Por RAQUEL LUIZA,
O que é?
É a infecção de uma articulação sinovial causada por microorganismos patogênicos. Doença grave, como mortalidade de até 10% apesar do tratamento, e sequela em 30 – 50% dos pacientes. Os principais causadores são o S. aureus e a N. gonorrhoeae ( causadores de astrite gonocócia). Além destes agentes, fungos e micobactérias podem acometer imunossupressos. Ps microorganismos podem penetrar na articulação por três formas: via hematogênica de um foco infeccioso primário à distância, por inoculação direta intra-articular ou pela drenagem de osteomielite aguda.
Em quem ocorre?
A artrite séptica pode aparecer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em pessoas com mais de 65 anos,
A artrite não gonocócica é mais comum em crianças ( entre 1 e 2 anos), idosos imunossuprimidos, portadores de doenças sistêmicas crônicas ( Artrite Reumatoide, Diabetes, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) , alcoolismo). Nos recem nascidos e lactentes, o quadril é a articulação mais acometida. A artrite gonocócica ocorre em mulheres jovens, sexualmente ativas.
São fatores de risco para artrite séptica: lesões articulares pré-existentes, idade avançada, infecções de pele, uso de drogas intravenosa e próteses articulares.
Quais são os sintomas?
Sinais de artrite ( Dor, calor, eritema e edema).
Clinicamente, a artrite infecciosa se apresenta com inchaço nas articulações, dor, febre e limitação funcional. Os sinais inflamatórios são menos evidentes nas articulações profundas (especialmente no ombro e quadril).
Por outro lado, o diagnóstico de surto de doença reumática não exclui por si só o diagnóstico de artrite infecciosa, já que em algumas ocasiões as duas situações podem coexistir.
A localização da artrite infecciosa pode ser altamente variável. A maioria da artrite séptica é monoarticular, mas pode afetar 2 ou 3 articulações em 10% -20% dos casos. Globalmente, a localização mais frequente da artrite séptica é o joelho (50%), seguido do ombro e do quadril, embora qualquer articulação possa ser afetada.
Como é realizado o diagnóstico?
Baseia-se na análise do fluido articular obtido por artrocentese com Gram, cultura e contagem de células.
No fluido articular da artrite séptica, geralmente ocorre diminuição da glicose com a retirada de proteínas e contagem de células superior a 50.000 leucócitos / mm3 (com predomínio de células polimorfonucleares), leucocitose com desvio à esquerda. VHS e PCR se encontram elevados.
A coloração de Gram e a cultura do líquido articular são os procedimentos diagnósticos mais importantes, sendo positivos, respectivamente, em 50% e 90% das artrites sépticas não gonocócicas; na artrite séptica gonocócica, a coloração de Gram do líquido articular é positiva apenas em 25% e a cultura em 50% dos casos. Se houver suspeita de infecção por Neisseria gonorrhoeae, a cultura do fluido articular deve ser solicitada em meio seletivo (Thayer-Martin).
A identificação do patogéno na cultura da artrocentese fecha o dignóstico.
A radiografia pode revelar inflamação e edema de partes moles, espessamento capsular e aumento do espaço articular.
Tomografia e ressonância são úteis em pacientes com infecções profundas ( quadril, esternoclavicular, sacroilíaca) e na busca por osteomielite coexiste e tumores ósseos.
Artrite gonocócica
Causa, com mais frequência, síndrome de dermatite-poliartrite-tenossinovite.
As manifestações clássicas são
- Febre (5 a 7 dias)
- Várias lesões cutâneas (petéquias, pápulas, pústulas, vesículas ou bolhas hemorrágicas e/ou lesões necrosadas) nas superfícies mucosas e na pele do tronco, mãos ou membros inferiores
- Artralgia migratória, artrite e tenossinovite (geralmente comprometendo vários tendões), na maioria das vezes nas pequenas articulações das mãos, no punho, nos cotovelos, nos joelhos e nos tornozelos e, raramente, nas articulações do esquelo axial
Os sintomas da infecção mucosal original (uretrite, cervicite) podem não estar presentes.
Artrite bacteriana não gonocócica
- Artrite bacteriana não gonocócica causa dor articular moderada a grave, a qual piora acentuadamente com movimento ou palpação. As articulações mais infectadas são inchadas, vermelhas e quentes. Febre baixa ou ausente em mais de 50% dos pacientes; somente 20% dos pacientes relatam tremores com calafrio. Organismos virulentos (p. ex., S. aureus, Pseudomonas aeruginosa) geralmente causam uma artrite fulminante, enquanto organismos menos virulentos (p. ex., estafilococos coagulase-negativos, Propionibacterium acnes) causam artrite menos fulminante.
- Em 80% dos adultos, a artrite bacteriana não gonocócica é monoarticular e geralmente ocorre em articulações periféricas: joelho, quadril, ombro, punho, tornozelo ou cotovelo. Em crianças, ≥ 90% são monoarticulares: joelho (39%), quadril (26%), tornozelo (13%).
- De alguma forma, o envolvimento poliarticular é mais comum em pacientes imunossuprimidos ou que tenham artrite crônica subjetiva (p. ex., artrite reumatoide, osteoartrite) ou infecção estreptocócica. Em usuários de drogas injetáveis e pacientes com cateter vascular permanente, as articulações axiais costumam estar envolvidas (p. ex., esternoclavicular, costocondral, quadril, ombro, vértebra, sínfise púbica, articulações sacroilíacas). H. influenza pode provocar uma síndrome de dermatite-artrite semelhante à infecção gonocócica.
Prognóstico
Artrite bacteriana não gonocócica aguda pode destruir a cartilagem articular, prejudicando permanentemente a articulação dentro de horas ou dias.
Por sua vez, a artrite gonocócica não costuma prejudicar as articulações permanentemente. Os fatores que aumentam a suscetibilidade à artrite infecciosa também podem aumentar a gravidade da doença. Em pacientes com artrite reumatoide, o resultado funcional é particularmente ruim e a taxa de mortalidade é aumentada.
Tratamento
Pacientes com suspeita de artrite séptica devem receber tratamento antibiótico intravenoso imediato, e por 2 semanas , seguido de 2-4 semansa de terapia oral.
As drogas mais comuns são a Oxacilina e Ceftriaxona.
A coloração de Gram do fluido articular é essencial para orientar o tratamento empírico: se cocos Gram-positivos forem vistos em agrupamentos (suspeita de Staphylococcus aureus), a cloxacilina é recomendada; se o arranjo dos cocos granpositivos for em cadeias ou em pares (suspeita-se de Streptococcus spp.), pode-se administrar cefozolina ou vancomicina; se forem observados cocos gram-negativos (suspeita de Neisseria spp), é recomendado administrar ceftriaxona ou cefotaxima.
É apropriado imobilizar a articulação para aliviar a dor.
A drenagem do líquido purulento pode ser realizada por drenagem cirúrgica com artrotomia, por punções articulares de aspiração repetida ou por artroscopia.
A sínfise púbica é um local incomum de artrite séptca. Entretanto, em pacientes submetidos a cirurgia de vasectomia ou prostectomia pode ocorrer tal acometimento,
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