Por Raquel Luiza,
O que é?
Artrite associada a doença inflamatória intestinal. É imunomediada, mas a fisiopatologia é pouco esclarecida. Faz parte das chamadas espondiloatropatias soronegativas.
Em quem ocorre?
Acomete cerca de 20% dos pacientes com Doença intestinal inflamátoria- DII. Ocorre principalmente em indivíduos mais jovens, entre 15 a 40 anos de idade. Atinge ambos os sexos igualmente e tem o tabagismo como um fator de risco conhecido.
Causas
A inflamação das articulações ocorre em pessoas com predisposição genética e infecções intestinais bacterianas.
Em pessoas geneticamente predispostas, os linfócitos ou macrófagos, células do sistema imunológico, na presença de bactérias, deslocam-se da mucosa intestinal inflamada para as articulações.
Ou seja, além da suscetibilidade genética, fatores ambientais influenciam, como infecções intestinais causadas por bactérias encontradas em alimentos e água contaminados.
As bactérias mais frequentes presentes no intestino são Yersinia enterocolitica, Salmonella typhimurium, Campylobacter jejuni e Shigella spp.
Essas infecções também podem ocorrer na artrite reativa.
Fumar também é uma das causas.
Quais são os sintomas?
Dois padrões de acometimento articular:
Periférico ( principalmente joelhos e tornozelos), associado a períodos de atividade da DII; Axial, caracterizado por espondilite e sacroileíte, tendo curso clínico independente da DII e muitas vezes precedendo seu diagnóstico. Em geral, a artrite periférica é autolimitada e não envolui com deformidade articular. Podem ocorrer, ainda, entesite, tendinite e periostile, além de dactilite.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico é feito com a história que o médico do paciente conta e o exame físico. Não há diagnóstico oficial.
É característica a ausência de FR ( fator reumatóide) com HLA-B27.
O HLA-B27 é identificado em até 70% dos pacientes com DII e acometimento axial, mas 15% ou menos dos pacientes com DII e artrite periférica ou DII isolada.
Outros achados laboratoriais incluem aumento de VHS, PCR, leucocitose e anemia. Não há um teste dignóstico específico para atrite enteropática, devendo-se confirmar a presença de DII, além de excluir outras causas de artrite.
Como já mencionado, pertence ao grupo das espondiloartropatias soronegativas, razão pela qual são utilizados na prática os mesmos critérios dessas doenças.
Em outras palavras, a presença de dor inflamatória nas costas e inchaço nas pernas permite o diagnóstico de espondiloartropatia.
Alterações nas articulações podem ser diagnosticadas antes, ao mesmo tempo ou após o diagnóstico de doença intestinal.
Exames laboratoriais, como a presença de anemia e glóbulos brancos anormais, são úteis para avaliar a atividade da doença inflamatória intestinal.
A anemia é causada por doença e perda de sangue gastrointestinal.
Tratamento
Controlar a inflamação intestinal e, se mesmo assim a atralgia persistir , devem ser introduzidas medicações para dor crônica. AINES podem ser utilizados com cautela ( podem exacebar DII).
Metotrexaro, Sulfassalazina, Leflunomida e Azatioprina ( DMARDs) também são úteis ( alguns controlam também a inflamação intestinal). Anti-TNF ( Infliximab, Adalimumab , etc) são a melhor opção terapêutica para forma axial.
Referências
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- LANNA, Cristina Costa Duarte, FERRARI, Maria de Lourdes Abreu, CARVALHO, Marco Antônio Parreira de, & CUNHA, Aloísio Sales da. Manifestações articulares em pacientes com doença de Cronh e retocolite ulcerativa. Revista Brasileira de Reumatologia , 46 ( Suppl.1), 45-51.2006
- https://www.hindawi.com/journals/jir/2013/631408/ Espondiloartritis enteropaticas: del diagnóstico al tratamiento
