Ações de combate ao mosquito ocorreram simultaneamente no Incra 9 e em Ceilândia Norte
Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto
Aproximadamente 70 agentes atuaram na região para acabar com os focos do mosquito Aedes aegypti. Só na empresa de trituração de pneus, foram mais de 6,8 mil m² vistoriados. “O ideal é que o proprietário deste estabelecimento tenha uma cobertura e que a chuva não atinja a área de armazenamento”, orientou a chefe da Vigilância Ambiental do Centro-Sul, Keyla Siqueira Brito. “O pneu é um dos pontos mais atraentes para o mosquito. Com a chuva, ele se torna o principal depósito para a proliferação”.
“Existem locais corretos para descartar resíduos. Basta entrar no app do SLU e verificar onde estão esses pontos de recolhimento”Silvio Vieira, diretor-presidente do SLU
O subsecretário de Operações da DF Legal, Alexandre Sena, reforçou: “Essa é uma ação de governo que está sendo realizada simultaneamente em vários pontos de Ceilândia e Riacho Fundo II. A gente recebeu uma denúncia desses locais, fizemos vistoria, foram constatados locais com proliferação do mosquito. Demos um prazo para destinar os pneus, e, como não houve o cumprimento, estamos aqui para recolher e autuar os responsáveis”.
Cerca de 35 garis do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) trabalharam durante o dia para remover os pneus do galpão. Os itens foram encaminhados para o depósito do SLU e, de lá, receberão a destinação correta. Autuado, o proprietário do local poderá pagar até R$ 200 mil de multa.
“Nossa equipe faz o mapeamento e recebe informações diretamente da população”Ana Maria Silva, administradora do Riacho Fundo II
“O SLU trabalha de domingo a domingo fazendo a limpeza nas ruas do Distrito Federal”, ressaltou o diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira. “O que falta é conscientização da sociedade, porque existem locais corretos para descartar resíduos. Basta entrar no app do SLU e verificar onde estão esses pontos de recolhimento.”
De acordo com a administradora do Riacho Fundo II, Ana Maria Silva, a administração está atenta aos locais onde há incidência de casos para traçar estratégias assertivas no combate à doença. “Nossa equipe faz o mapeamento e recebe informações diretamente da população; em seguida, nós acionamos todos os órgãos competentes para organizar uma operação e evitar mais contaminações”, pontuou.
Trabalho simultâneo
Além da atuação no Riacho Fundo II, outras equipes foram escaladas para a força-tarefa no Incra 9, em Ceilândia. No local, os agentes de fiscalização compareceram a outro armazenamento irregular de pneus a fim de erradicar eventuais pontos de proliferação do mosquito.
Os fiscais também fizeram um trabalho de busca ativa pelas ruas de Ceilândia Norte, procurando focos da dengue. Os agentes notificaram e autuaram pessoas flagradas fazendo o descarte irregular de resíduos em área pública.
Saúde pública
No boletim mais recente divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF), o DF havia registrado 16.628 casos prováveis de dengue, um crescimento de 646,5% se comparado com o mesmo período em 2022.
Desde que aumentaram os registros da doença, o GDF adotou uma série de medidas para acolher os pacientes infectados e para cessar a proliferação do mosquito. Entre os dias 1º e 22 deste mês, foram removidas 30,6 mil toneladas de resíduos descartados irregularmente.
Além disso, foram criadas nove tendas de acolhimento para aplicar testes gratuitos de diagnóstico da doença, hidratação e medicação. Nos dias 20 e 21, as tendas atenderam 2.397 pacientes, dos quais 967 precisaram de hidratação venosa e 49 foram direcionados a unidades de saúde. Ao todo, o DF conta com 176 unidades básicas de saúde como porta de entrada para atendimento de pessoas com suspeita da doença.
Os trabalhos no combate à dengue seguem em andamento pelo DF. O cidadão pode participar ativamente desse processo, não descartando resíduos e entulhos em locais irregulares e denunciando, via Ouvidoria, caso presencie locais com possíveis focos do mosquito.