Enxaqueca: entenda o que é, sintomas e como é realizado seu tratamento.

Por Raquel Luiza,


Como já dito, em matéria anterior,  a cefaleis primária é a cefalei em que o sintoma constitui a própria doença, sem uma causa subjacente. As Síndromes de Cefaleia Primárias mais importantes são a Migrânea (Enxaqueca), a CefaleiaTensional, a Cefaleiaem Salvas e a Cefaleia Medicamentosa. Mas existem muitos outros diagnósticos diferenciais menos comuns, que irei escrever mais para frente. Geralmente , as cefaleias primárias são crônicas.

As cefaleias primárias representam 95% das causas de emergência.

Cefaleia: O que é, Tipos, Sintomas e Como Diagnosticar?

É importante lembrar que o diagnóstico deverá ser essencialmente clínico, levando em consideração a história natural da doença trazida pelo paciente.

 

Quais são os sintomas?

Levando em conta os mais variados tipos, podemos considerar os seguintes sintomas:

  • Irritabilidade;
  • Queda da pálpebra;
  • Sensação de latejamento;
  • Sensação de peso ou de aperto na cabeça;
  • Náusea e vômito;
  • Lacrimejamento;
  • Dor na nuca, em toda a cabeça ou lado direito ou esquerdo;
  • Sensação de pontadas na cabeça;
  • Sensibilidade à luz, cheiro ou sons;
  • Queda da pálpebra; e
  •  Dor no fundo ou ao redor dos olhos.

 

ENXAQUECA

Também chamada de migrânea, é uma desordem idiopática que se apresenta como crises recorrerntes de dor de cabeça de características singulares, associadas ou não a aura.

Latejante , púlsatil ou em pontada. Se apresenta de forma unilateral em 70% das crises.

Começa de forma leve, evoluindo com intensidade forte.

Esse tipo de dor de cabeça normalmente aparece antes da meia idade e afeta cerca de 20% das mulheres em algum momento de suas vidas. A causa exata da migrânea ainda é incerta, mas o sintoma de dor está associado à vasodilatação dos vasos extracranianos e também à disfunção hipotalâmica associada a hiperpolarização e despolarização cortical desregulada. Fatores hormonais também são importantes, sendo prejudicial o uso de anticoncepcional oral com estrógeno.

A enxaqueca pode ser despertada por certos gatilhos, osmofobia ( intolerância a cheiros fortes), ambientes luminosos, uso em excesso de analgésicos ou de café. Ela também pode ser causada pelo desequilíbrio de certos neurotransmissores, como a serotonina. Esse tipo de cefaleia causa dor latejante de moderada a intensa, unilateralmente, sendo a dor caracterizada por pontadas na cabeça.

Esse gatilhos podem ser também, insônia, jejum ( quando se pula refeições). desidratação, período mestrual ou pré- mestrual, estresse, aluguns alimentos ( queijo envelhecidso, cheddar, álcoolm fruta cítricas, alimentos com muito codimentos, hipercalóricos. Nenhum evento único ( por exemplo, vinho tintom estresse, chocolate) age como um gatilho para todas as pessoas com enxaqueca.

O ponto chave da identificação da Migrânea é o sintoma associado de “Aura”, presente em 25% dos pacientes. Ele se trata de um conjunto de sintomas neurológicos que geralmente são distúrbios visuais em que se formam focos luminosos e evoluem para escotoma, podendo ser acompanhados de parestesia do membro superior.

E o que é a aura? são sintomas neurológicos focais transitórios que precedem/ acompanham a cefaleia. Podem ser visuais, sensitivos ou déficit motor.

A aura, quando presente, precede a dor com cerca de 1 hora de antecedência. Quando a dor se inicia, ela tem o padrão de afetar uma das têmporas, irradiando para a parte frontal com característica de latejamento. Pode ser acompanhada de vômitos e principalmente fotofobia e fonofobia, sendo a diminuição de luminosidade e estímulo sonoro fatores de alívio. Esse quadro pode durar de 4 a 72 horas.

80% das pessoas que possuem enxaqueca possuem um familiar direto portador de enxaqueca.

 

Como é realizado o diagnóstico?

Para estabelecer um diagnóstico é preciso fazer a anamnese, buscando saber a história do paciente: frequência e descrição das crises e situações nas quais ocorrem.

Assim como também se faz necessário o exame clínico e neurológico. Por vezes também são realizados exames de imagens (tomografia de crânio, ressonância e eletroencefalograma) e de sangue, a fim de realizar o diagnóstico diferencial e descartar a possibilidade de outras condições.

Algun critérios são levado em conta para um diagnóstico, como:

  • Critérios para enxaqueca sem aura: 
  1. Pelo menos 5 episódios com os critérios 2 a 4
  2. Cefaleia com duração de 4 a 72 horas ( idade >15 anos) ou de 2 a 48 horas ( idade < 15 anos) não tratada  ou tratada sem sucesso.
  3. Cefaleia com pelo menos duas das seguintes: localização unilateral, pulsátil, intensidade moderada ou grave, piora com atividades físicas rotineiras ( ex. subir escada).
  4. Durante a cefaleia, pelo menos um dos seguintes está presente: náuseas e/ou vômitos, fotofobia e/ou fonofobia.
  • Critérios para enxaqueca com aura:
  1. Pelo menos, 2 episódios que preenchem 2

Pelo menos, 3 das seguintes:

  • Um ou mais sintomas reversíveis de aura, indicando disfunção focal encefáçica cortical e/ou do tronco cerebral.
  • Pelo menos 1 sintoma da aura se desenvolve em período superior a 4 min, ou dois ou mais sintomas que ocorrem em sucessão; Sintoma da aura não dura mais de 1 hora.
  • A cefalei começa menos de 1 hora após a aura ( pode começa antes ou simultânea);

 

 

Como é realizado o tratamento?

Evitar gatilhos é o primeiro passo no manejo da Enxaqueca (ex: troca de método anticoncepcional com retirada de pílula contendo estrógeno). Durante a ocorrência da crise de intensidade habitual do paciente, é indicado  na fase aguda o uso de analgesia simples com AAS, Paracetamol ou AINEs, associando Metoclopramida (antiemético procinético) caso ocorra náusea.

Deve se evitar o uso de opioide na crise de enxaqueca, pois aumentam o risco de recorrência da dor e dependência.

A hidratação venosa é parte fundamental, principalmente caso apresente desidratação;

A enxaqueca se “alimenta” de tudo que estimula o cérebro. Em todos os casos, tentar se manter em repouso sob penumbra em ambiente traquilo e silencioso.

Além das crises comuns, é possível que o paciente tenha crises mais severas que o normal. Nesses casos, é prescrita a classe de remédios “Triptanos” (ex de droga: Sumatriptano)como medicamento para abortar o episódio. O uso deste medicamento deve ser feito com muita orientação do profissional pelo potencial de dependência.

Se as crises forem muito frequentes (> 2-4 vezes ao mês), a profilaxia começa a ser considerada. Ela é feita com drogas vasoativas (betabloqueadores), antidepressivos (amitriptilina) ou drogas antiepilépticas (Valproato ou Topiramato).

 

Referências

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiol[ogica, 7 ed. Brasília: Ministério da Saude.
  2. WANNMACHER, Lenita, FERREIRA, Maria. Enxaqueca: mal antigo com roupagem nova. Uso racional de medicamentos: temas selecionados. Vol 1, N 8. Brasília, 2004

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *