Por RAQUEL LUIZA,
Há algum tempo já se estima que a infecção pelo genital papilomavírus humano (HPV) está entre as infecções mais prevalentes em todo o mundo. Agora, um novo e grande estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Catalão de Oncologia e colegas traz novos dados que confirmam ampla disseminação dessa infecção causada por importantes números de morbidade e mortalidade tanto em homens quanto em mulheres.
A publicação em The Lancet Global Health conta que a revisão sistemática e a meta-análise avaliaram a prevalência da infecção genital por HPV na população masculina em geral com base em estudos publicados entre 1995 e 2022.
A prevalência global agrupada foi de 31% para qualquer HPV e 21% para HPV de alto risco. O HPV-16 foi o genótipo de HPV mais prevalente (5%), seguido pelo HPV-6 (4%). O estudo também descobriu que a prevalência do HPV foi elevada em adultos jovens, atingindo um máximo entre as idades de 25 e 29 anos, e estabilizou ou diminuiu ligeiramente a partir deste limite de idade.
As estimativas de prevalência agrupadas foram semelhantes para as regiões geográficas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU da Europa e América do Norte, África Subsaariana, América Latina e Caraíbas, e Austrália e Nova Zelândia (Oceania). A única exceção com destaque ocorreu para o Leste e Sudeste Asiático, regiões nas quais as taxas de prevalência foram em média metade daquelas das outras regiões.
Segundo os autores, esses dados são importantes para que se reforce a necessidade de inserção das populações em risco de infecção por HPV nas estratégias de prevenção disponíveis, em especial a institucionalização da vacinação contra HPV em crianças a partir dos 11 anos, como ocorre no Brasil. Do mesmo modo, reforçar as estratégias para a identificação dessas infecções e prevenção oportuna de suas complicações.
Embora a maioria dessas infecções sejam assintomáticas, as cepas oncogênicas de HPV, 16 e 18, são responsáveis por centenas de milhares de mortes anuais por câncer de colo uterino em mulheres. Quanto aos homens, embora a maioria dos casos se materialize como verrugas anogenitais, a infecção também pode promover a ocorrência de câncer de pênis e orofaringe.
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Fonte: https://www.thelancet.com/journals/langlo/article/PIIS2214-109X(23)00305-4/fulltext#%20
