 25% as mulheres;
- Puberdade 25%
- Idade adulta de 30 a 40% do peso corporal.