Foram 10 UBSs construídas nos últimos quatro anos, com capacidade para atender até 184 mil pessoas por mês, e mais de 800 profissionais contratados
Rafael Secunho, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger
As UBSs, dentro das premissas do Sistema Único de Saúde (SUS), devem estar perto da casa do cidadão. E o GDF, nos últimos quatro anos, ampliou essa capilaridade: foram 10 novos postos construídos em nove regiões administrativas diferentes, com capacidade para atender até 184 mil pessoas por mês. Outras seis já têm projeto básico pronto e estão em fase de licitação. Arniqueira, por exemplo, vai receber sua primeira UBS, visto que as duas da região pertencem a Águas Claras.
“O critério usado para se criar uma nova UBS é a vulnerabilidade. Verifica-se também se há grande demanda em uma determinada região por meio dos cadastros das famílias”, explica a coordenadora da atenção primária da Secretaria de Saúde, Fabiana Fonseca. “Aí está a importância dos agentes comunitários de saúde, que são os que fazem esse cadastro”, reforça.
Atualmente, são 618 equipes de Estratégia de Saúde da Família prontas para o atendimento na rede pública do Distrito Federal. Times compostos sempre por um médico e um enfermeiro da família, um técnico de enfermagem e um agente comunitário, profissionais que ingressaram na atenção primária desde 2019.
“São profissionais habilitados para cuidar desde o ‘mamando’ até o ‘caducando’, conforme a gente brinca no dia a dia”, salienta Fabiana. “Por exemplo, se um paciente hipertenso é bem acompanhado pela equipe, se vem com frequência, ele diminui os momentos que agudiza, que fica ruim de saúde. E livra ele de ir parar em um hospital numa situação de emergência”, afirma a médica.
A gama de serviços nos postos é enorme, passando por atendimentos odontológicos, consultas, vacinação, entrega de medicamentos nas farmácias da unidade e outros (veja abaixo).
Uma UBS disputada
Com uma média de 100 atendimentos por dia, a UBS 5, localizada no Arapoanga, é uma referência na região norte do DF. Do momento da abertura, às 8h, até o cair da tarde, o movimento ali é grande, em especial a vacinação, o pré-natal das gestantes e as primeiras consultas dos bebês.
A manicure Jéssica Alves, 31, mãe da pequena Maria Cecília, de 11 meses, fez todo o acompanhamento pré-natal na unidade, teve a bebê no Hospital Regional de Planaltina (HRPL) e já está de volta para as vacinas e consultas. Esta semana, a bebê foi imunizada contra a gripe e recebeu a segunda dose da covid-19. De quebra, a irmã mais velha, Ketley Alves, 12, também foi vacinada contra a influenza.
“Todas as vezes que precisei, ainda que o movimento estivesse grande, nunca fiquei sem atendimento. Precisei me consultar com cardiologista e vim aqui. É muito bom ter isso perto de casa”, ressalta a moça. “Até mesmo o encaminhamento do parto da Maria Cecília foi feito nesta UBS e seguirei trazendo ela para as consultas”, diz.
“A atenção primária tem condições de resolver até 80% dos problemas de saúde de uma pessoa e de sua família”, observa o médico de família e comunidade da UBS do Arapoanga, Arthur Fernandes. “Em relação a esses 20%, que teoricamente sobram, nossas equipes se responsabilizam e cuidam junto, encaminhando esse paciente para outro ponto da rede”, finaliza.