Em humanos, quando não tratada, a enfermidade consegue ter mais de 80% de letalidade. Saiba os sintomas da doença
Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader
Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde do Distrito Federal, Divino Valero, é necessário buscar ajuda nos primeiros dias de sintoma, pois o atendimento rápido para tratar a doença faz toda a diferença. Já para evitar a contaminação, Divino alerta que é preciso combater o parasita.
“O DF está vigilante quanto aos casos tanto na vigilância epidemiológica quanto na ambiental. Isso faz parte da nossa rotina. E na situação da febre maculosa, os cuidados seguem bem parecidos quanto à vigilância do meio ambiente e de animais. Fazendo o manejo ambiental, conseguimos evitar o carrapato, e consequentemente, a doença”, explica.
A doença
A febre maculosa brasileira é uma doença infecciosa transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense, não sendo passada diretamente de pessoa para pessoa nem pelo contato com animais infectados. A bactéria R. rickettsii é propagada aos humanos e aos animais apenas por meio da picada de um carrapato infectado. Mais comum entre os meses de maio a novembro, a doença tem tratamento por meio de antibióticos. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior será a chance de cura.
“O DF está vigilante quanto aos casos tanto na vigilância epidemiológica quanto na ambiental. Isso faz parte da nossa rotina. E na situação da febre maculosa, os cuidados seguem bem parecidos quanto à vigilância do meio ambiente e de animais”Divino Valero, subsecretário de Vigilância à Saúde do Distrito Federal
Hospedeiros mamíferos amplificadores (cães, bois, cavalos, capivaras, etc.) são animais predispostos à infecção por R. rickettsii, mantendo níveis circulantes da bactéria na corrente sanguínea, o suficiente para causar infecção de carrapatos que dele se alimentem.
O biólogo e gerente da Vigilância Ambiental de Vetores, Animais Peçonhentos e Ações de Campo (Gevac), Israel Moreira, destaca que, na capital federal, é mais comum apontar as capivaras como principais transmissores. “Pesquisa da Secretaria de Meio Ambiente mostrou que há infestações de carrapatos em áreas não visitadas por capivaras, reforçando que outros animais também são importantes na disseminação de parasitas. Inclusive o cachorro, animal tão próximo ao ser humano”, explica. Para ele, é fundamental manter os animais domésticos bem cuidados, dando banho e utilizando frequentemente carrapaticidas. Além disso, é preciso manter o quintal e as áreas com mato alto bem cuidados.
Transmissão
Para que haja a transmissão, os carrapatos devem permanecer fixados à pele do hospedeiro por um período variável entre seis e dez horas, o suficiente para que a bactéria seja reativada na glândula salivar e em seguida espalhada pelo corpo. Os carrapatos, além de vetores, são também reservatórios e amplificadores de R. rickettsii.
O carrapato-estrela, da espécie Amblyomma cajennense, transmissor da doença, pode ser encontrado em animais de grande porte, além de cães, aves domésticas, gambás, coelhos e, especialmente, na capivara. O período de incubação varia de dois a 14 dias após a picada (média de sete dias).
Quando buscar atendimento de emergência
Os sintomas têm início de forma repentina, com febre – de moderada a alta –, que dura geralmente de duas a três semanas, acompanhada de dor de cabeça, calafrios, congestão das conjuntivas (olhos vermelhos).
A lesões – parecidas com uma picada de pulga – apresentam, às vezes, pequenas hemorragias sob a pele e aparecem em todo o corpo, nas palmas das mãos e na planta dos pés. Diferentemente do que acontece em outras doenças, como sarampo, rubéola e dengue hemorrágica, por exemplo.
Saiba mais
⇒ Cada fêmea de carrapato infectada pode gerar até 16 mil filhotes aptos a transmitir R. rickettsias;
⇒ Os cães, muitas vezes, não apresentam nenhum sintoma da doença;
⇒ É essencial fazer com frequência a higiene dos animais com carrapaticidas. O uso do produto deve ser realizado tanto em cães domésticos quanto em animais de grande porte como o cavalo ou boi;
⇒ Sempre aparar o gramado rente ao solo.
*Com informações da Secretaria de Saúde