Estudo sugere alternativa eficaz para o tratamento do diabetes gestacional

Por RAQUEL LUIZA,


O diabetes gestacional (DMG) é uma condição intercorrente na gestação que afeta até 3 milhões de mulheres grávidas anualmente no mundo. A base do tratamento atual do diabetes gestacional envolve aconselhamento nutricional e exercícios, com a introdução da insulina quando essas medidas iniciais não se mostram suficientes.

Ocorre que o tratamento com insulina envolve seus próprios desafios, como maior necessidade de controle, maior risco de hipoglicemia materna e fetal aumentando a necessidade de cuidados neonatais. A novidade é que um estudo de pesquisadores da Universidade de Galway sugere a viabilidade e eficácia de uma alternativa bem mais acessível para essas gestações.

A publicação no Journal Of American Medical Association (JAMA) traz os números de um ensaio duplo cego, randomizado e controlado por placebo em uma coorte de 510 mulheres (535 gestações) com diagnóstico de DMG que foram acompanhadas até 12 semanas após o parto. Após um pareamento 1:1, essas mulheres foram designadas para receberem placebo ou metformina em doses diárias de até 2.500mg além do suporte nutricional e de exercícios.

Nesta coorte, 98% das mulheres foram acompanhadas até o parto e 88% seguiram até a consulta de pós-parto após 12 semanas. Apenas 4,9% descontinuaram a metformina alegando efeitos colaterais, mostrando a intervenção como bem aceita.

Ao final do estudo, foi descoberto que, em comparação ao grupo placebo, as mulheres que receberam metformina tiveram 25% menos chance de precisarem de insulina e, quando necessário, a introdução ocorreu mais tardiamente.

Os valores de glicemia nas mulheres do grupo da metformina foram consideravelmente menores, em jejum e pós-prandial, na comparação com o grupo placebo nas semanas 32 e 38. Essas mulheres também ganharam menos peso durante a gravidez e mantiveram essa diferença até a consulta de revisão.

Em ambos os grupos o parto ocorreu em média com 39 semanas e 1 dia, não havendo maior incidência de parto prematuro no grupo da metformina. Os bebês das mães que receberam metformina pesaram em média 113g a menos que os do outro grupo, com menor incidência de fetos GIG e macrossomia.

O grupo da metformina também apresentou um número ligeiramente menor de fetos PIG em comparação ao placebo, mas sem significância estatística. Por fim, não houve diferença entre os grupos no tocante à incidência de resultados perinatais adversos.

Os autores afirmam que o trabalho é importante ao sustentar uma alternativa eficaz e segura para o melhor controle do diabetes gestacional.

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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2810387

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