Por Raquel Luiza,
A hiperpigmentação da pele pode ser devido a um aumento na quantidade de melanina ou no número de melanócitos.
Nevo Melanocítico é um tumor benigno composto por células pigmentares da pele (melanócitos). São conhecidos popularmente como sinais, pintas ou verrugas, dependendo do seu tipo. Podem estar presentes desde o nascimento, mas geralmente começam a surgir na infância, aumentando em número até a meia-idade, quando seu número tende a diminuir. Habitualmente são uniformemente pigmentados.
Geralmente surgem como pequenas manchas marrons ou pretas que podem permanecer planas ou, com o tempo, aumentarem de espessura, tornando-se elevadas.
Quanto mais elevadas se tornam, a coloração tende a se tornar mais clara. Quando os nevos ficam bem elevados podem ser da cor da pele e são, muitas vezes, confundidos com verrugas.
Há diferentes tipos de nevos melanocíticos, cada um apresentando características próprias:
– Nevo Melanocítico Congênito, em alguns casos, pode ser de grande dimensão, formando uma mancha elevada, rugosa, de coloração marrom ou negra e, geralmente, recoberta por pelos. Quando atingem áreas muito extensas do corpo recebem a denominação de Nevo Congênito Gigante.
– Nevo Halo (ou Nevo de Sutton) é o nevo melanocítico que desenvolve uma área de acromia (ausência de pigmentação) ao seu redor. Esta despigmentação é uma reação do organismo contra as células do nevo, que acabam atingindo também as células melanocíticas que o rodeiam, o que causa o halo despigmentado. Este processo pode levar ao desaparecimento total do nevo pigmentado e consequente repigmentação da pele.
– Nevo Spilus, quando várias lesões pequeninas estão sobrepostas a uma mancha café com leite.
– Nevo Displásico, que tem como característica lesões cuja coloração não é uniforme e pode variar do róseo ao negro, o tamanho é maior, as bordas são irregulares e a pigmentação também. Podem existir em grande número na mesma pessoa e ocorrer em mais de um membro da família.
Nevo congênito
Nevo Halo
Nevo Spilus
Nevo displásico
Pessoas que possuem esse tipo de nevo são mais propensas a desenvolver o melanoma, tipo mais agressivo de câncer da pele. Pesquisas afirmam que pessoas com dez ou mais nevos displásicos possuem 12 vezes mais chance de desenvolver o melanoma.
Os nevos displásicos são geralmente hereditários e pessoas com histórico familiar de melanoma são mais propensas a desenvolvê-los. Esses dados são importantes para alertar sobre a importância do autoexame mensal e a necessidade de visitas regulares ao dermatologista e proteção solar diária.
Pessoas que possuem muitos nevos devem ficar atentas, principalmente aquelas que possuem um ou mais nevos maiores ou um ou mais nevos atípicos ou ainda mais de 100 nevos
Quais são os sintomas?
No nível epidérmico, devido ao aumento da melanina, observam-se efélides (sardas), manchas leitosas acastanhadas (desaparecem com a idade) e o nevo de Becker, que está localizado no ombro e está associado a hipertricose e hamartoma. do músculo liso subjacente.
Léntigos são produzidos por um aumento de melanócitos e aparecem como máculas acastanhadas que não desaparecem com a idade.
Na derme, devido ao aumento da melanina, são observadas máculas pigmentadas associadas a anticoncepcionais orais ou gravidez (melasma ou cloasma)
As lesões devido ao aumento de melanócitos dérmicos são a mancha mongol e nevos ou pintas.
Os nevos congênitos estão presentes desde o nascimento como manchas pigmentadas com mais de 2 cm de diâmetro, que possuem pelos na superfície. Os nevos adquiridos aparecem na infância e aumentam com a idade. Alguns mostram a capacidade de evoluir para melanoma (nevos displásicos). Apresentam bordas irregulares, assimetria, diâmetro maior que 5 mm e de cores diferentes.
Como é realizado o diagnóstico?
Geralmente, o exame clínico é suficiente. Lesões suspeitas requerem biópsia e exame patológico.
Basicamente são cinco os aspectos importantes que devem ser observados ao se examinar um nevo:
• Assimetria: ao se dividir a lesão em 4 partes, cada parte é diferente da imagem ao lado;
• Bordas: irregulares, recortadas, mal definidas ou abruptas;
• Coloração: variada, presença de vários tons: castanho, azul, preto, branco, cinza, vermelho;
• Diâmetro da lesão: maior que 6mm (“fundo” da caneta ou lápis comum);
• Evolução: aumento de uma lesão pré-existente ou surgimento de uma nova lesão, sangramento, dor, prurido, crescimento vertical da lesão.
Tratamento
Na grande maioria dos casos não há necessidade de tratamento. No entanto alguns nevos pigmentados (como os nevos displásicos) podem sofrer processo de malignização, dando origem ao melanoma. Caso haja a suspeita de transformação, indica-se a retirada cirúrgica da lesão.
Nevos pigmentados que aumentam de tamanho, mudam de cor, sangram, ferem, coçam ou inflamam podem estar em processo de malignização e devem ser avaliados por um médico dermatologista.
Quando o tratamento for por motivos estéticos, as técnicas cirúrgicas podem ser o shaving ou a excisão e sutura simples. Nos casos de suspeita de malignização, realiza-se a retirada total da lesão com encaminhamento do material para exame anatomopatológico.
Referência
Referências: SBD, SBCD, Tratado de Dermatologia de Fitzpatrick e Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti