Por RAQUEL LUIZA,
Desordem degenerativas do cérebro que afetam principalmente as áreas associativas do córtex cerebral e parte do sistema límbico, de causa patogênica ainda desconhecida.
Causa mais comum de demência.
Uma perda progressiva de neurônios é observada levando a atrofia generalizada e dilatação do sistema ventricular .
É uma doença neurodegenerativa, cortical, decorrente do acúmulo de placas senis amiloides no interstício e de emaranhados neurofibrilares contendo proteína tau hiperfosforilado e ubiqiitina, no citoplasma dos neurônios.
O paciente com Alzheimer perde junto com a memória a noção do tempo. Por isso, o achado clássico nesta doença é a atrofia dos lobos temporais, sobretudo da parte superior dos lobos temporais que está mais relacionada com a memória e o aprendizado: o hipocampo.
A marca do Alzheimer é a atrofia desproporcional dos lobos temporais. Com o avanço da doença, o resto do cérebro também pode atrofiar mas os hipocampos são desproporcionalmente comprometidos.
50 -70% dos casos de demência ( afeta 15% das pessoas com > 65 anos e 45% das > 85 anos).
Raramente há defeitos genéticos, mas síndromes genéticas ( ex. Síndrome de Down) tende a apresentar a doença de forma mais precoce.
Níveis diminuídos de certos neurotransmissores, como somatostatina, acetilcolina, serotonina, gaba (ácido gama-aminobutírico) e adrenalina também são comuns.
Fatores de risco como idade avançada e história familiar ligada ao gene apo Ey, localizado no cromossomo 19, foram descritos.
Em quem ocorre?
Predominantemente em idosos com mais de 65 anos ( a prevelência aumenta com o avançar da idade). História familiar positiva também é fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Quais são os sintomas?
Declínio constantemente progressivo e gradual na cognição, sem platôs prolongados.
Precocemente, apresenta um leve comprometimento cognitivo (LCC), comprometimento da memória recente ( notado por familiares geralmente), distúrbio do sono, sintomas de humor ( incluindo depressão e/ou apatia) podem abrir o quadro demência.
Os sintomas vão progredindo com a evolução da doença, no eságio moderado tornan-se comuns características psicóticas, irritação, agitação, agressividade , perambulação, desorientação têmporo-espacial, mudança de comportamento, afasia ( dificuldade em ler, escrever e expressar), anomia ( que não possui normas), desorientação visuoespacial e apraxia.
No estágios finais, o distúrbio da marcha, disfagia ( dificuldade para engolir), incontinência, mioclonia (movimentos involutários, breves e rápidos), rigidez, bradicinesia (lentidão nos movimentos), espaticidade( distúrbio no controle muscular), mutismo (dificuldade em falar) e convulsões
Apresentações atípicas podem ocorrer em pacientes <65 anos ( afasia progressiva primária, variante frontal, demência mista); Início tardio se associa à progressão mais lenta.
A morte geralmente ocorre com 5-10 anos do diagnóstico, e devido a doenças intercorrentes, geralmente infecções respiratórias urinárias.
Como é realizado o diagnóstico?
Preencher os seguintes critérios:
- Evidência de uma mutação genética causadora de doença de Alzheimer a partir de história familiar ou teste genético.
- Todos os 3 a seguir devem estar presentes:
a) Evidências claras de declínio na memória e na aprendizagem e em +1 domínio cognitivo.
b) Declínio constantemente progressivo e gradual na cognição , sem platôs prologados.
c) Ausência de evidência de etiologia mista ( ausência de outra doença neurodegenerativa ou cerebrovascular ou de outra doença ou condição neurlógica , mental ou sistêmica contribuindo para o declínio cognitivo.
Em geral, são usados os critérios do National Institute of Neurological and Communicative Disords e da Alzheimer’s Disease and Related Disorders Association (NINCDS-ADRDA). Os sinais prováveis de Alzheimer são os seguintes: presença de demência diagnosticada por exame clínico e documentada com questionários específicos que avaliam as funções mentais superiores (Minimental, escala abençoada de demência), déficit em duas ou mais áreas cognitivas, deterioração progressiva da memória, ausência de nível alterado de consciência, início após 65 anos e ausência de outras patologias que possam produzir os sintomas observados.
O diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer requer a presença de prováveis critérios clínicos de Alzheimer e a existência de características no exame patológico de uma biópsia ou autópsia cerebral.
Estudos de metabolismo e função hormonal, níveis de substâncias tóxicas no sangue, imagens cerebrais como tomografia computadorizada e ressonância magnética, eletroencefalograma e análise do líquido cefalorraquidiano podem ser úteis para descartar outras causas de demência.
Tratamento
Não há tratamento curativo.
Tratamento não famacológico: terapia cognitivo comportamental, musicoterapia, controle do ambiente e atividade física.
Nenhum fármaco demonstrou ser capaz de reverter déficit ou impedir a progressão da doença;
Farmacologia: inhibidores de acetilcolinesterase: (Donepezil, Rivastigmina e Galantamina)
Os objetivos do tratamento são retardar a progressão da doença, controlar adequadamente os problemas de confusão, agitação e comportamento, evitar doenças intercorrentes e oferecer apoio aos familiares e cuidadores.
Referências
- Desai, A. K, GROSSBERG, G. T. Diagnosis and treatment os Alzheimer disease. Neurology. 64 ( 12). 2005
- HAMDAM, A. C. Avaliação neuropsicológica na doens de alzheimer e no comprometimento cognitivo leve. Psicol Argum. 26(54): p. 183-192.2008