Aplicação do imunizante terá início às 7h em 36 unidades básicas de saúde para o público de 10 a 14 anos; desde o início do ano, quase 100 mil atendimentos foram contabilizados nas UBSs, UPAs, tendas, carretas e hospital de campanha
Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Igor Silveira
O Governo do Distrito Federal (GDF) aguarda o recebimento das doses pelo governo federal e está preparado para atender, neste primeiro momento, o público-alvo de 10 a 14 anos.
“Amanhã, nós receberemos as primeiras doses para distribuição, ainda com muita dificuldade, porque a vacina, por determinação do Ministério da Saúde, é de 10 a 14 anos. Não podemos vacinar pessoas acima de 60, pela questão da própria bula da vacina, e, neste momento, o ministério disponibilizou para o público de 10 a 14 anos. Então, o que realmente vai combater a dengue é uma mobilização de toda a população”, disse a vice-governadora Celina Leão.
Na tarde desta quarta-feira (7), a vice-governadora e a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, participaram, juntamente a outros chefes de Executivo, de uma reunião com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O encontro em formato de videoconferência serviu para que os representantes dos estados levantassem as demandas e necessidades no enfrentamento à doença.
“Imediatamente chegando ao DF, na sexta-feira, nós já queremos às 7h da manhã iniciar a vacinação. Nós entramos nos critérios do recebimento da vacina, porém é uma resposta que nós vamos ter a médio e longo prazo. No momento, precisamos enfatizar as questões preventivas da população, olhar para dentro de suas residências e verificar se tem algum criadouro do mosquito. E também fortalecemos a vigilância epidemiológica no registro dos casos e tomando as decisões de acordo com o nosso Centro de Operações em Emergência”, acrescentou a secretária de Saúde.
“Amanhã, nós receberemos as primeiras doses para distribuição, ainda com muita dificuldade, porque a vacina, por determinação do Ministério da Saúde, é de 10 a 14 anos. Não podemos vacinar pessoas acima de 60, pela questão da própria bula da vacina, e, neste momento, o ministério disponibilizou para o público de 10 a 14 anos. Então, o que realmente vai combater a dengue é uma mobilização de toda a população”Celina Leão, vice-governadora do Distrito Federal
Videoconferência
Ao falar da situação da dengue na capital em videoconferência com a ministra da Saúde e governadores de todo o país, a vice-governadora Celina Leão citou os atendimentos no DF e as condições geográficas. “Quero compartilhar para que a gente não minimize o que está acontecendo nos estados. Aqui no DF, temos 35 cidades, algumas delas com 500 mil habitantes, como Ceilândia. Somando o DF e o Entorno de Goiás temos quase 5 milhões de habitantes. O que está acontecendo é totalmente anormal aqui no DF e muitos governadores devem ter sentido isso. Logo no começo do ano sentimos que estávamos vivendo um momento totalmente diferente do ano passado”, reforçou.
Além disso, lembrou do alto número de atendimentos à população, seja nas unidades básicas de saúde (UBSs), unidades de pronto atendimento (UPAs), carretas, tendas de acolhimento e no hospital de campanha. “O GDF contabiliza quase 100 mil atendimentos à população em casos de dengue. Hoje, há essa percepção clara nessa reunião que a cepa veio mais forte, ela está mais agressiva, trazendo uma letalidade muito maior, com um ataque em todas as regiões do Brasil, e o Distrito Federal tem feito a sua parte”, acrescentou.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ouviu atentamente os apontamentos feitos pela vice-governadora Celina Leão e os demais representantes dos estados. Ela lembrou que a doença existe no país há muitas décadas e reforçou os esforços para acelerar e ampliar a vacinação.
“Há 40 anos lidamos com as epidemias de dengue. Nesse momento, estamos trabalhando para reforçar o trabalho do SUS e ampliar o acesso à vacina, mas isso será feito de forma progressiva. Estamos trabalhando com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan para acelerar a vacina do Butantan, e também com a Fiocruz, num esforço de ver a planta de outros laboratórios [que possam ajudar]”, detalhou. A ministra disse ainda que o governo federal estuda ampliar a vacinação para o público idoso.